Operações Bancárias: Ativos, Empréstimos e Garantias Financeiras

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Aplicação dos Recursos: Ativos Bancários

O passivo bancário é a origem dos fundos que as entidades financeiras investem nos diversos elementos que compõem o seu património. Os itens que são ativos (também conhecidos como empréstimos bancários concedidos aos clientes) são fundos de dinheiro. O banco pretende garantir a sua recuperação, avaliando a solvência do cliente.

Fatores de Atribuição de Ativos: Prazo, Risco e Remuneração

A. Segurança da Operação

Nenhum banco está disposto a emprestar dinheiro a menos que tenha alguma segurança de que será devolvido, juntamente com os seus juros, no prazo acordado. Um alto volume de incumprimento levaria à falência da empresa, à sua dissolução e à perda da maioria das poupanças recebidas dos seus clientes.

Os bancos só estão interessados em transações financeiras que envolvam o retorno dos fundos de investimento emitidos, nos termos dos acordos, sem atrasos no reembolso nem a necessidade de pressionar os devedores. Para solucionar o problema, são solicitadas uma série de garantias reais e pessoais que asseguram a recuperação do dinheiro concedido.

B. Prazo das Transações

As instituições de crédito consideram que existe uma correlação entre o tempo de recuperação do dinheiro previsto e os prazos para o reembolso dos saldos aos seus clientes. Se houvesse uma diferença significativa entre os dois períodos, a entidade poderia ter dificuldade em devolver o dinheiro quando os seus clientes o solicitassem ou, pelo contrário, ter excesso de liquidez não aplicada, com a consequente queda na rentabilidade.

Preferem emprestar a curto prazo, uma vez que um período breve para o retorno do dinheiro oferece, entre outras, as seguintes vantagens para o credor:

  • Ser capaz de atender mais clientes, aumentando a velocidade de rotação dos fundos prestáveis.
  • Aumentar a lucratividade através da cobrança de taxas.
  • Distribuir o risco de incumprimento entre o maior número de mutuários.
  • Aumentar a penetração no mercado, elevando a capacidade de concessão de facilidades financeiras.
  • Aumentar a rentabilidade dos juros, que tendem a subir, porque o dinheiro emprestado retorna rapidamente para investimentos posteriores mais rentáveis. Para os empréstimos de curto prazo, normalmente cobram-se juros mais altos do que para os empréstimos de longo prazo.

Nesse período, o preço da moeda diminui, as entidades envolvem maior volume de recursos para empréstimos de longo prazo com juros fixos, pois garante um retorno que não receberão em futuras operações.

Quando o prazo de financiamento é superior a 10 anos, a maioria das entidades solicita garantias especiais aos seus clientes.

C. Remuneração Atribuída pelos Clientes

Através dos seus empréstimos, os bancos têm de gerar lucros suficientes para remunerar os clientes e obter um nível de benefícios adequado aos seus objetivos.

Devem receber compensação pela obtenção de fundos para aumentar a sua rentabilidade. Tal compensação geralmente envolve a transferência de operações que permitem à instituição de crédito ganhar mais dinheiro do que o que ganha em juros e taxas, como resultado de um empréstimo ou crédito concedido.

Informações sobre as Operações de Ativo

A. Informações Fornecidas pelo Cliente

Quando uma pessoa, empresa ou instituição se dirige a um banco para solicitar financiamento, são solicitados uma série de dados sobre os seus ativos, rendimentos, etc.

B. Fontes Externas de Informação

  • Registos de Imóveis: Registam-se diversas transações que afetam bens imóveis. Através da consulta, podemos saber quem é o proprietário de uma propriedade e a sua localização.
  • Registo Comercial: (depende do Ministério da Justiça) Esta consulta revela muitos detalhes sobre as empresas, permitindo comparar a exatidão do indicado pelo cliente ao solicitar o seu crédito financeiro.
  • Central de Informação de Riscos do Banco de Espanha (CIRBE): Compreende a maioria dos riscos de crédito que os bancos têm com os seus clientes. Assim, qualquer instituição financeira pode saber qual é a dívida que os seus clientes têm com outras entidades.
  • ASNEF-EQUIFAX: Partilha informações sobre incumprimentos de indivíduos e pessoas jurídicas.
  • Registo de Aceitações Impagas (RAI): Partilha informações sobre incumprimentos, mas só os bancos podem aceder a esta informação.

Desconto Comercial

Consiste em atribuir a propriedade de documentos (letras de câmbio, por exemplo) que representam um direito ao pagamento, ao banco. O banco antecipa o montante, menos juros e taxas, ao cliente cedente e torna eficaz a maturidade, apresentando-os a quem é obrigado a pagá-los.

A Letra de Câmbio

Título de valor pelo qual uma pessoa, chamada sacador, ordena a outra, chamada sacado, que pague uma certa quantia de dinheiro no vencimento do título, a uma terceira pessoa, ou beneficiário.

A Garantia Cambial

Ato, escrito na letra, que concorda em pagar a um terceiro, tanto em termos gerais (ou seja, garantindo todas as pessoas envolvidas no documento, a totalidade ou parte da sua quantia) ou de forma limitada a determinada pessoa.

Empréstimos e Crédito: Conceito e Diferenças

Contrato de Empréstimo: Pelo qual o banco entrega ao cliente uma soma em dinheiro previamente acordada que este promete devolver, acrescida de juros, conforme o plano de reembolso definido.

Crédito: A instituição financeira acorda com o cliente que este terá dinheiro disponível, de acordo com as suas necessidades, até atingir o limite acordado.

Os empréstimos são frequentemente utilizados por empresas que precisam de ter recursos para reforçar a sua tesouraria, sem com isso ter de pagar juros sobre os saldos não utilizados.

Risco em Empréstimos e Créditos: Avaliação de Score

Como o volume de empréstimos é muito grande, especialmente aqueles que são de baixo valor e têm prazos de reembolso de curta duração (menos de 5 anos), para assegurar o processamento, as organizações de avaliação usam modelos de computador para avaliar clientes e atribuir aos potenciais mutuários uma pontuação (score).

Empréstimos Não Garantidos

O Código Civil estabelece que o cumprimento das obrigações do devedor responde com todos os seus bens, presentes e futuros, o que se designa por responsabilidade patrimonial universal do devedor.

Garantia Pessoal: Pressupõe que o devedor ou devedores, que recebem o dinheiro, cumprirão as suas amortizações e juros com todos os seus bens presentes e futuros, mas sem qualquer direito real associado.

Nos empréstimos e créditos não garantidos, o banco assume um risco muito maior do que naqueles que possuem garantia.

Empréstimos Garantidos

Quando se trata de uma operação de longo prazo, deve-se ter uma garantia real, porque não se conhecem as circunstâncias do cliente com o passar do tempo. O bem serve também como garantia da operação. Ex.: hipoteca do apartamento.

Direito Real de Garantia: O proprietário de um bem oferece-o ao banco (credor) para garantir o cumprimento das suas dívidas (o que prometeu). Se o cliente (o devedor, o mutuário) não devolver o empréstimo, o banco (credor) tem o direito de cobrar o dinheiro emprestado e os seus juros com o produto da venda do bem dado em garantia.

Podemos distinguir dois tipos de garantias reais:

  • Penhor com Deslocamento: O devedor entrega ao credor o bem objeto da garantia. Deve ser formalizado por um notário.
  • Penhor sem Deslocamento: O objeto permanece com o devedor, não obstante o direito do credor (banco) de se compensar com o valor do bem móvel (joias, bens, veículos automóveis, aeronaves). O credor pignoratício tem direito a cobrar o valor devido pela venda do bem penhorado.
  • Hipoteca Imobiliária: O bem hipotecado como garantia de dívida é uma propriedade imóvel que o devedor mantém em seu poder.

Empréstimos Hipotecários

Os empréstimos garantidos por hipotecas são usados para a compra de imóveis. Os períodos variam entre 10 e 30 anos.

São formalizados por escritura pública. A maioria dos empréstimos hipotecários são concedidos para a compra de habitação:

A. Nova Construção

O promotor recebe uma hipoteca sobre a qual o imóvel se levanta. Quando estes são concluídos e a entrega ocorre, o comprador de cada unidade sub-roga-se numa parte do empréstimo do promotor no momento do contrato, e a organização paga as contas.

B. Segunda Mão

Primeiro, o comprador deve verificar no registo de propriedade se a casa que deseja comprar está livre de ónus. Em seguida, o comprador dirige-se à instituição de crédito para solicitar um empréstimo hipotecário. O banco pode exigir um contrato particular de compra e venda condicional do empréstimo, enviar um avaliador para determinar o valor da propriedade, examinar a operação e decidir se a concede, fazendo uma proposta vinculativa ao seu cliente. Uma vez concedido o empréstimo, reúnem-se o vendedor, o representante do banco e o notário, que é obrigado a verificar o estado do registo para confirmar o estado do imóvel. Será simultaneamente assinada a escritura de venda que transfere a propriedade do imóvel e a escritura de empréstimo.

C. Hipoteca de Máximo

É normalmente utilizada quando os clientes têm um alto volume de riscos assumidos pela instituição de crédito, e se acredita que a garantia pessoal não é suficiente.

Liquidação de Empréstimos

Para utilizar os procedimentos de cálculo das matemáticas financeiras (sistema francês ou de quota constante, etc.).

Os contratos de empréstimo podem ser acordados com juros fixos (a taxa aplicada ao longo da vida do empréstimo é a mesma) ou com juros variáveis (que se baseia numa taxa de juro de referência: Euribor a um ano, IRPH, o indicador CECA). Ao juro base, acrescenta-se um diferencial.

A revisão da taxa de juro variável é feita a cada seis meses ou a cada ano.

Crédito em Conta Corrente

Os créditos são normalmente concedidos em contas correntes das quais os mutuários são titulares.

Esta modalidade oferece ao mutuário um limite de crédito que é usualmente disponível, dependendo das suas necessidades, mediante a emissão de cheques, transferências, etc. Da mesma forma, podem ser feitos depósitos e pagamentos em dinheiro.

Quanto ao saldo, é mais comum ser devedor. Mas se o saldo for credor (o cliente dispõe de fundos a seu favor) e não tiver utilizado o empréstimo, o banco pagará uma taxa de juro igual à das contas correntes ordinárias. Quando os fundos excedem o limite de crédito concedido ou a conta está sobre-endividada, é uma situação perigosa para a instituição de crédito, além de serem penalizados com taxas de juros elevadas e comissões.

Empréstimos de Assinatura: Garantias Bancárias

Incluem instituições financeiras que, em princípio, não adiantam dinheiro, apenas garantem as obrigações dos seus clientes e as satisfazem em caso de incumprimento.

As garantias são acordadas por um período determinado ou indefinidamente, e geralmente são apresentadas perante as autoridades públicas para responder a obrigações de pagamento, como o Tesouro.

A. Tipos de Garantias Bancárias

  • Garantias de Ordem Económica: Usadas para assegurar a qualidade dos materiais fornecidos para a execução de uma obra.
  • Garantias de Ordem Económica e Financeira: O banco responde pela boa ordem de créditos ou empréstimos obtidos pelos seus clientes de outras entidades.
  • Garantias de Bom Pagamento: São fornecidas pelos bancos para cumprir as obrigações de pagamento dos seus clientes. Destinam-se apenas a garantir o pagamento.

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