Sistema Nervoso Autônomo: Funções, Vias e Síndromes Clínicas

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1. Ações do Sistema Nervoso Autônomo nas Vísceras

A tabela a seguir diferencia as ações dos sistemas nervoso simpático (SNS) e parassimpático (SNP) em diversas vísceras.

Estrutura

SNS

SNP

Pupila

Midríase (dilatação)

Miose (constrição – contrai)

Glândula lacrimal

Vasoconstrição

Secreção abundante

Glândulas salivares

Vasoconstrição, secreção viscosa escassa

Secreção fluida e abundante

Coração

Taquicardia

Bradicardia

Brônquios

Dilatação

Constrição

Tubo digestório

Diminuição do peristaltismo

Aumento do peristaltismo

Sistema reprodutor

Ejaculação/orgasmo

Ereção

2. Núcleos e Gânglios Parassimpáticos dos Nervos Cranianos

A tabela abaixo detalha os núcleos e gânglios parassimpáticos associados a cada nervo craniano, bem como suas respectivas inervações.

Nervo

Núcleo

Gânglio

Inervação

Oculomotor

Edinger-Westphal

Ciliar

Músculo esfíncter da pupila e músculo ciliar

Facial

Núcleo lacrimal

Pterigopalatino

Glândula lacrimal

Facial

Núcleo salivatório superior

Submandibular

Glândula submandibular e sublingual

Glossofaríngeo

Núcleo salivatório inferior

Ótico

Glândula parótida

Vago

Dorsal do vago

Gânglios torácicos e abdominais

Vísceras torácicas e abdominais

3. Síndrome de Horner e Bloqueio do Gânglio Estrelado na Dor Complexa Regional

A Síndrome da Dor Complexa Regional (SDCR) ocorre após uma lesão intensa, geralmente no membro superior. Pacientes com SDCR apresentam uma hiperativação do Sistema Nervoso Simpático (SNS), que se manifesta por alterações simpáticas como o aumento da sudorese e uma dor muito intensa, frequentemente acompanhada de atrofia dos membros. Quando a lesão simpática afeta o membro superior, pescoço ou cabeça, a terapia empregada é o bloqueio do gânglio estrelado por anestésicos.

A Síndrome de Horner resulta do bloqueio do sistema nervoso simpático cervical. Caracteriza-se por ptose (queda da pálpebra), miose (constrição da pupila), anidrose hemifacial (ausência de suor em metade da face), hiperemia facial (vermelhidão) e aumento da temperatura da face. A técnica do bloqueio do gânglio estrelado é utilizada para aliviar os sintomas de ambas as síndromes.

4. Trajeto Detalhado das Fibras Simpáticas

O trajeto das fibras simpáticas é complexo e envolve diferentes níveis de sinapse e caminhos.

As fibras do primeiro neurônio simpático (pré-ganglionares) passam pela raiz ventral dos nervos espinhais e se conectam aos gânglios paravertebrais através dos ramos comunicantes brancos (que contêm mielina). Desses gânglios, forma-se o tronco simpático, composto por ramos interganglionares e os próprios gânglios paravertebrais.

A sinapse do primeiro neurônio com o segundo neurônio simpático (pós-ganglionar) pode ocorrer em três locais:

  • No gânglio paravertebral do mesmo nível.
  • No gânglio paravertebral acima ou abaixo, através dos ramos interganglionares.
  • No gânglio pré-vertebral.

As fibras do segundo neurônio seguem para as vísceras. De cada um dos gânglios onde ocorrem as sinapses, as fibras pós-ganglionares podem tomar trajetos distintos:

  • Do gânglio paravertebral, as fibras pós-ganglionares retornam ao nervo espinhal pelo ramo comunicante cinzento.
  • Saem do gânglio paravertebral por um nervo independente.
  • Saem dos gânglios pré-vertebrais por ramos que acompanham as artérias.

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