Objetivos Educacionais e Pedagogias

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Objetivos Educacionais e Desenvolvimento

Concepções em Educação Física

Pedagogia Relacional

Escola: Compartimentar ou Globalizar?

Objetivos a serem propostos:

Atitudinal - Proporcionar aos alunos situações de trabalho cooperativo.

Procedimental - Aplicar regras diferenciadas para o jogo. Usa-se a palavra "experimentar".

Conceitual - Trabalhar a orientação espaço-temporal identificando situações de ajuda mútua.

A compreensão da ação de ensinar que envolve os sujeitos, professor e aluno em sala de aula nos remete à reflexão de que a ação de ensinar engloba a ação de aprender e não se limita à simples exposição dos conteúdos, mas inclui a necessidade de um resultado bem-sucedido (ZABALA, 1998, p.202-209). Portanto, é importante saber organizar a ação docente, considerando o desenvolvimento das áreas cognitivas, afetivo-emocional, das habilidades e valores.

Tipos de conteúdos:

  • Factuais: Conhecimentos de fatos, acontecimentos, situações, fenômenos concretos e singulares. Uma aprendizagem significativa de fatos envolve sempre a associação aos conceitos.
  • Conceituais: Conjunto de fatos. Descrevem relações de causa-efeito ou de correlação entre fatos.
  • Procedimentais: Indicam o saber fazer. O conhecimento sobre o domínio deste saber fazer só pode ser verificado em situações de aplicação.
  • Atitudinais: Podem ser agrupados em valores, atitudes e normas. Podem ser verificados através da observação sistemática de opiniões, das atuações nas atividades grupais, nos debates, nas visitas, na distribuição de tarefas e responsabilidades, etc.

Cada objetivo deve ser coerente com o tipo de conteúdo abordado.

Falas comuns:

  • "Joãozinho não aprende mesmo, coitadinho."
  • "O esforço do professor é irrelevante diante de alunos carentes, mal alimentados, vindos de famílias sem tradição cultural."
  • "O bom professor é capaz de despertar no aluno o gosto pelo estudo."

Todas as colocações pretendem descaracterizar o papel do professor.

As pedagogias:

  • a) Pedagogia não-diretiva;
  • b) Pedagogia diretiva;
  • c) Pedagogia relacional.

Pedagogia não diretiva:

Deixa o aluno à vontade, sem interferências. O aluno decide o que fazer e o professor acata.

Pedagogia diretiva:

Do empirismo retiramos as principais características da pedagogia diretiva, que pode, dentre outras coisas, ser colocada dentro dos seguintes pilares:

  • A mente do aluno é considerada tábula rasa;
  • O comportamento é resultante da relação estímulo/resposta e, como tal, pode ser medido;
  • A aprendizagem é decorrente do treino ou de experiência;
  • O professor ensina e o aluno aprende;
  • O ensino tem etapas rígidas.

Professor> autoritário, dirige, dá ordens e instruções

Palavra> monopólio do professor

Ambiente> carteiras enfileiradas, silêncio, quietude

Características principais:

  • O sujeito (o aluno) e o objeto (o meio) constituem uma totalidade;
  • A mente do aluno corresponde a estruturas em contínua expansão;
  • A aprendizagem é, por excelência, a construção do conhecimento-ação e tomada de consciência;
  • O conhecimento é construído pelo indivíduo em interação com seu ambiente durante longo processo;
  • Prioriza a problematização, o debate, a reflexão, a exposição interativa dialogada;
  • O professor é o mediador da relação sujeito-objeto;

Dentro da pedagogia relacional, as aulas têm o objetivo de resolver situações já elaboradas, contextualizadas e buscam, com isso, novas problematizações em que as atitudes de aquisição de conhecimento estejam presentes em todos os momentos da situação de ensino-aprendizagem.

A ênfase da pedagogia relacional está nos aspectos sociais, reais e interacionais, que buscam relacionar o conhecimento aprendido nos bancos escolares com a vida fora dos muros acadêmicos.

Professor> propõe, instiga, desafia

Aluno> problematiza

O professor além de ensinar aprende > interação entre professor e aluno > o aluno além de aprender ensina

Perspectiva compartimentada:

  1. Enfoque fragmentado centrado na transmissão de conteúdos prontos;
  2. Conhecimento como acúmulo de fatos e informações isoladas;
  3. O professor é tido como um único informante tendo o papel de dar as respostas certas e cobrar sua memorização;
  4. O aluno é visto como sujeito dependente que recebe passivamente o conteúdo transmitido pelo professor;
  5. O conteúdo a ser estudado determina o problema;
  6. Há uma sequência rígida dos conteúdos das disciplinas, com pouca flexibilidade no processo de aprendizagem;
  7. Baseia-se fundamentalmente nos problemas e atividades apresentados nas unidades dos livros didáticos;
  8. Propõe receitas e modelos prontos reforçando a repetição e o treino.

Perspectiva globalizante:

  1. Enfoque globalizador centrado na resolução de problemas significativos;
  2. Conhecimento como instrumento para a compreensão e possível intervenção na realidade;
  3. O professor intervém em um processo de aprendizagem dos alunos criando situações problematizadoras, introduzindo novas informações, dando condições para que eles avancem em seus esquemas de compreensão da realidade;
  4. O aluno é visto como sujeito ativo que usa experiência e conhecimento para resolver problemas;
  5. O problema determina o conceito a ser estudado;
  6. A sequência é vista em termos de níveis de abordagem e aprofundamento em relação às possibilidades dos alunos (contato, uso e análise);
  7. Baseia-se fundamentalmente em uma análise global da realidade.

Domínios da Aprendizagem

Aprendizado humano: Processo que passa pela natureza social onde o ser está inserido.

Benjamin Bloom e seus colegas criaram uma divisão de objetivos educacionais em 3 partes:

Cognitiva: Objetivos que enfatizam relembrar ou reproduzir algo que foi aprendido, ou que envolvem a resolução de alguma atividade intelectual para a qual o indivíduo tem que determinar o problema essencial, então reorganizar o material ou combinar ideias, métodos ou procedimentos previamente aprendidos.

Formação de conceitos que se inicia na infância e se fundamenta na puberdade.

É elaborado por signos. O mediador é a palavra.

Vygotsky: O desenvolvimento cognitivo passa por três etapas:

  • Sincretismo: A criança não classifica.
  • Pensamento por complexos: O agrupamento não é formado por pensamento lógico abstrato, mas por relações concretas entre os objetos.
  • Pseudoconceito: Utiliza relações concretas e perceptivas. > Atingir o conceitual.

Afetiva: Objetivos que enfatizam o sentimento, emoção ou grau de aceitação ou rejeição. Tais objetivos são expressos como interesses, atitudes ou valores.

Segundo Piaget, ocorre paralelamente ao desenvolvimento cognitivo e influencia o desenvolvimento intelectual. Sua construção segue o desenvolvimento cognitivo: Por exemplo, a questão moral da criança, em formação, é diferente da do adulto.

Psicomotora: Objetivos que enfatizam alguma habilidade muscular ou motora.

O estudo psicomotor auxilia na representação do próprio corpo dentro de seu meio.

"A imagem visual de seu corpo tornar-se-á então a principal referência a partir da qual irão situar-se os detalhes fornecidos pelas sensações táteis e cinestésicas." (LE BOUCHE, 1988, p.16)

A concepção do corpo pela criança é condição para a vivência de sua corporeidade. Desta forma serão abordados os aspectos do desenvolvimento psicomotor como parte do desenvolvimento da cultura corporal.

O desenvolvimento psicomotor também está sujeito às intervenções do meio. As vivências das crianças são determinantes para o desenrolar desta questão corporal. Assim, o movimento não deverá ser entendido apenas como movimento em si, mas como movimento significativo, representante de todo um contexto histórico, afetivo, social, cultural, fisiológico, cognitivo e social.

Pode-se perceber um desenvolvimento do domínio psicomotor da seguinte forma: Percepção, Resposta conduzida, Automatismo, Respostas complexas, Adaptação, Organização.

O domínio cognitivo é dentre estes três, o mais frequentemente usado.

Taxonomia de Bloom

De acordo com a taxonomia dos objetivos educacionais de Bloom, os seis níveis do domínio cognitivo são: avaliação, síntese, análise, aplicação, compreensão, conhecimento. Os processos são cumulativos; uma categoria depende da anterior e dá suporte à posterior.

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