Patologias do Sistema Digestório: Intestino, Fígado e Pâncreas

Classificado em Medicina e Ciências da Saúde

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Neoplasias do Intestino: Pólipos e Carcinomas

Classificação de Pólipos Intestinais

Pólipos Neoplásicos

  • Adenomas

Pólipos Não Neoplásicos

  • Hamartomatosos
  • Inflamatórios
  • Linfoides
  • Hiperplásicos
Pólipos Hiperplásicos
  • Macroscopia: Protrusões hemisféricas, lisas e úmidas da mucosa, múltiplos.
  • Microscopia: Glândulas e criptas revestidas por células epiteliais não neoplásicas, células caliciformes ou absortivas maduras, com borda serreada e criptas irregulares.
Pólipos Hamartomatosos
Pólipos Juvenis
  • Macroscopia: Lesões grandes (1 a 3 cm), redondas, lisas ou levemente lobuladas.
  • Microscopia: Numerosas glândulas dilatadas, inflamação.
Pólipos de Peutz-Jeghers
  • Macroscopia: Grandes, pediculados e lobulados.
  • Microscopia: Rede arboriforme de tecido conjuntivo e músculo liso, circundado por glândulas normais ricas em células caliciformes.
Pólipos Inflamatórios

Infiltrado inflamatório rico em linfócitos, plasmócitos, neutrófilos e, às vezes, fibrose discreta da lâmina própria.

Risco de Carcinoma em Adenomas

Três características principais aumentam o risco para o desenvolvimento de carcinomas:

  1. Tamanho.
  2. Arquitetura histológica.
  3. Intensidade da displasia epitelial.

Lesões com maior potencial de malignização são os adenomas vilosos (maior frequência de displasia grave) maiores que 4 cm de diâmetro.

Fígado: Hepatites, Cirrose e Esquistossomose

Hepatite Viral: Formas Clínicas e Histologia

Formas Anatomoclínicas

  • Aguda benigna.
  • Fulminante:
    • Necrose maciça (aguda, 2 semanas de sintomas).
    • Necrose submaciça (3 a 4 semanas de sintomas).
  • Crônica:
    • Sem atividade (persistente).
    • Com atividade (ativa).
    • Lobular.
    • Cirrose:
      • Ativa.
      • Inativa.
  • Assintomática.
  • Portador crônico.

Morfologia Histológica

  • Degeneração hidrópica (citoplasma claro).
  • Degeneração eosinofílica (contração celular).
  • Apoptose (Corpúsculos de Councilman).
  • Necrose focal periportal.
  • Necrose focal intralobular.
  • Inflamação portal.
  • Colestase.
  • Hiperplasia de células de Kupffer.

Hepatite Crônica: Conceito e Etiologia

  • Conceito: Hepatite em que os sinais clínicos e bioquímicos de lesão hepática se prolongam por mais de 6 meses.
  • Etiologia: Vírus B, C, D; autoimune; drogas; distúrbios genéticos (Doença de Wilson).

Cirrose Hepática: Conceito, Patogenia e Etiologia

  • Conceito: Hepatopatia crônica fibrosante onde a neoformação conjuntiva altera a arquitetura lobular, causando obstáculos ao sistema venoso, arterial e biliar. A estrutura lobular se transforma em estrutura nodular.
  • Patogenia: Agentes agressores levam à necrose hepatocelular, que leva à inflamação. A inflamação estimula as células de Ito a produzir colágeno, resultando em fibrose e formação de septos. O fígado, de uma estrutura lobular, transforma-se em estrutura nodular.
  • Morfologia:
    • Macroscopia: Macronodular / Micronodular.
    • Microscopia: Nódulos hepáticos com fibrose em volta, com inflamação e ductos.
  • Principais Fatores Etiológicos: Doenças genéticas, substâncias tóxicas, alcoolismo, doenças virais, cirrose nutricional, secundária à obstrução das vias biliares, cirrose biliar primária.

Esquistossomose Hepática: Patogenia e Anatomopatologia

Patogenia

A transmissão é feita por caramujos que habitam em locais de água parada, como lagoas ('lagoas de coceira'). Neles, o miracídio (forma madura, que se desenvolveu no intestino do homem) vira cercária (forma capaz de penetrar a pele). A cercária caminha pelo corpo, fixando-se nos sistemas venosos porta e/ou hemorroidários. A resposta inflamatória no fígado causa granulomas e fibrose hepáticos.

Aspectos Anatomopatológicos

No corte histológico, observamos o ovo no espaço porta, causando:

  1. Granuloma (ao redor do ovo).
  2. Expansão dos espaços porta (de aspecto 'estrelado'), com fibrose.
  3. Obliteração da veia porta (que leva à hipertensão).

Pâncreas: Malformações, Fibrose Cística e Pancreatites

Malformações Pancreáticas

  • Agenesia: Associada a malformações graves incompatíveis com a vida.
  • Pâncreas Anular: Anel de tecido pancreático circundando a segunda porção duodenal, podendo causar obstrução duodenal (distensão gástrica e vômitos).
  • Pâncreas Ectópico: Encontrado no estômago e intestinos.
  • Cistos Congênitos: Desenvolvimento anômalo de ductos pancreáticos.

Fibrose Cística: Conceito e Morfologia Pancreática

Conceito

É um distúrbio disseminado do transporte epitelial que afeta a secreção de fluidos nas glândulas exócrinas e no revestimento epitelial dos tratos respiratório, gastrointestinal e reprodutor.

Alterações Morfológicas no Pâncreas

Nos casos mais leves, poderá haver apenas acúmulo de muco nos pequenos ductos com alguma dilatação das glândulas endócrinas. Nos casos mais avançados, os ductos estão totalmente obstruídos, causando atrofia das glândulas exócrinas e fibrose progressiva. Poderá ocorrer atrofia total da porção exócrina do pâncreas, deixando somente as ilhotas dentro de um estroma fibrogorduroso. Há metaplasia escamosa do epitélio de revestimento dos ductos pancreáticos, que já estão lesados pela secreção de muco espessado.

Pancreatite Aguda: Etiologia, Patogenia e Anatomopatologia

Etiologia

  • Metabólicos: Alcoolismo, hiperlipoproteinemia, drogas.
  • Mecânicos: Calculose biliar, trauma, iatrogênicos.
  • Vascular: Choque, embolia, poliarterite.
  • Infecções: Caxumba, vírus Coxsackie.

Patogenia

Fatores etiológicos levam à lesão das células acinares, que resulta na liberação e ativação de enzimas como elastase (causando hemorragia), lipase (necrose de gordura), fosfolipase (necrose de parênquima) e calicreína (edema e choque).

Aspectos Anatomopatológicos

  • Tecido pancreático amolecido, hemorrágico.
  • Necrose de gordura branco-amarelada por enzimas lipolíticas (aspecto de 'chama de vela').
  • Reação inflamatória aguda.
  • Destruição proteolítica do parênquima pancreático.
  • Destruição dos vasos sanguíneos com subsequente hemorragia intersticial.
  • Macroscopicamente, na forma mais grave, a substância pancreática exibe áreas de hemorragia vermelho-negras entremeadas com focos de necrose de gordura branco-amarelada.

Pancreatite Crônica: Conceito e Causas

Conceito

Processo inflamatório com destruição do parênquima exócrino, fibrose e comprometimento do pâncreas endócrino. Caracteriza-se pela destruição progressiva do pâncreas ou surtos sucessivos de pancreatite aguda, levando a um comprometimento irreversível.

Etiologia

  • Abuso de álcool de longa duração (mais comum em homens de meia-idade).
  • Obstrução crônica do ducto pancreático.

Alterações Histopatológicas

  • Fibrose parenquimatosa.
  • Destruição de ácinos (diminuição no número de ácinos).
  • Dilatação de ductos (dilatação variável).
  • Ilhotas de Langerhans preservadas (pâncreas endócrino preservado).

Adenocarcinoma Ductal de Pâncreas

Origem no epitélio ductal produtor de mucina. Etiologias incluem tabagismo, pancreatite crônica e exposição química. Geralmente localizado na cabeça do pâncreas.

Histologia: Adenocarcinoma pouco diferenciado formando estruturas tubulares ou aglomerados de células e exibindo um padrão de crescimento agressivo e infiltrativo.

Verdadeiro ou Falso: Patologias Digestivas

Afirmações sobre Patologias Digestivas

  1. Vesícula hidrópica significa acúmulo de material puriforme na luz e na superfície serosa. (Falso)
  2. Esôfago de Barrett consiste em metaplasia epitelial escamosa em colunas com células caliciformes. (Verdadeiro)
  3. Pancreatite aguda tem como principais causas: abuso de álcool e litíase biliar. (Verdadeiro)
  4. A Classificação de Borrmann descreve padrões macroscópicos de carcinomas gástricos avançados. (Verdadeiro)
  5. Células parietais no antro. (Falso)

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