Nutrição e Gestão em Saúde Pública

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Principais Problemas Nutricionais em Saúde Pública

ANEMIA FERROPRIVA: Definida como estado onde a concentração de hemoglobina no sangue está anormalmente baixa, pela carência de um ou mais nutrientes essenciais. A ausência de vários nutrientes contribui para a ocorrência de anemias carenciais - folatos, proteínas, vitamina B12 e cobre...

POR QUE O FERRO É IMPORTANTE? Participa nos processos de crescimento e desenvolvimento do organismo, principalmente no período da infância e durante a gestação.

ANEMIA FERROPRIVA: Os estudos existentes revelam a elevada prevalência de anemia por deficiência de ferro, o que faz que esta seja considerada atualmente como um grave problema de saúde pública.

Estratégias de Prevenção e Tratamento da Anemia

  • ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO E TRATAMENTO: Ação curativa para indivíduos deficientes ou profilaticamente para grupos de risco.
  • PROBLEMA: Efeitos colaterais indesejáveis e longa duração do tratamento.
  • EDUCAÇÃO NUTRICIONAL: Busca o aumento do consumo de ferro, melhorando a ingestão dos alimentos-fonte ou dos alimentos habituais com densidade de ferro adequada. Aconselhar sobre fatores estimuladores e inibidores da absorção do ferro.
  • FORTIFICAÇÃO DE ALIMENTOS: RDC nº 344, de 13/12/2002 da Anvisa – desde junho de 2004 todas as farinhas de trigo e milho disponibilizadas para venda no Brasil passaram a estar fortificadas com ferro e ácido fólico.

DEFICIÊNCIA DE VITAMINA A (DVA): A sigla mais conhecida para determinar este problema é VAD, da terminologia em inglês *Vitamin A Deficiency*. No Brasil também se usa a sigla DVA. É responsável por uma série de problemas de saúde e afeta milhões de crianças no mundo.

POR QUE A VITAMINA A É IMPORTANTE? Ela atua no bom funcionamento do sistema visual e sua ausência pode levar, inicialmente, à cegueira noturna, evoluindo até situações mais graves como a perda da visão.

Controle da Deficiência de Vitamina A

  • Controle da deficiência clínica: Tratamento em hospitais e consultórios dos casos diagnosticados, usualmente com administração de altas doses de vitamina A.
  • Suplementação de altas doses: Para populações em risco, sendo esta uma estratégia de ação de curto prazo.
  • Fortificação de alimentos: Estratégia é mundialmente aceita e recomendada, sendo priorizados alimentos de consumo popular.
  • Educação nutricional: Visar à diversificação alimentar e ao maior consumo de fontes de vitamina A, principalmente em grupos de maior risco.
  • DVA - PAPEL DA EDUCAÇÃO NUTRICIONAL: Estímulo à amamentação. Educação nutricional com ênfase na diversificação da dieta e aumento do consumo de alimentos ricos em vitamina A.

DEFICIÊNCIA DE IODO: Os problemas decorrentes da baixa ingestão de iodo são conhecidos como distúrbios por deficiência de iodo (DDI). É a causa mais comum e prevenível de retardo mental e danos cerebrais no mundo.

O êxito de uma intervenção realizada por meio da iodação do sal pode ser mostrado pelo caso da vila de Jixian, na província de Heilongjian, na China, em 1978, então conhecida como “vila dos idiotas”.

Prevenção dos DDI no Brasil: Para o aperfeiçoamento das ações de prevenção e controle dos DDI, em 2005 o Ministério da Saúde instituiu o Programa Nacional para Prevenção e Controle dos DDI - Pró-Iodo (portaria GM nº 2.362, de 1º de dezembro de 2005).

DESNUTRIÇÃO: A desnutrição em crianças menores de cinco anos é um grande desafio para os países em desenvolvimento, devido à magnitude e às consequências negativas para o crescimento, desenvolvimento e sobrevivência infantil.

Ações do Governo Brasileiro para Controle da Desnutrição: O controle da desnutrição na população geral se deu com a soma de diversas ações para a promoção da Segurança Alimentar e Nutricional e da garantia do Direito Humano à Alimentação Adequada. Programa de transferência de renda – Bolsa Família, Programa de Aquisição de Alimentos, Programa Nacional de Alimentação Escolar, Programa de Cisternas, Crédito Rural, entre outras ações...

OBESIDADE: A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a obesidade como uma epidemia mundial condicionada principalmente pelo perfil alimentar e de atividade física.

Administração do SUS: Gestão, Gerência e Assistência

ADMINISTRAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA: O modelo assistencial de Saúde da Família exige um tipo de gerenciamento diferente, humanizado, sensível e dinâmico.

GESTÃO: Comando do sistema de saúde, exercendo as funções de coordenação, articulação, negociação, planejamento, acompanhamento, controle, avaliação e auditoria.

GERÊNCIA: Administração de uma unidade ou órgão de saúde (ambulatório, hospital, instituto, fundação, etc.) que se caracterizam como prestadores de serviços do SUS.

ASSISTÊNCIA: Atuação no nível local junto à população. Realização das práticas de saúde, como consultas, orientação, acolhimento, etc.

Funções Gestoras na Saúde

  1. Formulação de políticas/planejamento;
  2. Financiamento;
  3. Coordenação, regulação, controle e avaliação (do sistema/redes e dos prestadores públicos ou privados);
  4. Prestação direta de serviços de saúde.

Níveis de Gestão do SUS

  • ESFERA FEDERAL: Formulação de políticas nacionais de saúde. Planejamento, normalização.
  • ESFERA ESTADUAL: Formulação de política estadual de saúde, coordenação e planejamento.
  • ESFERA MUNICIPAL: Provisão das ações e serviços da saúde.

A ASSISTÊNCIA À SAÚDE NO SUS DEVE TER O FOCO EM ATENDER UM DE SEUS PRINCÍPIOS: A INTEGRALIDADE

  • Considerando o sujeito como um todo, de forma holística.
  • Atuando tanto na prevenção, promoção, recuperação da saúde.

PRINCÍPIOS

  • Transversalidade
  • Indissociabilidade entre atenção e gestão
  • Protagonismo, corresponsabilidade e autonomia dos sujeitos e coletivos

DIRETRIZES

  • Acolhimento
  • Gestão Participativa e cogestão
  • Ambiência
  • Clínica ampliada e compartilhada
  • Valorização do Trabalhador
  • Defesa dos direitos dos Usuários

PLANEJAMENTO: O planejamento cotidiano, na maioria das vezes, é feito de forma intuitiva ou pouco sistematizada. Quando se pretende alcançar objetivos complexos e, mais, de fazê-lo coletivamente.

Ferramentas dos Serviços de Saúde na Atenção Básica

  1. A territorialização,
  2. O cadastro dos usuários,
  3. A estratificação de risco das famílias,
  4. A organização da demanda,
  5. A abordagem familiar,
  6. As ações de vigilância em saúde.

São ferramentas para possibilitar que as equipes respondam de maneira correta à situação identificada rotineiramente nas unidades e satisfaçam os objetivos.

TERRITORIALIZAÇÃO: Objetivo: Estabelecer áreas de responsabilidade das eSF, para que possam fazer o planejamento: diagnóstico, identificação e priorização dos problemas de saúde e programação, operacionalização e monitoramento das ações de saúde.

Importância: Permite o estabelecimento de vínculo de compromisso entre a equipe e os usuários, exercita a corresponsabilidade no cuidado em saúde, e a autonomia, que implica em dar ao outro (o usuário) a possibilidade de “usufruir da condição de sujeito ativo nas decisões acerca da sua vida”.

CADASTRO FAMILIAR: Objetivo: Conhecer as famílias residentes nas áreas de responsabilidade das eSF, relacionando os seus integrantes, a situação de moradia e outras informações necessárias para a programação das ações de saúde.

É uma ferramenta fundamental porque é, a partir dele, que se define a população que, organizada socialmente em famílias, se vinculará a cada equipe de saúde da família.

Classificação de Risco da Família

Objetivos: Conhecer as famílias da área de abrangência da ESF; Identificar os fatores de risco presentes; Fazer a classificação por grau de risco.

A classificação de riscos familiares deriva da teoria dos fatores de riscos e dos fatores protetores:

  • Os fatores de riscos são condições ou aspectos biológicos, psicológicos ou sociais que estão associados, estatisticamente, a maiores probabilidades futuras de mortalidade ou morbidade.

Organização da Demanda

A necessidade de saúde de uma população apresenta-se no dia a dia da equipe de APS de duas formas: como demanda programada ou demanda espontânea.

  • ESPONTÂNEA é aquela que parte da necessidade do usuário. Ele procura espontaneamente a UBS devido a um problema agudo.
  • PROGRAMADA é aquela que parte do planejamento sobre a realidade de saúde da população com consultas agendadas.

Abordagem Familiar

Como a eSF trabalha com famílias, conhecer e saber lidar com essas dimensões da vida familiar, ela terá a oportunidade de compreender melhor o processo saúde-doença no ambiente familiar.

  • GENOGRAMA: Ferramenta de representação gráfica da família.
  • ECOMAPA: Representação da rede social da família. É o desenho complementar ao genograma na compreensão da composição e estrutura relacional da família e a relação com o meio que a cerca.
  • CICLO DE VIDA: Ciclo de vida das famílias é uma série de eventos previsíveis que ocorrem dentro da família como resultado das mudanças em sua organização.
  • VISITA DOMICILIAR: Objetivo: Ações de vigilância, assistência e promoção à saúde no domicílio. A visita domiciliar é, sem dúvida, uma das principais ferramentas da Estratégia Saúde da Família.

VIGILÂNCIA EM SAÚDE: Constitui um processo contínuo e sistemático de coleta, consolidação, análise e disseminação de dados sobre eventos relacionados à saúde.

PDR MINEIRO: Os gestores de cada território, de forma articulada e solidária, têm, além de sua responsabilidade pelo território municipal, uma responsabilidade comum pelos demais níveis de atenção e regionalização – micro e macrorregiões.

A PPI: Deve expressar os compromissos assumidos no Plano Estadual e nos Planos Municipais de Saúde.

Deve definir e explicitar os serviços e os recursos para a população própria de cada município e para a população referenciada, conforme suas necessidades de saúde.

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