Patologia Geral: Conceitos Essenciais de Morte Celular, Reparação e Neoplasias

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Apoptose: Morte Celular Programada

A apoptose, ou morte celular programada, é um tipo de autodestruição celular que ocorre de forma ordenada e demanda energia para sua execução, diferentemente da necrose.

Apoptose Fisiológica em Humanos

A apoptose é um mecanismo útil para manter o equilíbrio interno dos organismos multicelulares e pode ocorrer fisiologicamente em humanos nos seguintes casos:

  • Desenvolvimento Embrionário

    Várias estruturas do feto, como o ducto tireoglosso e a notocorda, sofrem involução ao longo do período gestacional.

  • Renovação de Células Lábeis

    Em tecidos cujas células se renovam constantemente, como o epitélio que reveste a pele.

  • Apoptose Estimulada por Linfócitos T Citotóxicos

    Neste caso, a apoptose ocorre quando uma célula do organismo é infectada por um vírus e passa a apresentar antígenos desse vírus em sua membrana.

  • Eliminação de Leucócitos Pós-Resposta Imunológica

    Após uma resposta imunológica do indivíduo a um agente biológico, é preciso que haja eliminação da superpopulação de leucócitos que foram usados na defesa do organismo.

Apoptose por Causas Patológicas

Lesão do material genético celular: isso pode ser causado por estímulos radioativos, químicos ou virais.

Alterações Morfológicas em Células Apoptóticas

Algumas mudanças só podem ser vistas quando as células são analisadas por microscopia eletrônica, mas, de maneira geral, os fenômenos que culminam com a morte celular programada são:

  1. Diminuição do volume celular com agressão dos componentes celulares, o que deixa a célula bastante eosinofílica.
  2. O núcleo celular muda de aspecto: a cromatina se prende à carioteca e toma um aspecto mais denso.
  3. Formam-se bolhas de citoplasma partindo da membrana plasmática celular, que se desprendem e formam corpos apoptóticos.

É importante salientar que o mesmo agente etiológico pode provocar tanto necrose quanto apoptose.

Necrose: Morte Celular Acidental

A necrose é um fenômeno degenerativo irreversível causado por uma agressão intensa, diferentemente da apoptose.

Tipos de Necrose

  • Cromatólise

    Há dissolução da cromatina e perda da coloração do núcleo, o qual desaparece completamente.

  • Necrose por Coagulação

    Causada por isquemia do local, com perda de nitidez dos elementos nucleares e manutenção do contorno celular devido à permanência de proteínas coaguladas.

  • Necrose por Liquefação

    O tecido necrótico fica limitado a uma região geralmente cavitária, havendo grande quantidade de neutrófilos e outras células inflamatórias.

  • Necrose Caseosa

    Tecido esbranquiçado, granuloso, amolecido, com aspecto de queijo friável. O tecido exibe uma massa amorfa composta.

  • Necrose Fibrinoide

    O tecido necrótico adquire um aspecto hialino acidofílico, semelhante à fibrina. Pode aparecer na aterosclerose.

  • Necrose Gangrenosa

    Provocada por isquemia e por ação de microrganismos. Pode ser úmida ou seca, dependendo da quantidade de água.

  • Necrose Enzimática

    Ocorre quando há liberação de enzimas nos tecidos. A forma mais observada é a do tipo gordurosa.

  • Necrose Hemorrágica

    Quando há presença de hemorragia no tecido necrosado.

O tecido necrótico pode evoluir para: calcificação distrófica, cicatrização ou mesmo regeneração.

Alterações Circulatórias

As alterações circulatórias estão relacionadas com distúrbios que acometem a irrigação sanguínea e o equilíbrio hídrico. Essas alterações são comuns na clínica médica, podendo muitas vezes ser causa de morte.

Compartimentos dos Fluidos Corporais

Os fluidos do corpo transitam por três compartimentos: intracelular, intersticial e intravascular.

Edema

Edema: acúmulo de líquido no tecido intercelular (intersticial), nos espaços ou cavidades do corpo.

Fatores que Influenciam o Edema

  • Pressão Hidrostática Intersticial

    Se essa força é diminuída, o líquido não retorna para o meio intravascular, acumulando-se intersticialmente.

  • Pressão Oncótica Sanguínea

    A redução da pressão oncótica provoca o não deslocamento do líquido do meio intersticial para o interior do vaso.

  • Pressão Oncótica Intersticial

    É um aumento da quantidade de proteínas no interstício, provocando um aumento de sua pressão oncótica que favorece a retenção de líquido.

  • Acúmulo de Sódio no Interstício

    Ocorre quando a ingestão de sódio é maior que sua excreção pelo rim. O sódio em alta concentração aumenta a pressão osmótica.

Reparação Tecidual e Outras Definições

A reparação durante a flogose (inflamação) pode acontecer sob dois tipos: regeneração e cicatrização.

  • Regeneração

    Reposição do tecido idêntico ao tecido perdido.

  • Cicatrização

    Substituição do tecido perdido por tecido conjuntivo fibroso.

  • Células Permanentes ou Perenes

    Caracterizam-se por apresentar baixíssimo poder mitótico e alta especialização.

  • Fases da Cicatrização

    Fatores que determinam o equilíbrio de eventos que compõem a cicatrização, divididos didaticamente em três fases: fase de demolição, fase de crescimento do tecido de granulação e maturação ou fibroplasia.

  • Hiperemia Passiva ou Venosa

    Diminuição do escoamento venoso.

  • Pressão Oncótica Sanguínea

    Pressão exercida pelas proteínas plasmáticas que ajuda a reter o líquido dentro dos vasos sanguíneos.

  • Petéquias

    Pequeno ponto vermelho no corpo causado por uma pequena hemorragia de vasos sanguíneos.

  • Agentes Indutores da Apoptose

    Vários agentes etiológicos já foram confirmados como indutores da apoptose, entre eles: diversas viroses, isquemia, hipertermia e várias toxinas.

Neoplasias (Tumores)

Conceitos Iniciais

  • Oncogenes

    Genes alterados e ditos promotores das neoplasias. Podem ter seu alelo ativo ou inativo.

  • Tumores Malignos de Origem Epitelial

    Carcinoma.

  • Tumores de Origem Mesenquimal

    Sarcoma.

Classificação de Tumores

  • Classificação Prognóstica das Neoplasias

    Nota-se um aumento do volume do órgão como um todo (crescimento expansivo), sem alteração da superfície. A coloração está alterada, mais esbranquiçada, em decorrência do acúmulo de fibras colágenas.

  • Classificação Histogenética

    Epiteliais (do epitélio de revestimento) – benignas (papilomas) e malignas (carcinomas); mesenquimais (não hematopoiéticas e hematopoiéticas).

Características Microscópicas

  • Tumores Benignos

    Apresentam suas células semelhantes às do tecido de origem; seus núcleos não estão alterados e são indistinguíveis do normal.

  • Neoplasias Malignas

    Células com núcleos alterados; há irregularidades na forma, tamanho e número. Podem surgir mitoses atípicas, hipercromasia e pleomorfismo.

Aspectos Macroscópicos e Crescimento

  • Superfície das Neoplasias

    Lisa, ulcerada, necrótica, granulosa ou papilar. Muitas vezes, as malignas epiteliais aparecem ulceradas.

  • Citopatologia Oncológica

    Pesquisa individual dos elementos neoplásicos com material obtido por intermédio de raspagem do local.

  • Crescimento Secundário e Metástase

    Crescimento secundário: crescimento neoplásico distante do seu local de origem, podendo se desenvolver por invasão e por metástase (crescimento à distância sem continuidade anatômica com a massa neoplásica de origem).

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