Observação: Fases, Vantagens, Divergências e Erros

Classificado em Psicologia e Sociologia

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1. Caracterização da Observação

A observação caracteriza-se como o método mais antigo e moderno de recolha de dados, utilizando a atenção constante, com o máximo de objetividade, através de uma atitude e decisões cuidadosas para abordar os fatos, diferenciando o senso comum e o conhecimento científico, utilizando linguagem – sistema conceptual, com uma hipótese explícita. A observação regista os fatos tal como eles sucedem, traduzindo-os por escrito, tentando evitar e precaver erros de observação. Como técnica científica, serve um objetivo, é planificada sistematicamente, está relacionada com um sistema de proposições mais gerais, submetida a comprovações de validade e fiabilidade.

2. Fases da Observação

A observação está dividida em 4 fases:
- Formulação de um problema, definindo-se as hipóteses e fazendo uma observação exploratória;
- Recolha de dados, amostra e registo;
- Análise e interpretação dos dados observados, em termos quantitativos e qualitativos, confirmando e refutando as hipóteses formuladas, e conclusões;
- Comunicação de resultados, informando os resultados aos interessados, adotando uma norma ou modelo estabelecido.

3. Vantagens da Observação

As vantagens da observação são que esta torna possível a recolha da informação tal como ela é, permite perceber formas de conduta com pouca importância para o observado, substitui outras formas de pesquisa (formas verbais) e solicita menor cooperação ativa do sujeito em estudo, quando existe alguma resistência.

4. Divergências entre Observador e Observado

As divergências do observador/observado ocorrem quando:
- As intenções do observador ao ator não correspondem necessariamente aquelas que o orientam;
- Os indivíduos tendem a perceber o seu comportamento como determinado por causas externas e o comportamento dos outros devido a disposições pessoais ou traços individuais;
- O observado sabe que o seu comportamento é uma resposta dada a uma situação específica e o observador não sabe e julga que o observado age sempre desta forma;
- O observado está presente na situação com toda a sua circunstância e é sensível a pressões externas, o observador centra-se nas ações e não no contexto;
- O observado adquire uma entre várias alternativas que fornece à situação, tendo liberdade de ação, o observador vê o resultado e dá-lhe pouca liberdade de ação;
- Se o observador se vê implicado na ação, percebe o comportamento do observado como dependente de fatores externos.
A diferença da perspetiva observador/observado está na implicação da situação e na visão crítica do observador.

5. Erros de Observação

Os erros do observador/observado ocorrem numa dada situação em que:
- O que é importante para o observado pode não o ser para o observador;
- A situação pode ser estranha para o observador – define uma estrutura de informações de referência; compara as novas informações com este conjunto; quando descobre uma incoerência, tende a restabelecer o equilíbrio, modificando a informação, sistema de filtros resultante da atitude do observador.
A atitude do observador, resultante da representação que possui da pessoa observada e o tempo de observação também são erros do observador/observado. Nas situações educativas, o observador constrói um saber, não só sobre o observado como também (e principalmente) partindo dele. A análise das relações observador/observado deve ter em conta as funções da observação nessa situação.

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