Paradigmas e Modelos de Ensino e Aprendizagem: Análise Detalhada
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Modelos Paradigmáticos de Ensino e Aprendizagem
2.1. Paradigmas e Modelos de Ensino e Aprendizagem
Conceito de Paradigma:
O paradigma é o "marco teórico de fundo que se desenvolve na ciência e é comumente aceito como forma de investigação."
Conceito de Modelo:
Modelo é a "apresentação simplificada da realidade, que nos ajuda a explicar, ensinar, melhorar ou reconstruir."
2.1.1. Principais Paradigmas que Influenciam o Processo de Ensino-Aprendizagem
Paradigma Comportamental
Características do Paradigma Comportamental:
- Metáfora básica: a máquina.
- Paradigma para a investigação ou processo-produto.
- Modelo de professores: competência.
- Objetivos operacionais do programa.
- O currículo exigido é fechado.
- Aplicação de técnicas de modificação de comportamento.
- Somente os resultados são avaliados.
- O ensino e a aprendizagem focam no produto.
- S.R, S.O.R.
"O paradigma comportamental surgiu no começo do século XX e seus principais representantes são Pavlov, Watson e Thorndike. Posteriormente, o desenvolvimento fundamental deste paradigma corresponde a Skinner."
Autores Principais:
- Pavlov
- Watson
- Thorndike
- Skinner
Pavlov: Condicionamento Clássico
Pavlov é conhecido principalmente por formular a lei do reflexo condicionado, que desenvolveu entre 1890 e 1900, depois de observar que a saliva de cães utilizados em seus experimentos poderia ser o resultado da atividade psíquica. Ele fez a famosa experiência de um sino soar um pouco antes de dar comida a um cachorro, chegando à conclusão de que, quando o cão tinha fome, começava a salivar só de ouvir o som da campainha.
Na década de 1930, passou a significar o anúncio do começo da função da linguagem humana como resultado de uma cadeia de reflexos condicionados que contêm palavras.
Watson: Condicionamento Clássico
Fundador do behaviorismo e do comportamento. Baseou-se na teoria de Pavlov. Ele também estudou a aprendizagem animal.
Foi um dos mais importantes psicólogos americanos do século XX, conhecido como fundador da escola behaviorista da psicologia.
Tornou-se famoso por argumentar que, tendo 20 crianças quaisquer, e aplicando técnicas de manejo do comportamento, poderia criar qualquer tipo de pessoas (justo, ladrão, etc.) que quisesse. Naturalmente, Watson, finalmente, admitiu que este termo estava longe de ser o que poderia realmente conseguir, porque os psicólogos que ele tinha antes tentado em vão há décadas.
No entanto, Watson desenvolveu o behaviorismo, que constitui hoje uma das escolas psicológicas mais importantes, e é usado em muitas terapias altamente eficazes.
Com seu behaviorismo, Watson salientou o comportamento externo das pessoas e suas relações em determinadas situações, ao invés do estado mental interno das pessoas. Em seu ponto de vista, a análise do comportamento e as relações eram o único método objetivo para obter insights sobre as ações humanas.
Qualquer estímulo provoca uma resposta. A resposta será a mesma se a situação se repetir e se preceder a formação relevante (S. ... R).
Aprenderá a associar estímulos com respostas.
Está convencido de que a criança pode obter o que deseja: torná-lo um santo ou um demônio. Tudo vai depender do ambiente externo, da influência de referência, do ambiente...
Watson, como todo behaviorista, tem uma visão otimista da educação.
Thorndike: Condicionamento Instrumental
Foi um behaviorista dos EUA. Seu trabalho de estudo do comportamento de animais levou à teoria do conexionismo.
Sua contribuição mais importante é a formulação da chamada Lei do Efeito, a partir de estudos realizados com gatos em caixas, que deviam emitir uma resposta para escapar.
Lei do Efeito:
Sob esta lei, as respostas que são seguidas (contiguidade) de consequências reforçadoras serão associadas à estimulação e terão maior probabilidade de ocorrência quando o estímulo aparecer.
Pelo contrário, se a resposta ao estímulo for seguida por consequências aversivas, a associação será mais fraca, de modo que a probabilidade de ocorrência será menor.
Esta lei baseia-se em muitas das teorias apresentadas por Skinner.
Seus experimentos em animais e Skinner (por exemplo, o gato com fome) levarão a conclusões muito valiosas para a aprendizagem:
- Antes de uma determinada situação, eliminar as respostas erradas e definir cada vez mais a resposta correta. É chamada "Lei do Efeito". Você aprende rapidamente o que é um resultado positivo para o nosso corpo, e um resultado favorável e agradável. Aqui reside a importância da recompensa para o esforço nos estudos. Skinner dará toda a importância ao esforço positivo. O castigo, diz ele, como eu tenho que me ensinar a me comportar. Chame esse comportamento de condicionamento operante.
- Também descobriu a "Lei da Frequência": A conexão entre o estímulo e a resposta aumenta com a prática. O gato acertava mais rapidamente na primavera da pequena porta de comunicação aberta com os alimentos, de acordo com o número de vezes que você tinha feito.
- Ele também estudou a "Lei da Prontidão": Aprendemos como fazer melhor é fundamentado e quando for dada a maturidade adequada.
Skinner: Condicionamento Operante
Skinner foi o principal responsável pelo desenvolvimento da filosofia do behaviorismo radical e pelo desenvolvimento da Análise Comportamental Aplicada, um ramo da psicologia que visa a unidade de trabalho para animais e seres humanos com base nos princípios da aprendizagem. Ele conduziu o experimento através do reforço positivo e mostrou o condicionamento operante negativo, uma técnica de modificação de comportamento que se desenvolveu em contraste com o condicionamento clássico.
Skinner não defende o uso da punição. Sua pesquisa sugere que a punição foi uma técnica muito ineficiente para controlar o comportamento, o termo geralmente usado para uma pequena mudança de comportamento, mas na maioria das vezes resultando em evitar a situação de estímulo antes do comportamento seguido de punição.
O reforço positivo e negativo (que muitas vezes é confundido com punição) é o teste mais eficaz para a mudança de comportamento.
Notas sobre Métodos Avançados do Paradigma Comportamental:
- Otimismo sobre ensino e aprendizagem.
- Estabelecimento de metas específicas.
- Estruturação de unidades de aprendizagem de conteúdos.
- Organização das unidades para facilitar o desenvolvimento da linguagem e a transferência dessa aprendizagem.
- Desenvolvimento de testes de triagem para cada uma das unidades. Testes a serem aplicados para completar o exame de cada unidade.
- Recuperação por meio de estratégias alternativas para os alunos que não excedam o teste corretamente.
O papel do professor é mais criativo: "Planejador, diagnosticador e conselheiro." Explicações e orientações sobre estes métodos adquirem maior importância.
2.1.2. Paradigma Cognitivo
Características do Paradigma Cognitivo:
- Metáfora básica: computador (processamento de informação).
- Paradigma de pesquisa: mediacional: centrado no professor ou no estudante.
- Modelo de professor: reflexivo (pensamentos do professor).
- Programação de objetivos terminais.
- Modelo de currículo: flexível e aberto.
- Comportamento dirigido à cognição.
- Avaliação de processos e resultados.
- Ensino-aprendizagem: foco no processo.
Autores Principais:
- Piaget
- Bruner
- Ausubel
- Vygotsky
Piaget: Construtivismo
Piaget "tem uma concepção biológica da inteligência, que considera um caso de adaptação dos organismos ao meio ambiente. Esta função adaptativa é a mesma em todo o desenvolvimento psíquico, mas as formas que ela assume ao longo da evolução são diferentes, permitindo distinguir com precisão as fases do desenvolvimento intelectual."
O desenvolvimento individual é dividido em quatro etapas:
- Estágio Sensório-Motor (0-2 anos): O comportamento da criança é principalmente motor, sem representação interna de eventos externos ou pensamento conceitual.
- Fase Pré-Operacional (2-7 anos): Esta é a fase do pensamento e da linguagem, onde se desenvolve a capacidade de pensar simbolicamente, imitar objetos, dramatizar, desenhar, criar imagens mentais e desenvolver a linguagem falada. Nesta fase, podemos encontrar a fase do pensamento simbólico ou pré-conceitual, até cerca de quatro anos (jogar com a pedra como um carro), e a fase do pensamento intuitivo (confunde quantidade com a altura).
- Estágio de Operações Lógicas Concretas (7-11 ou 12 anos): Os processos de raciocínio tornam-se lógicos e podem ser aplicados a problemas específicos ou reais. Socialmente, a criança passa a ser um verdadeiro ser social e, nesta fase, desenvolve esquemas de seriação lógica, ordenação mental, define e classifica conceitos de causalidade, espaço, tempo e velocidade.
- Fase do Pensamento Lógico Formal (12-16 anos): Nesta fase, o adolescente consegue abstrair conhecimentos específicos observados que lhe permitem utilizar o raciocínio indutivo e dedutivo. Desenvolve e gere sentimentos idealistas, há formação da personalidade e um maior desenvolvimento de conceitos morais.
Sua psicologia genética do conhecimento, construída metodicamente, baseia-se na demonstração experimental da existência de sucessivas estruturas cognitivas, definindo etapas e níveis da psicogênese.
Características das Operações sobre os Hábitos:
- Operações de "natureza reversível". Hábitos, no entanto, são irreversíveis e trabalham rigidamente.
- A operação é "composição associativa", ou seja, o pensamento é livre para desvios para chegar ao mesmo ponto. O hábito não oferece maneiras diferentes para a ação.
- As operações são "sistemas inteiros", enquanto que os hábitos são comportamentos isolados. Por esta razão, os hábitos intelectuais tendem a esquecer, muitas vezes em períodos limitados de tempo. As operações não são esquecidas tão facilmente, porque são "afins" uns aos outros.
Bruner: Aprendizagem por Descoberta
Este método, mais personalizado e criativo, valoriza a iniciativa pessoal do aluno, e reconhece a sua "capacidade de aprender". É necessário que o aluno se sinta devidamente motivado.
Seguir este método requer um processo de investigação real. A partir de um problema, lançamos uma hipótese e selecionamos as atividades que podem confirmar a hipótese. Os problemas devem ser adaptados à capacidade do aluno. Deve-se, de acordo com a idade e escolaridade, partir de problemas práticos para os mais complexos e abstratos.
Uma característica deste método é que o professor não explica aos seus alunos o que eles podem aprender por conta própria. O papel do professor será o de facilitador da aprendizagem e de seguir um processo indutivo.
O aluno aprende não apenas dados, obtidos de uma pessoa, mas também aprende procedimentos que facilitem a resolução de problemas e a utilização de tais dados.
Este desenvolvimento pessoal favorece a retenção e a transferência da aprendizagem.
Ausubel: Aprendizagem Significativa
Ausubel foi claramente influenciado pelas teorias de Herbart, Dewey, Piaget e Gestalt.
- Herbart: a assimilação de novos conteúdos ao já conhecido.
- Piaget: em todas as questões relacionadas com as operações lógicas formais.
Ausubel, dadas as limitações da "aprendizagem por descoberta", pronunciou-se abertamente em favor da "aprendizagem significativa".
Eixos da Teoria Educacional de Ausubel:
- A assimilação ou "processo de ancoragem" dos novos conhecimentos nos já previamente adquiridos.
- A importância atribuída ao uso de "organizadores prévios".
Estes "organizadores prévios" são material introdutório, claro e bastante estável, que se apresenta antes mesmo dos materiais de aprendizagem e realizam um elevado nível de abstração, generalização e abrangência. Organizadores são, por exemplo, a introdução a um livro, a um assunto, a apresentação feita para um museu antes de começar a visitá-lo, e assim por diante.
Quando o material novo a aprender pode ser totalmente novo para o aluno, deverá ser utilizada a exposição dos organizadores, e quando lhe for familiar, serão utilizados "organizadores comparativos". O valor educacional dos organizadores depende, por outro lado, da forma como eles organizaram os seus próprios materiais de aprendizagem, e, naturalmente, esses organizadores precisam ser muito fáceis de aprender e ser redigidos em termos acessíveis ao aluno. Exemplos de organizadores: A introdução feita para um livro, um assunto, para visitar um museu...
Ausubel fala de dois tipos de aprendizagem: a "aprendizagem mecânica" e a "aprendizagem significativa". Tudo dependerá das condições em que ela ocorre.
Aprendizagem Mecânica (Rote):
Se as tarefas de aprendizagem consistem em associações puramente arbitrárias e sem sentido. O mesmo se aplica quando o novo conhecimento não pode ser ancorado no conhecimento prévio ou quando são realizadas de forma verbal-mecânica.
Aprendizagem Significativa:
É a assimilação de novos conhecimentos aos anteriormente adquiridos e ocorre de forma racional, estabelecendo conexões e relações que permitem a integração de novos conhecimentos com os precedentes.
Novas ideias podem ser aprendidas e retidas somente se elas se referem a conceitos ou proposições já disponíveis que fornecem âncoras conceituais. Se o novo conteúdo de aprendizagem criar um forte conflito com a estrutura cognitiva existente ou se houver uma total falta de respeito, as novas informações não podem ser incorporadas ou retidas.
Para que a nova aprendizagem seja significativa, exige do aluno um papel ativo. Deve estabelecer fixações com a informação previamente existente: encontrar semelhanças e diferenças.
A aprendizagem significativa não se contenta com uma simples memorização verbal, mas com uma disposição que obrigue o aluno para a compreensão e a relação do material.
Variáveis da Aprendizagem Significativa:
- Variáveis Intrapessoais:
- Estruturas cognitivas ou hierarquia de conhecimentos.
- Maturidade ou estágio de desenvolvimento do sujeito.
- Fatores motivacionais e comportamentais.
- Fatores de personalidade.
- Variáveis de Situação:
- Prática e exercício.
- Fornecimento de materiais instrucionais.
- Fatores sociais e de grupo.
- Características do professor.
Vygotsky: Potencial de Desenvolvimento
Para Vygotsky, a criança em seu processo de desenvolvimento, compreenderá e adquirirá a linguagem e os conceitos utilizados por adultos, e isso se deve à interação constante com as pessoas e ao encontro do mundo físico.
Adultos, especialmente os professores, têm um papel mediador entre a criança e a cultura social, a fim de realizar o desenvolvimento cognitivo e a aprendizagem linguística.
A teoria de Vygotsky é contra os estágios de aprendizagem de Piaget. Para Piaget, o desenvolvimento é dado como inato, enquanto que para Vygotsky tudo depende das experiências do ambiente social, de modo que a aprendizagem pode acelerar o amadurecimento. As relações sociais desempenham um papel importante no desenvolvimento cognitivo do indivíduo.
As pessoas que cercam as crianças são agentes ativos do desenvolvimento. Nesta teoria, a inteligência é um produto das relações sociais.
Potencial de Aprendizagem para Vygotsky:
- "A inteligência é o produto da aprendizagem." E, embora a relação intelectual possa ser medida, não se pode verificar apenas como a pessoa é capaz de aprender, pois isso dependerá também do ambiente social em que a criança vive imersa.
- "Grande parte das crianças com baixos escores em testes de inteligência são, em vez disso, de privação cultural", devido à falta de estimulação social para desenvolver sua inteligência.
2.1.3. Paradigma Ecológico e Contexto Social
Características do Paradigma Ecológico:
- Metáfora básica: as definições de Ariadne.
- Modelo de atalho.
- Paradigma de investigação: a etnografia.
- Modelo de professor: técnico-crítico.
- Modelo de currículo: flexível e aberto.
- Avaliação qualitativa.
- A sala de aula: o professor como gestor: interage, cria expectativas e cria um clima de confiança.
- Ensino-aprendizagem: foco sobre a vida e o contexto.
Feuerstein: Interacionismo Social
O modelo de aprendizagem proposto por Feuerstein argumenta:
- Que muitos indivíduos têm uma maior capacidade de pensamento e de desenvolvimento do comportamento inteligente do que manifestam na execução de um teste de inteligência. O modelo distingue capacidade para a aprendizagem e capacidade intelectual. Estes não são sinônimos.
- A modificabilidade do comportamento humano a ser alcançada através de situações de aprendizagem estruturada. O sujeito recebe um índice de capacidade que permanece escondida e que pode ser despertada.
"A experiência mediada de aprendizagem cognitiva (dada através de um mediador) afeta a estrutura cognitiva do indivíduo" nas seguintes fases:
Fases do Processo de Mediação Cognitiva:
- Fase de Entrada (Input): "Indica o ato mental que acumula informação." É o sistema ou o plano para não esquecer nada. Envolve a coleta de todas as informações necessárias e descrever os fatos como eles ocorreram e colocá-los em seu espaço. Elementos de entrada correspondentes à entrada de informações, propósitos iniciais.
O professor coloca questões e pede-lhes (insight) de modo que eles usem diferentes estratégias para resolver o problema: "Como você acha que pode resolver?", "Quais os passos que você vai seguir?", "Você pensa em alguma dificuldade?" Essas perguntas focam a criança. Podem ser expressões como: "Eu sei!", "Eu já vi isso!", "Agora eu sou!".
Você deve tirar proveito de erros: "Por que você acha que está errado?", "Você pode ter cometido o erro?".
- Fase de Desenvolvimento (Elaboração): Parece que o sujeito "processa, prepara, organiza e estrutura as informações para resolver corretamente." Se o sujeito faz uso adequado das informações disponíveis. Envolve o uso das informações recebidas, os dados relevantes para testar a resposta. Esta fase se concentraria no processo de aprendizagem.
- Fase de Saída (Output): "Envolve a comunicação dos resultados do processo de pensamento e o caminho para a chegada a esse resultado."
O professor trabalha em todos os momentos com a criança e deve responder a todas as perguntas que ela fizer. Isso cria um clima de colaboração.
Toda criança, apesar dos limites de sua capacidade, pode sempre melhorar.
Neste paradigma, considera-se todo o processo pelo qual o aluno atingiu a resposta. O processo é concedido esse estatuto para ser considerado um critério de grande validade para a avaliação. Feuerstein coincide com Piaget em desvalorizar os produtos e priorizar o processo. A essência da inteligência não é a medida do produto, mas a estrutura ativa do indivíduo.
Neste modelo, valoriza-se o processo e o resultado da habilidade e prontidão do processamento de informações. Será dada mais ênfase aos aspectos positivos do que aos erros (Barlow).
O modelo de Feuerstein é mais amplo do que o cognitivo. Difere do método proposto por Feuerstein para avaliação e intervenção, que é "estrutural-funcional".
- Estrutural: Uma vez que não se refere a eventos individuais, mas "ao caminho no qual o corpo interage com as fontes de informação, na qualidade e respondendo a elas."
- Funcional: Uma vez que não está preocupado apenas com operações.
É um processo de maturação que irá determinar o desenvolvimento da criança.
2.2. Aprendizagem Significativa e Construtiva
2.2.1. Conceito
Cesar Coll afirma que "a concepção construtiva de aprendizagem escolar coloca a atividade do estudante como um processo mental construtivo baseado no desenvolvimento pessoal, que é promover a atividade escolar. Pela realização de aprendizagem significativa, o aluno constrói, modifica, diversifica e coordena os seus esquemas, criando redes de significados que enriquecem seu conhecimento do mundo físico e social e aumentam o seu crescimento pessoal..."
Aprendizagem significativa, memória e compreensão da funcionalidade da aprendizagem são os três aspectos essenciais da compreensão da aprendizagem em geral e da aprendizagem escolar em particular.
2.2.2. Mapas Conceituais, Redes e Esquemas
O Epítome (Quadro Conceitual Geral)
O epítome é um quadro global "de um assunto ou área, ou pelo menos um bloco conceitual."
É uma forma de enquadrar os conceitos fundamentais de um sujeito em sua totalidade.
Está bem consciente das redes conceituais, e oferece "uma visão que varia entre todos os elementos que estamos estudando" no momento. É o andaime de suporte conceitual que ajuda você a descobrir novos conceitos sobre o já conhecido.
- É simples e visível. É mais simples do que uma rede conceitual.
- Usa a conceituação de teorias, princípios e conceitos (pouco) e representação mental (muito).
- Um quadro conceitual é a síntese de três redes conceituais.
- O professor sempre o faz.
- Melhora a aprendizagem significativa superordenada e subordinada.
Esta é uma construção simples e clara do assunto, relacionando os conceitos.
Tipos de Redes Conceituais
- Rede Conceitual Nível 1 (Quadro Geral): É o quadro geral de um assunto ou curso, mas quando se trata de Educação Infantil ou Ensino Fundamental, cobre uma área. Inclui grandes blocos conceituais que estão nos programas oficiais, adaptados pelo professor para a especificidade da zona ou centro.
- Rede Conceitual Nível 2 (Bloco de Conteúdo): É reduzida a um único bloco de conteúdo. Estabelece "novos níveis de desenvolvimento e desenvolvimento de conceitos básicos." Trata-se da Rede Conceitual do Bloco de Conteúdo para as questões da estrutura.
- Rede Conceitual Nível 3 (Conceito Específico): Esta é uma parte mais concreta ou conceito de um bloco. Pode incluir uma forma estruturada e relacionada com os itens que estão divididos.
As redes devem ser lidas de cima para baixo e da esquerda para a direita.
- A Rede Conceitual ou Semântica é uma organização reticular de conceitos, que busca relacionar os conceitos em conjunto para que adquiram novos significados.
- O conceito de rede é simples e visível, tem poucos conceitos e promove a memória visual.
- Usa a conceituação de conceitos, teorias e princípios, representação mental - a imagem mental.
- A rede pode estar sujeita a um bloco ou unidade de conteúdo didático ou centro de interesse.
- Redes Conceituais são desenvolvidas pelo professor para incentivar a aprendizagem significativa coordenada.
Elas são uma organização ou um mapeamento geográfico dos conceitos junto ao aluno.
Aprofundam alguns conceitos considerados relevantes.
Mapas Conceituais
- O mapa conceitual é simples e visível.
- Usa a conceituação de conceitos, teorias, e ao lado do estudante.
- Dá-lhes toda a importância da experiência e dos conceitos significativos. É a imagem visual-mental. Promove a percepção dos fatos, exemplos e experiências.
- Os mapas conceituais surgem sempre que a rede conceitual de um sujeito, e aprofundam certos conceitos relevantes.
- Os mapas são produzidos pelos alunos sempre fazendo perguntas.
Esquemas
O quadro conceitual é a estruturação dos conceitos e "indica que um dos conceitos o aluno deve aprender." Cada rede tem o seu próprio esquema conceitual.
O ponto de partida é o mesmo que o das redes. A diferença é que os esquemas adicionam elementos de rede adicionais.
O conteúdo da sala de aula é recolhido e os esquemas são estruturados.
- O esquema é uma organização estruturada dos conceitos que o mínimo o aluno deve aprender.
- É complexo e estruturado.
- Usa a conceptualização dos conceitos, teorias e princípios de representação mental.
- Os esquemas são usados para assuntos, blocos ou unidades de conteúdo do tema.
- Os esquemas são elaborados pelo aluno com as redes conceituais em mãos. Eles são sempre individualizados.
2.3.3. Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP)
Conceito
Trata-se de um "sistema de ensino e desenvolvimento curricular que simultaneamente desenvolve estratégias de resolução de problemas, o conhecimento disciplinar e competências básicas, que coloca os alunos no papel ativo de solucionadores de problemas" quando confrontados com um problema mal definido, que reflete os problemas do mundo real.
O grupo é composto por alunos (5-8) e um tutor. Reúne-se regularmente para discutir os problemas juntos. O trabalho do grupo centra-se na descoberta e no reforço do seu próprio potencial e capacidade de cooperação para o desenvolvimento.
Os problemas a serem enfrentados em cada trimestre e do ano são bem selecionados e estruturados pelo corpo docente da instituição ou faculdade.
Os indivíduos trabalham de forma interdisciplinar para cada caso. Esta metodologia responde a teorias cognitivas de aprendizagem, afirmando que a aprendizagem é um processo que nunca termina e que também ocorre ao longo do exercício da profissão, fazendo parte do contexto dos alunos. Eles são capazes de gerir e superar as grandes lacunas no conhecimento, que os alunos não compreendem facilmente.
Essa metodologia possibilita a formação de pessoas que, ao invés de apenas deterem conhecimento do conteúdo, sabem como buscar e tomar decisões rápidas.
Fases e Tarefas da ABP
- Problema: Os alunos têm conhecimento e experiência sobre o problema, mas não têm conhecimento suficiente e adequado para sua solução. Eles terão que tomar consciência do problema e pensar em como resolvê-lo.
- O que já sabemos?: É escrita no quadro-negro uma lista do conhecimento prévio sobre o assunto.
- O que precisamos saber?: A resposta a esta questão levantará as questões que nortearão a pesquisa posterior.
- O que podemos fazer?: Estudantes determinam seu plano de trabalho a desenvolver, formulam e testam possíveis hipóteses.
- Trabalho pessoal dos alunos: Irão investigar as fontes de informação: bibliografia, internet, consultas com especialistas, etc.
- Apresentação dos resultados para o grupo.
- O grupo comunica as conclusões aos professores: Nesta apresentação, oral ou escrita, deve conter: definição do problema, perguntas que o grupo fez, dados coletados, análise de dados e solução.
O Papel do Tutor na ABP
Não é um professor especialista em todas as diferentes áreas de conteúdo científico, pois a metodologia é interdisciplinar, mas um professor que é capaz de controlar os alunos, que prevê que eles estão perto de fontes de informação e que trabalham em equipe para alcançar a resolução satisfatória do problema.
O tutor não fornece informações para resolver o problema, mas coloca desafios aos estudantes para que cheguem de forma independente à solução do problema como um grupo e se preparem para enfrentar problemas semelhantes na vida.
O tutor é obrigado a trabalhar separadamente e em colaboração com o professor especializado na matéria. Ao mesmo tempo, está aprendendo, simultaneamente e em paralelo com seus alunos.
O trabalho do professor com os alunos é mais para que eles possam aprender a pensar e agir do que para aprender conteúdos.