O Papel e a Ética do Orientador Educacional na Escola

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Resumo

Este trabalho tem como objetivo mostrar o papel do Orientador Educacional dentro da escola, função que por muito tempo tem sido mais associada ao papel de pai e mãe de alunos do que ao de Orientador propriamente dito. Segundo alguns autores que norteiam esta pesquisa, procuraremos mostrar o verdadeiro papel do Orientador: sua história, a ética profissional e seu papel. Em suma, o trabalho mostrará que, se desenvolvido com clareza e seriedade, terá um resultado satisfatório no fim do ano letivo, quando se alcançarem os objetivos propostos no planejamento do Orientador Educacional. Para que este trabalho se concretize, será realizada uma pesquisa bibliográfica.

Palavras-chave: Orientador Educacional; Ética Profissional; Papel do Orientador.

Sumário

  1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 6
  2. JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 7
  3. AS PRINCIPAIS ATIVIDADES DA FUNÇÃO DO ORIENTADOR .................... 8
  4. ÉTICA PROFISSIONAL ....................................................................................... 9
  5. O PAPEL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL ................................................. 11
  6. CONCLUSÃO .......................................................................................................... 14
  7. BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................... 15

1. Introdução

Um breve olhar crítico para a história da humanidade revela, com clareza, que nenhuma sociedade se constitui bem-sucedida se não favorecer, em todas as áreas da convivência humana, o respeito à diversidade que a constitui.

Nenhum país alcança pleno desenvolvimento se não garantir, a todos os cidadãos, em todas as etapas de sua existência, as condições para uma vida digna, de qualidade física, psicológica, social e econômica.

A educação tem papel fundamental, sendo a escola o espaço no qual deve favorecer, a todos os cidadãos, o acesso ao conhecimento e o desenvolvimento de competências, ou seja, a possibilidade de apreensão do conhecimento historicamente produzido pela humanidade e de sua utilização no exercício efetivo da cidadania.

É no dia a dia escolar que crianças e jovens, enquanto atores sociais, têm acesso a diferentes conteúdos curriculares, os quais devem ser organizados de forma a efetivar a aprendizagem. Para que este objetivo seja alcançado, a escola precisa ser organizada de forma a garantir que cada ação pedagógica resulte em uma contribuição para o processo de aprendizagem de cada aluno.

O presente trabalho tem como objetivo divulgar a importância do papel do Orientador Educacional dentro da escola, oportunizando que todos sejam beneficiados com um trabalho de extrema necessidade nos dias atuais.

2. Justificativa

A Orientação Educacional faz parte da equipe de gestão na escola e em ambientes escolares. O importante nesta área é ter compromisso no que diz respeito a valores, atitudes, emoções e sentimentos, sempre discutindo e analisando os fatos.

Apesar deste papel ser fundamental, muitas escolas não têm mais um orientador educacional na equipe. Porém, isso não significa que não exista alguém desempenhando o mesmo papel, o que contribui para o desenvolvimento pessoal do aluno.

Ao desempenhar este papel fundamental em um ambiente escolar, deve-se:

  • Organizar e realizar propostas pedagógicas na escola;
  • Ter parcerias com os professores para entender o comportamento dos alunos e agir de maneira correta em relação a eles;
  • Ouvir, dialogar e dar a orientação necessária.

Dentre tais funções, existem outras várias, as quais também são indispensáveis. Contudo, os meus motivos pessoais para escolher essa área adentram todos estes afazeres, os quais me agradam de forma inexplicável, sendo estes de extremo enriquecimento da aprendizagem que com o tempo será obtido. Enfim, investigar o parecer do educando para obter bons resultados.

3. As Principais Atividades da Função do Orientador

  1. Atividade Existencial: A Orientação Educacional deverá atender alunos que precisam e querem orientação pessoal não apenas na vida escolar, mas na vida particular, auxiliando em situações-problema, dúvidas, inseguranças e incertezas.
  2. Atividade Terapêutica: Está voltada aos alunos com dificuldades de estudo ou de comportamento, cujos casos precisam de uma assistência mais assídua e especializada.
  3. Atividade de Recuperação: Refere-se aos alunos que apresentam um déficit definido de aprendizagem e que precisam de recuperação. Esta atividade deve ser exercida em parceria com a Supervisão Escolar. A recuperação não tem somente o objetivo de levar o educando a alcançar certas notas, mas pesquisar junto aos educandos as causas que os levaram a este estado de desinteresse, desorganização, conflito, desajuste e mau funcionamento na escola, dentre outros.

4. Ética Profissional

O trabalho de um orientador educacional reveste-se de grande importância, complexidade e responsabilidade e, para que seja realizado a contento, exige-se muito desse profissional, não só em termos de formação, de atualização constante e de características de personalidade, como também de comportamento ético.

Embora não haja um código de ética elaborado especificamente para o Orientador Educacional, como todo profissional, ele deve ter sua atuação pautada por princípios éticos. O comportamento ético em relação às informações sobre alunos, funcionários e pessoas da comunidade é um dos principais aspectos a serem considerados.

Como a interação do Orientador Educacional com os orientados se caracteriza pelo seu caráter de relação de ajuda, tanto o aluno pode expor, espontaneamente, fatos ou situações de cunho pessoal ou familiar, como o Orientador pode necessitar fazer indagações sobre a problemática em questão. Esses dados, por serem de fato sigiloso ou confidencial, não devem ser alvo de comentários com outras pessoas, quaisquer que sejam as circunstâncias. Esse cuidado é de vital importância porque a condição básica para o estabelecimento de uma relação de ajuda eficiente é a confiança.

O sigilo das informações constantes dos prontuários dos alunos deve ser igualmente preservado. Assim, questionários preenchidos com dados mais íntimos sobre o aluno e seus familiares; resultados de entrevistas e de testes e opiniões de professores sobre determinado aluno devem ser mantidos fora do alcance de pessoas que, propositada ou inadvertidamente, possam usá-los de forma inadequada. O Orientador deve ser equidistante, neutro e procurar, sempre que possível, acalmar as partes em conflito, buscando o entendimento entre elas, negociando soluções que, ao contentar a todos, restabeleçam o necessário equilíbrio.

O mesmo comportamento ético deve ser observado quando alguns motivos, como busca de status, de poder ou de prestígio, acabem se manifestando e envolvendo os profissionais ou tramas pessoais. Nessas ocasiões, informações verdadeiras ou não podem ser usadas indevidamente para prestigiar ou prejudicar uns e promover ou favorecer outros.

É importante, ainda, ressaltar, além do comportamento profissional, alguns aspectos éticos de sua conduta pessoal, pois, devido à multiplicidade de interações que estabelece com as pessoas, queira ou não, ele acaba por tornar-se uma figura muito exposta, conhecida e visada, na escola e na comunidade.

Ressalte-se, também, que, ao interagir com pessoas de diferentes faixas etárias, status e nível socioeconômico-cultural, seu comportamento estará sendo observado, podendo até vir a servir de “modelo” para alguns, o que aumenta a necessidade de uma conduta ética irrepreensível. Portanto, o Orientador Educacional deve ter discrição em sua vida pessoal, em público, mesmo quando fora do local ou horário de trabalho, a fim de que sua imagem seja sempre preservada de comentários desabonadores ou comprometedores. Na instituição escolar, como um todo, dada a natureza do processo educativo, é importante que sejam observados princípios éticos e, em particular na área de Orientação Educacional, é importante que tais preceitos sejam seguidos.

Os grupos sobrevivem quando estabelecem trocas com a coletividade num intercâmbio que leva ao mútuo enriquecimento. Assim, o grupo constitui e consolida um código que lhe assegure a unidade. Todos os profissionais vivem esta dinâmica. Os direitos, os deveres, os privilégios os congregam, emprestam rigidez aos laços de união, reforçam os caracteres comuns. Pela formação de uma consciência profissional, pontos falhos poderão ser sanados e, pouco a pouco, teremos uma classe mais respeitada, conceituada e consolidada.

5. O Papel do Orientador Educacional

A Orientação Educacional, assim como a supervisão escolar, tem recebido enfoques variados.

Tradicionalmente, o orientador educacional tem sido visto e tem-se visto como um profissional cujo papel principal é atuar com os educandos. Assim é que a orientação é definida como “um método pelo qual o orientador educacional ajuda o aluno, na escola, a tomar consciência de seus valores e dificuldades, concretizando-se principalmente através do estudo, sua realização em todas as suas estruturas e em todos os planos de vida”. Em vista disso, o mesmo faz levantamentos de dados (sondagem de aptidões), realiza sessões de orientação e de aconselhamento e desempenha uma série de funções de maior ou menor importância, relacionadas com a concepção do atendimento ao educando.

Dentre todas essas atuações, o aconselhamento tem sido considerado como a principal e mais importante. No entanto, a fundamentação, habilidade e eficácia de tal papel na escola têm sido largamente questionadas recentemente, face à dificuldade de o orientador educacional demonstrar, objetivamente, que, dedicando grande parte do seu tempo, contribui da melhor maneira possível para o atendimento da problemática do educando. Vejamos:

Os modelos e técnicas de aconselhamento utilizados em orientação educacional desenvolveram-se originalmente no âmbito da psicoterapia e implicitamente assumem a noção de que o indivíduo, e não o ambiente em que faz parte, é que deve modificar-se, pois é ele, indivíduo, e não o ambiente, que está perturbado, doente ou com problemas. De fato, observa-se facilmente a transposição de tal concepção em posições assumidas pelo orientador educacional na escola, posições estas que correspondem a expectativas de pessoas que participam do processo educativo. Por exemplo, o aconselhamento é mais comumente utilizado em casos relacionados com indisciplina (Lück, 1979) e a prática frequente é o aluno ser encaminhado à orientação educacional com a expectativa implícita de que o mesmo seja modificado, corrigido. A suposição implícita é de que o aluno é a causa do problema. Tal procedimento não reconhece que, muitas vezes, comportamentos inadequados do educando são causados, dentre outros, por disfunções ambientais como, por exemplo, currículos e programas inadequados às suas necessidades e condições individuais, regulamentos inflexíveis, ou insensibilidade de professores e adultos em geral à individualidade do educando.

Além da parcialidade com que vê a situação do aluno, tal posição assumida incorre em erro por chocar-se com os princípios do próprio aconselhamento quanto à aceitação e compreensão do educando.

Os modelos e técnicas de aconselhamento desenvolveram-se principalmente mediante sua aplicação com clientes adultos e voluntários. A viabilidade de sua aplicação com outro tipo de população – na escola, a criança e o adolescente – geralmente não voluntários, necessita ser evidenciada empiricamente.

No plano da argumentação lógica, questionam-se:

  • Que o relacionamento naturalmente desigual entre orientador educacional e aluno (adulto-criança, adolescente) deixe de influir no educando como tal, mormente em nossa cultura em que o adulto é naturalmente visto como autoridade pela criança, independentemente da posição que ocupe em relação a ela (Sheibe e Spaccaquerque, 1976);
  • O aconselhamento individual e mesmo em grupo, como forma principal de atuação em orientação educacional, obriga a uma proporção relativamente pequena de alunos por orientador educacional. Idealmente, esta proporção é de 450 alunos por orientador educacional nas escolas de ensino de 1º grau. Tal proporção, já considerada impraticável em países desenvolvidos como norma sistêmica, mais ainda o é entre nós, ainda mais considerando-se a crescente necessidade de expansão das redes públicas do ensino.

Numa escola com números elevados de alunos em proporção a orientadores educacionais, em que se adotem as funções de aconselhamento como forma principal de atuação, ocorre certamente o atendimento de uns poucos alunos, ficando a maioria deles sem receber os benefícios da orientação educacional. Mais ainda, pressionados pelo tempo limitado, dada a sobrecarga de alunos, tentará o orientador educacional abreviar a duração e o número das sessões de aconselhamento com cada aluno e, inadvertidamente, o orientador poderá forçar um ajustamento prematuro e artificial.

O atendimento individual ao educando, que vem caracterizando a orientação educacional, fundamenta-se no pressuposto de que os educandos têm necessidades especiais e que os professores não estão preparados ou não têm condições para atendê-las. Segundo esse enfoque, o orientador educacional “presta serviços” na medida em que emergem as necessidades (Lück, 1978).

Tal concepção de prestação de serviços e atendimento direto ao educando, de acordo com a emergência de necessidades psicoemocionais, parece ter gerado uma mudança na abrangência e sentido do papel do professor em relação ao aluno. Observa-se, por exemplo, que, quando o professor percebe que algum aluno seu tem dificuldades especiais, encaminha-o para o orientador educacional a quem transfere a responsabilidade de resolvê-las. Ora, o professor é figura central na formação do educando. É ele quem forma no aluno o gosto ou desgosto da escola; a motivação ou não pelos estudos; o entendimento da significância ou insignificância das áreas e objetivos de estudo; a percepção de sua capacidade de aprender, de seu valor como pessoa, etc. Da qualidade do relacionamento interpessoal professor-aluno, de responsabilidade do primeiro, depende, dentre outras coisas, o ajustamento emocional do aluno em sala de aula e na escola. Portanto, não se concebe a eficácia de uma ação para sanar dificuldades dos alunos em sala de aula sem a participação do professor.

Em vista dos problemas expostos, preconiza-se que o orientador educacional assuma funções de assistência ao professor, aos pais, às pessoas da escola com as quais os educandos mantêm contatos significativos, no sentido de estes se tornarem mais preparados para entender e atender às necessidades dos educandos, tanto com relação aos aspectos cognitivos e psicomotores, como aos afetivos.

6. Conclusão

O centro de atenção máxima da escola deve ser o aluno. A escola existe em função dele e, portanto, para ele. A sua organização, em quaisquer de seus aspectos, deve ter em vista a consideração do fim precípuo a que a escola se destina: a criação de condições e de situações favoráveis ao bem-estar emocional do educando e o seu desenvolvimento em todos os sentidos: cognitivo, psicomotor e afetivo, a fim de que o mesmo adquira habilidades, conhecimentos e atitudes que lhe permitam fazer face às necessidades vitais e existenciais.

Na promoção destas condições e situações, um dos fatores mais decisivos é o Orientador Educacional. Suas atitudes, práticas e desempenhos promovem um impacto significativo no educando, pois elas influem na imagem que os educandos formam da escola, no processo educativo em geral, na imagem de si mesmos e, é claro, em aspectos particulares de sua aprendizagem. Portanto, toda atenção deve ser dada ao desenvolvimento de atitudes, habilidades e conhecimento do Orientador para que possa promover um processo educativo relevante.

7. Bibliografia

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