O Papel do Nutricionista e a Evolução da Educação Nutricional no Brasil

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O Nutricionista como Conselheiro Nutricional

O conselheiro nutricional é apenas o facilitador das mudanças de comportamento. Ele dá apoio emocional, auxilia na identificação de problemas nutricionais e de estilo de vida, sugere comportamentos a serem modificados e facilita a compreensão e o controle do cliente.

O Papel Essencial do Nutricionista

A mudança desejada de um comportamento deve ser específica às necessidades e à situação de cada indivíduo. O paciente deve reconhecer que existe o problema e que, de fato, existe o desejo de mudar. Sem esse desejo interno de cada indivíduo, todo trabalho de educação é inútil.

Atualmente, o desafio da EAN (Educação Alimentar e Nutricional) é ultrapassar os limites das ações dirigidas ao consumo de alimentos e seu impacto na saúde, estendendo-as para dimensões que abranjam a produção e o abastecimento de alimentos.

Desafios Atuais na Educação Alimentar e Nutricional (EAN)

  • Estratégia prioritária dos programas de saúde.
  • Atividade privativa do nutricionista ↔ Responsabilidade compartilhada com outros profissionais.
  • Não é uma missão nem um dom → requer estudo, metodologia, processos e instrumentos.

Histórico da Educação Nutricional no Brasil

No Brasil, o interesse pela Educação Nutricional surgiu nos anos de 1930, no início da conformação de nosso parque industrial e da organização de uma classe trabalhadora.

  • Foram instituídas Leis Trabalhistas e a cesta básica.
  • Nesse cenário, os estudos de Josué de Castro descortinaram a situação de desigualdade e fome no país.

A educação nutricional era vista como um dos pilares dos programas governamentais de proteção ao trabalhador. Ela nasceu com a perspectiva de ser uma alavanca que determinaria mudanças significativas nas condições de alimentação da população trabalhadora.

Estratégias Iniciais da EAN e Suas Críticas

As estratégias de EAN eram dirigidas aos trabalhadores e suas famílias. Essa abordagem é hoje considerada preconceituosa, ao pretender ensiná-los a se alimentar corretamente segundo um parâmetro descontextualizado e estritamente biológico.

  • As ações eram centradas em campanhas de introdução de alimentos que não eram usualmente consumidos e de práticas educativas dirigidas, principalmente, às camadas de menor renda.

A Figura da "Visitadora de Alimentação" (Década de 1940)

Na década de 1940, a "Visitadora de Alimentação" visitava os domicílios ditando as recomendações alimentares. Essa atividade teve pouca duração, sendo considerada invasiva pela população.

A Campanha da Soja (Décadas de 1970 e 1980)

Nas décadas de 1970 e 1980, houve um estímulo ao consumo da soja e seus derivados, impulsionado pela necessidade de escoar o excedente de produção.

Convênio MEC-USAID e a Educação Nutricional

O convênio MEC-USAID orientava o consumo dos produtos "doados" pelos EUA aos países pobres do Terceiro Mundo. O objetivo principal dos excedentes agrícolas americanos era garantir a estabilidade dos preços no mercado internacional e fomentar o desenvolvimento de mercados externos.

Críticas às Práticas Focadas Apenas na Dimensão Nutricional

Essas práticas desconsideravam os aspectos culturais e sensoriais dos alimentos. Evidencia-se também a interferência de interesses econômicos, o que levou ao descrédito da educação nutricional por razões de ordem ética e política.

As Políticas de Alimentação Pós-1964 e o Paradigma Técnico

Assim, após 1964 (regime militar), as políticas de alimentação foram norteadas pelo pensamento técnico-científico.

  • Medidas adotadas:
    • A suplementação alimentar;
    • A racionalização do sistema produtor de alimentos;
    • Atividades de combate às carências nutricionais específicas.
  • O paradigma social foi substituído pelo paradigma técnico.

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