Paradigmas e Rupturas: Kuhn, Foucault e Bachelard
Classificado em Filosofia e Ética
Escrito em em português com um tamanho de 2,97 KB.
Kuhn e Foucault - Paradigmas Correspondentes
Foucault, com um olhar mais abrangente, foca-se na episteme da ciência social e no paradigma científico, utilizando estruturas teóricas sociais para construir discursos verdadeiros.
Existe uma sobreposição entre a revolução científica em Kuhn e a ruptura epistemológica em Foucault.
Considerando que Kuhn analisa as revoluções no âmbito do conhecimento científico,
enquanto Foucault concebe as rupturas epistemológicas como a passagem de uma época histórica para outra.
As rupturas não são absolutas: Foucault identifica continuidades,
e Kuhn propõe a interpretação de paradigmas.
As diferenças residem no tipo de ciência que cada um analisa:
Kuhn: Ciências naturais, excluindo as ciências sociais por serem universalmente aceites.
Foucault: Ciências sociais.
Kuhn: Analisa a parte emergente do iceberg, o que é visível. Valoriza aspetos mais importantes do que a validade.
Foucault: Explora a parte submersa: práticas sociais, interesses, desejos e lutas de poder.
O estudo formal de teorias é apenas uma pequena parte - a cognição, a economia, os interesses pessoais e corporativos.
Conhecimento científico e conhecimento não científico? Para Bachelard, a diferença reside na reflexão (conhecimento científico)
sobre a perceção (conhecimento comum).
Descontinuismo - O progresso científico manifesta sempre uma rutura entre o conhecimento comum e o conhecimento científico.
Rejeita a noção de desenvolvimento contínuo do conhecimento comum para o conhecimento científico.
Continuismo - A crença na continuidade definitiva entre o saber comum e o saber científico.
Uma vez que se faz um relato contínuo dos acontecimentos, acredita-se facilmente reviver os acontecimentos na continuidade do tempo.
Critica Descartes e Bacon.
Abandona o empirismo para analisar o fenómeno.
Propõe um racionalismo dialético, o "diálogo" entre razão e experiência.
Um racionalismo concreto, solidário, baseado em experiências precisas e particulares, mas aberto à troca de informação.
Filosofia de "dizer não": reformular a hipótese sobre a realidade.
Os factos não levam a uma conclusão, mas após a conclusão, chega-se à explicação dos factos.
O erro deixa de ser interpretado como um equívoco.
Imaginação Material - Propôs o conceito de imaginação formal, que é o oposto da imaginação material.
A formal é reprodutora: invoca na mente imagens e objetos reconhecidos por experiências anteriores.
A material é produtora: cria e inventa novas imagens sem as ter conhecido anteriormente.
A teoria de Bachelard evidencia-se por uma reformulação do conhecimento científico através da rutura com o passado e de uma nova formulação do objeto científico.