Patógenos Bacterianos e Suas Doenças

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Bordetella pertussis e Coqueluche

Fatores de Virulência da B. pertussis

  • Toxina Pertussis: Promove adesão, invasão e interfere com as funções das células imunes. Inibe a morte por fagocitose.
  • Hemaglutinina Filamentosa: Liga-se à superfície de leucócitos, facilitando a fagocitose.
  • Toxina Adenilato Ciclase: Possui atividade hemolítica e promove o acúmulo de AMPc.
  • Citotoxina Traqueal: Destrói as células epiteliais da traqueia.
  • Toxina Dermonecrótica: Termolábil, causa inflamação local e citotoxicidade.
  • Pertactina: Capacita a bactéria a aderir às células.

Coqueluche: Estágios Clínicos

  • Incubação: 7 a 10 dias.
  • Estágio Catarral: Altamente transmissível, com febre, sintomas semelhantes ao resfriado comum, tosse branda que se torna persistente e severa ao final. Duração de 1 a 2 semanas.
  • Estágio Paroxístico: Caracterizado por paroxismos clássicos de tosse comprida, com destruição das células epiteliais ciliadas e diminuição da eliminação de muco. Duração de 2 a 6 semanas.
  • Estágio de Convalescença: Redução na frequência e severidade da tosse, com desaparecimento do guincho inspiratório.

Helicobacter pylori: Mecanismo de Sobrevivência

O Helicobacter pylori produz urease, uma enzima que degrada a ureia em amônia. Isso neutraliza o pH no local de adesão da bactéria, permitindo sua permanência no estômago sem sofrer a ação da acidez gástrica.

Treponema pallidum e Sífilis

Manifestações Clínicas e Estágios da Sífilis

  • Sífilis Primária: Após 10 a 20 dias da inoculação do T. pallidum, forma-se o cancro duro (úlcera rica em espiroquetas) nos genitais, mucosa oral ou pele, acompanhado de linfadenopatia. A lesão é extremamente contagiosa e cicatriza espontaneamente em 4 a 6 semanas.
  • Sífilis Secundária: De 2 a 10 semanas após o cancro duro, surgem linfadenopatia generalizada e erupções cutâneas e mucosas avermelhadas (roséolas sifilíticas) ou lesões úmidas e pálidas, ricas em espiroquetas. Desaparecem em poucas semanas.
  • Sífilis Terciária: Anos após a infecção inicial, afeta múltiplos órgãos com lesões granulomatosas (goma sifilítica) na pele e ossos, com necrose extensa e geralmente ausência de treponemas.
  • Sífilis Congênita: O T. pallidum na corrente sanguínea materna atravessa a barreira placentária, infectando o feto. Sinais: nascimento prematuro, retardo de crescimento intrauterino, falência múltipla de órgãos. Características: nariz em sela, ceratite intersticial, anomalias do SNC, dentes de Hutchinson.

Tratamento da Sífilis

O tratamento de primeira escolha é a penicilina. Alternativas incluem cefalosporinas, tetraciclinas e eritromicina.

Leptospira interrogans e Leptospirose

Epidemiologia e Patogenia

  • Contaminação: Ocorre pelo contato com urina de ratos, solos úmidos ou água contaminados pela Leptospira.
  • Infecção e Sintomas: A bactéria penetra por mucosas (olhos, nariz, boca) ou pele lesionada, causando infecções que variam de brandas a graves, incluindo febre, distúrbios gastrointestinais, icterícia, hemorragias cutâneas, e comprometimento renal e do Sistema Nervoso Central (SNC).

Diagnóstico, Tratamento e Precauções

  • Tratamento Precoce: O diagnóstico até o 4º dia da doença e o uso de penicilina reduzem o risco de evolução para formas graves.
  • Cuidados Medicamentosos: Evitar o uso de medicamentos para dor ou febre que contenham AAS (ácido acetilsalicílico) ou anti-inflamatórios, pois aumentam o risco de sangramento.

Prevenção da Leptospirose

A prevenção envolve a melhoria da infraestrutura básica (saneamento) e evitar o consumo de água não tratada e alimentos potencialmente contaminados.

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