Nietzsche: Filosofia, Contexto Histórico e Influências

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Nietzsche: Filosofia e Contexto Histórico

A filosofia de Nietzsche insere-se na segunda metade do século XIX, um período marcado por intensas revoluções na Europa. A luta por direitos e liberdades continuou a tradição do liberalismo e do socialismo, ideologias que ganharam destaque nas revoluções de 1848. Estes movimentos, contudo, foram reprimidos, assim como o movimento operário. Paralelamente, surgiram movimentos nacionalistas, notadamente na Alemanha, que culminaram na reunificação alemã sob a hegemonia da Prússia, liderada por Bismarck. Nietzsche, em sua juventude, compartilhou ideais nacionalistas.

Na França, a Comuna de Paris representou um marco para os trabalhadores, mas terminou em repressão ao movimento operário. Bismarck ascendeu ao poder em aliança com a burguesia, governou com o Kaiser Guilherme II e estabeleceu o primeiro parlamento alemão. Após a Primeira Guerra Mundial, foi criada a República de Weimar.

A organização da classe operária em defesa de seus direitos deu origem ao movimento operário. Os confrontos entre o proletariado e a burguesia aceleraram o desenvolvimento social, econômico e político.

Destaques Culturais e Filosóficos:

  • Liberalismo: Defende as liberdades civis, com expoentes como Bentham e John Stuart Mill.
  • Socialismo: Representa a ideologia do proletariado, denunciando a exploração e buscando o estabelecimento do comunismo, com forte influência de Karl Marx.
  • Nacionalismo Alemão: Manifestou-se nas artes e letras, promovendo a exaltação da liberdade dos povos. Influenciou figuras como Wagner, Nietzsche e Schopenhauer. A obra de Nietzsche foi posteriormente manipulada por sua irmã, deturpando seu pensamento para fins fascistas.

No contexto contemporâneo, Nietzsche dialoga com pensadores como Marx e Freud, compartilhando a atenção dada à capacidade do inconsciente para o autoengano e a confabulação.

Influências e Legado de Nietzsche

Nietzsche compreendia a realidade como mutável e contraditória, em linha com a filosofia heraclitiana, rejeitando, no entanto, a tradição filosófica ocidental que se afastava de Heráclito.

Schopenhauer influenciou seu romantismo e a concepção da vontade de poder. Nietzsche aprovou a visão de Schopenhauer do mundo como vontade de existir, a desconfiança no progresso e a importância da arte na descoberta da realidade. Contudo, Nietzsche afastou-se do pessimismo de Schopenhauer, que privava a vida de sentido, afirmando o valor e o sentido da existência.

Em sua primeira fase, Nietzsche também foi influenciado por Wagner e pela tragédia grega. Ele considerava o artista o único capaz de representar a vida em sua complexidade, vendo na ópera wagneriana e na tragédia grega a"arte tota" que revelava o mistério da vida. A aproximação de Wagner com a mitologia cristã levou Nietzsche a considerá-la uma traição, motivando o rompimento entre eles.

A Ilustração e as ciências da vida, com sua vitalidade, influenciaram a segunda fase de Nietzsche, que por vezes citou Darwin. Sua obra foi distorcida pela ideologia nazista através da manipulação de sua irmã.

Entre os pensadores influenciados por Nietzsche, destacam-se G. Simmel, que o combinou com Marx, e Max Scheler, que o associou à fenomenologia. Na Espanha, Fernando Savater é um nome relevante. O impacto de Nietzsche estendeu-se à literatura e à cultura em geral, com seu pensamento sendo apropriado por ideologias de diversos tipos.

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