Nietzsche e a Superação do Niilismo: Uma Análise
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3º A superação do niilismo (Friedrich Nietzsche) e a superação do niilismo no pensamento de Nietzsche.
Para começar a falar sobre a superação do niilismo, devemos começar com a sua "vontade de nada", a negação da vida, do mundo, do aqui e agora, de si mesmo. Este pensamento niilista e cultura é o produto de uma vida de idosos ou doentes, fracos e impotentes.
Friedrich Nietzsche eleva a tragédia como uma representação da vida. A tragédia não é uma expressão de pessimismo, mas de vitalidade, diz-nos como vivemos. Em sua filosofia, Nietzsche questiona verdades e os valores que regem a cultura ocidental, fazendo uma crítica contra toda a cultura ocidental, concentrando-se em três temas: religião, moralidade e filosofia. Para encontrar a origem do declínio desta cultura, Nietzsche faz uma "retrospectiva" que o leva às origens da filosofia e aos patriarcas da cultura ocidental "na Grécia Clássica." Ele percebe que naquele momento havia um equilíbrio entre duas forças e princípios que tornaram a realidade possível: o espírito dionisíaco (ausência de controle e apoiador das artes para alcançar a música, especialmente o êxtase e a dança) que representava os valores da vida, e o espírito apolíneo que identifica os valores da razão (Deus da vida).
Esse equilíbrio desaparece na cultura ocidental. Nietzsche diz que houve um erro e que os valores são invertidos, não representando fielmente os valores da vida e da realidade, estando sujeitos a Apolo e não a Dionísio. Este erro leva a criticar os ocidentais, considerados antinaturais moralmente e adequados para os servos. Para tanto, propõe uma "moralidade de mestre", que exalta os valores da vida como o amor à vida, a grandeza, o prazer. Ele também ataca a religião com base em que rejeita o mundo material e promove a moralidade de escravos, promovendo a ideia de pecado, um insulto à vida. O autor também critica a filosofia por dois motivos:
- Por um lado, a divisão que Platão faz da realidade através da criação de dois mundos diferentes (mundo das ideias e mundo das coisas), por deixar de considerar Nietzsche um único mundo real: "o mundo das coisas."
- Por outro lado, rejeita a ideia de Deus como o usado por filósofos para expressar o mais imperceptível da realidade e estando como o principal apesar de ser o último e mais vazio.
Nietzsche, ao apresentar o dionisíaco (corpo) ao apolíneo (mente), utiliza um método crítico para tentar desmascarar a fonte de valor na avaliação da origem, usando um método "histórico-filológico e psicológico".
Este método é o "método genealógico", que tenta reconstruir a evolução histórica das manifestações linguísticas de um valor, identificando sua fonte. O valor de origem depende da vitalidade da vontade que cria e reforça valores mobiliários.
O método genealógico é uma hermenêutica da suspeita. O pensamento clássico e a cultura são suspeitos de serem produtos de um desejo doente de poder e decadente.
O domínio de Apolo sobre Dionísio resulta no niilismo. O pensamento ocidental e a cultura têm sido niilistas, já que produziram o niilismo implícito. O pensamento ocidental deixou para trás um niilismo passivo, caracterizado por uma situação de falta de sentido existencial e "anomia" devido à perda de valores tradicionais e respeito à autoridade, levando a uma visão desiludida e pessimista do homem e da existência, provocando uma queda vital. Quando a cultura ocidental perdeu seus alicerces e pilares, Nietzsche metaforicamente chamou esta perda de "morte de Deus", que é vista como a grande possibilidade. Com a morte de Deus, o homem está sozinho e perdido. Nietzsche o chama de "o último homem." Confrontados com esta perda de valores e identidade, há duas posições diferentes sobre o existencialismo: por um lado, caracterizada por ansiedade, solidão e vazio; por outro lado, a posição assumida por Nietzsche, uma posição orientada para as tentativas de recompor o homem esquecido, criando um novo e melhorado "Super-Homem".
Com a morte de Deus, o homem pode criar seus próprios valores e dar sentido ao mundo sem ter que fazê-lo de forma encoberta, sem necessidade de fingir que os valores que ele acredita ter um apoio divino ou transcendente (o niilismo implícito por dia). Há uma necessidade de niilismo ativo ou antiniilismo, envolvendo a negação das visões idealistas, que sustentam o niilismo religioso ou romântico passivo. O niilismo ativo inclui a criação de novos valores a partir de uma sensibilidade dionisíaca. Com a morte de Deus, deve-se seguir a transvaloração dos valores no dionisíaco, porque a vida é "vontade de poder", entendida como um dinamismo inesgotável da realidade que também rege a vida individual, no sentido estético e moral da vida individual, o sentido moral e estético de um indivíduo culmina com a vida plena. Para finalizar esta discussão sobre Nietzsche e a superação do niilismo, referimo-nos ao eterno retorno como uma metáfora moral que propõe uma concepção histórico-cultural do tempo humano, o Super-Homem não como uma raça superior, mas como um trânsito e um pôr do sol, algo que deve ser superado e transcendido. Super-Homem é a metáfora que Nietzsche usa para fechar sua antropologia.