Nietzsche: Crítica da Cultura, Moral, Ciência e Religião

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Nietzsche: A Vida como Valor Fundamental

Para Nietzsche, é fundamental que qualquer teoria filosófica reconheça que a vida é irredutível a qualquer elemento externo a si mesma. A vida, segundo Nietzsche, não tem fundamento fora de si; ela possui um valor intrínseco.

Crítica da Cultura Ocidental

Nietzsche localiza no século V a.C. o início da crise do espírito grego. Os gregos antigos aceitavam as duas dimensões básicas da realidade, expressas no culto a Apolo e Dionísio. A decadência ocidental rompeu com a união perfeita entre razão e vida: Sócrates, por um lado, deu maior importância à razão, e Platão, por outro, inventou o mundo ideal das ideias.

Crítica da Moralidade

O dogmatismo moral consiste em acreditar na objetividade e universalidade dos valores morais. No entanto, a moralidade tradicional, segundo Nietzsche, está equivocada porque os valores morais não têm existência objetiva. Os valores são criados pelas pessoas; são projeções de nossa subjetividade, paixões, sentimentos e interesses. A moral tradicional também acreditava que as leis morais se aplicavam a todos os homens e que, se algo é bom, é bom para todos. Nietzsche nega essa convicção: se realmente existisse valor em um mundo real e objetivo, sua aceitação seria natural, mas tal mundo não existe. Portanto, os valores são criados e, consequentemente, mudam e diferem ao longo do tempo e em cada cultura. A moralidade tradicional é antinatural porque apresenta leis que vão contra as principais tendências da vida; é uma moral de ressentimento contra os instintos e o mundo natural e biológico.

A Crítica da Ciência

As leis científicas são uma invenção humana; não há necessidade de regularidades no mundo e nos eventos que o preenchem; não há leis da natureza. A razão não pode justificar a si mesma. Embora a ciência atual, por meio da matemática, possa expressar com precisão o comportamento das coisas, para Nietzsche, essa maneira de compreender o mundo é equivocada, porque a matemática não descreve nada real; são invenções humanas. A matemática ignora a dimensão qualitativa do mundo, sua riqueza e diversidade.

Crítica da Religião

Para Nietzsche, a religião não é uma experiência real, porque Deus não existe. O estado mental que promove o sucesso da crença religiosa é o ressentimento. O cristianismo compartilha com Platão a incapacidade de aceitar todas as dimensões vitais da existência e o desejo de encontrar algum conforto para este mundo. O Deus cristão representa valores negativos e antivitais. A superação do cristianismo é essencial para a transmutação de todos os valores e para a recuperação dos valores antigos, perdidos após o surgimento desta religião e filosofia.

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