Origem do Conhecimento: Racionalismo vs. Empirismo

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Racionalismo de Descartes

O racionalismo, defendido por René Descartes, propõe que a razão é a principal fonte de conhecimento. Segundo esta perspetiva, o conhecimento sensível é considerado enganador. As ideias inatas, claras e distintas, são as mais certas e as únicas que podem conduzir ao conhecimento logicamente necessário e universalmente válido. Os racionalistas acreditam que o sujeito cognoscente é ativo e, ao criar uma representação de qualquer objeto real, submete-o às suas estruturas ideais.

Empirismo de Hume

O empirismo, proposto por David Hume, defende que a experiência é a fonte e o limite de todo o conhecimento. Os empiristas negam a existência de ideias inatas, considerando que a mente está vazia antes de receber qualquer informação proveniente dos sentidos. Todo o conhecimento sobre as coisas provém da experiência e, por isso, só é válido dentro dos limites do observável. A razão tem a função de organizar os dados da experiência sensível.

Outras Perspetivas sobre a Origem do Conhecimento

Dogmatismo

O dogmatismo defende a apreensão absoluta da realidade pelo sujeito, baseando-se numa total confiança na razão humana.

Ceticismo

O ceticismo argumenta que é impossível ao sujeito apreender a realidade, desconfiando da capacidade da razão humana. Segundo os céticos, não podemos afirmar que algo é verdadeiro ou falso, belo ou feio, bom ou mau, pois o conhecimento não passa de uma ilusão.

Críticas e Reflexões

Crítica ao Argumento de Descartes

A teoria de Descartes apresenta uma circularidade viciosa. Ele afirma que Deus existe porque concebemos clara e distintamente a sua existência, e tudo o que concebemos clara e distintamente é verdadeiro porque Deus existe. Ou seja, Descartes tenta provar a existência de Deus mostrando que a sua existência é uma ideia clara e distinta. Segundo ele, podemos confiar nas ideias claras e distintas porque Deus é o seu autor. Assim, tenta-se justificar a posição de que Deus existe pressupondo o critério das ideias claras e distintas, e depois tenta-se justificar este critério apelando à existência de Deus.

Análise da Teoria de Hume

Segundo Hume, na nossa mente existem apenas percepções, que podem ser impressões ou ideias. As impressões abrangem as nossas sensações externas e sentimentos internos, correspondendo a experiências passadas ou atuais. Elas são mais vívidas e intensas do que as ideias, que são representações ou imagens das impressões no pensamento, sendo memórias ou imagens enfraquecidas. As impressões são a base, a origem e o ponto de partida dos conhecimentos. Portanto, não pode existir ideias sem uma impressão prévia, e as ideias são cópias das nossas impressões.

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