Odontologia Pediátrica e Gestacional: Guia Essencial

Classificado em Formação e Orientação para o Emprego

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Condições Básicas para o Tratamento Odontológico: Qualidades do Profissional

  • Boa comunicação
  • Paciência
  • Autoridade
  • Conhecimento específico
  • Aparência
  • Habilidade e rapidez

Atitudes Positivas do Profissional

  • Elogiar
  • Não mentir
  • Saber premiar
  • Impor limites
  • Explicar passo a passo
  • Ouvir o paciente

Atitudes Negativas a Evitar

  • Mentir
  • Chantagear

Métodos Utilizados no Relacionamento com Crianças

  • Anamnese: Avaliar se a criança é birrenta.
  • Observação: Inicia-se com a entrada da criança, atenção aos gestos.
  • Experimentação: Verificar se a criança coopera mais na presença ou ausência dos pais.

Orientação aos Pais

A atitude dos responsáveis deve ser passiva! O profissional é quem deve conduzir e explicar os procedimentos.

Manejo da Criança no Consultório

O primeiro contato ocorre na sala de espera.

  1. Abordagem da Criança: Evitar contato excessivamente festeiro, atenção à roupa da criança, conversar com a criança.
  2. Nível de Diálogo: Deve estar de acordo com a idade da criança.
  3. O Choro: Fazer o diagnóstico do choro; pode ser considerado normal, uma liberação de tensão.
  4. Apresentação do Ambiente Odontológico: A criança deve conhecer os equipamentos.
  5. Visão de Sangue: Evitar pedir que a criança cuspa; usar sugador ou gaze.
  6. Ordem e Cuidado com o Instrumental: Mesa pronta, instrumentais abertos, maior agilidade.
  7. Hora e Tempo de Consulta.
  8. Início do Tratamento: A criança só perderá o medo com o andamento do tratamento.
  9. Nunca Deixar a Criança Sozinha na Cadeira.

Técnicas de Manejo Comportamental

  • Controle de Voz: Estabelecer regras.
  • Reforço Positivo: Algo de valor moral pelo comportamento desejado.
  • Distração: Músicas enquanto o tratamento procede.
  • Expressão Facial.
  • Sedação Consciente.

Técnicas de Modelagem

  • Mostrar outras crianças realizando o mesmo procedimento.
  • Usar o comportamento positivo como exemplo.

Dessensibilização

Submeter a criança, aos poucos, ao que ela tem medo.

Higiene Bucal Pré-Irruptiva

Não se deve interferir na flora bucal da criança para que não haja a remoção de imunoglobulina, que é transmitida pelo leite materno, não interferindo assim com a imunidade da criança.

ICDAS: Avaliação de Lesões Cariosas

Avalia a presença ou ausência de lesão cariosa, e se esta lesão está inativa ou ativa. É necessário fazer profilaxia, secar, iluminar, fazer exame clínico e, se necessário, radiografia.

Código 0

  • Dente hígido, sem manchamento, pigmentação ou opacidade.

Código 1A

  • Após secar o dente, observa-se opacidade, mais comum em fissuras molares.

Código 2A

  • Maior opacidade, não precisa secar, não se restringe somente a fissuras.

Código 3B

  • Cavidade em esmalte.

Código 4B

  • Lesão de cárie oculta, sombreamento dentário.

Código 5C

  • Cavidade com exposição de dentina, acomete menos da metade externa do dente.

Código 6C

  • Cavidade com exposição de dentina, acomete mais da metade externa do dente.

*Os códigos 4, 5 e 6 necessitam de radiografia para saber a extensão e profundidade comprometida da dentina.

*Lesões em dentes decíduos chegam mais facilmente à polpa, pois há menor espessura de esmalte e dentina.

Tratamento para Códigos ICDAS 1 e 2

  • Fluorterapia (gel, verniz, 3 a 4 sessões semanais).
  • Selante ionomérico.
  • Técnica de escovação.
  • Cariostático (nitrato de prata que paralisa a lesão, mas pigmenta o dente).

Tratamento para Código ICDAS 3

  • Selamento da cavidade (sem remoção de tecido, resina flow, ionômero, selante resinoso).

Tratamento para Códigos ICDAS 4, 5 e 6

  • Dentina em contato com a polpa: Capeamento pulpar indireto, remoção parcial de tecido cariado (broca, cureta), resina composta, ionômero de vidro de alta viscosidade.
  • Dentina em contato com o esmalte: Selamento da cavidade, remover apenas massa superficial, resina composta, ionômero.

*Não há proposta de tratamento para lesões inativas no ICDAS.

Anestesia em Odontologia

A dose do anestésico é reduzida em 30% (x 0,7) para pacientes sedados via oral, e o anestésico é sem vasoconstritor, pois é mais tóxico e há maior absorção.

Gestante: Alterações Gengivais

Por que a gengiva sangra e incha?

Isso ocorre devido ao aumento do hormônio progesterona, que aumenta a vasodilatação e a permeabilidade vascular (ocasionando mobilidade dentária), resultando em uma resposta exagerada a um irritante local.

Conduta do Dentista com Gestantes

  • Oferecer suporte curativo à gestante.

Complicações Obstétricas e Doença Periodontal

  • Parto prematuro.
  • Baixo peso fetal.
  • Hipertensão arterial (acima de 140).

*A dose do anestésico é reduzida em 30% para pacientes com sedação via oral e anestésico sem vasoconstritor.

Anestesia em Gestantes

Utilizar 2 a 3 tubetes de Lidocaína 2% com vasoconstritor (220 pg/ml, sendo a concentração máxima para contração da musculatura de 300 pg/ml). A Lidocaína é metabolizada facilmente pelo feto através do fígado fetal. O vasoconstritor permite absorção mais lenta, aumenta a ação local e diminui a toxicidade.

Por que Não Usar Lidocaína 3%?

O anestésico é 50% mais concentrado, ou seja, maior toxicidade, e o efeito é o mesmo do 2%.

Critérios para Seleção de Sal Anestésico

  • Tamanho Molecular: Todos os sais anestésicos do mercado têm tamanho suficiente para não serem barrados pela peneira seletiva da placenta.
  • Grau de Ligação às Proteínas Plasmáticas: Deve sobrar pouco sal anestésico livre que irá para o feto.

*A Bupivacaína tem potencial cardiotóxico para o feto.

Anti-inflamatórios em Gestantes

Anti-inflamatórios esteroidais são indicados no último trimestre de gestação. Anti-inflamatórios não esteroidais podem provocar fechamento prematuro do canal arterial e possibilidade de ocorrer inércia uterina.

Pré-Natal Odontológico do Recém-Nascido

  • Prevenir doença bucal do bebê.

Pré-Natal Odontológico da Gestante

  • Uso racional da chupeta.
  • Importância do aleitamento materno.
  • Período de irrupção dentária.

*O leite humano não é cariogênico porque não é fermentado por biofilme com velocidade suficiente para provocar desmineralização no esmalte por queda de pH.

Conduta do Dentista com a Gestante

  • Fazer anamnese.
  • Realizar exame periodontal.
  • Tratar o quanto antes.

Alterações Físicas na Gestação

  • Compressão dos vasos sanguíneos abdominais.
  • Compressão do diafragma.

Alterações Bucais na Gestação

  • Diminuição da capacidade tampão.
  • Diminuição do pH.
  • Incidência de cárie.
  • Influência sobre o periodonto.

Época Ideal para Atendimento Odontológico

O segundo trimestre é o ideal, pois a organogênese está completa, o feto está desenvolvido e a mãe se sente mais confortável.

Epinefrina (Adrenalina)

Até 300 pg/ml, não há contração da musculatura lisa uterina.

*Tempo de injeção: 1 minuto por ml.

Radiografia e Gestante

A quantidade de radiação absorvida não deve exceder 5 rads. Para o feto receber 5 rads, a mãe precisaria receber 500 mil tomadas radiográficas.

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