Património Industrial: Preservação, Inventário e História

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1. O Papel do TICCIH na Proteção do Património Industrial

Uma das principais organizações internacionais é o TICCIH (The International Committee for the Conservation of the Industrial Heritage), que atua como consultor especial do ICOMOS, vinculado à UNESCO. O TICCIH concentra-se na proteção de edifícios industriais, maquinaria, paisagens e memórias culturais relacionadas à industrialização.

Esta organização promove:

  • O estudo, inventário e preservação dos exemplos mais significativos do património industrial.
  • A implementação de cartas internacionais, como a Carta de Nizhny Tagil, para estabelecer diretrizes globais na proteção e valorização desse património.

2. A Importância dos Inventários de Sítios Industriais

Os inventários são cruciais para mapear e registrar sítios industriais significativos. Eles permitem documentar detalhadamente os sítios, incluindo descrições, fotografias, vídeos e memórias orais, antes de qualquer intervenção. Além disso, ajudam a preservar a memória coletiva e facilitam políticas de preservação e reutilização.

Os inventários têm como objetivos principais:

  • Proteger edifícios, máquinas e paisagens industriais.
  • Preservar informações sobre processos tecnológicos e sociais associados.
  • Orientar intervenções de conservação e reutilização adaptativa.

3. Diretrizes da Carta de Nizhny Tagil

A Carta de Nizhny Tagil estabelece diretrizes globais para proteger, valorizar e promover o património industrial. Os seus objetivos principais incluem:

  • Proteger vestígios materiais, como fábricas, maquinaria e paisagens industriais.
  • Promover estudos e inventários detalhados, bem como a conservação e reutilização do património industrial.
  • Enfatizar a importância histórica, social, tecnológica e estética dos sítios industriais.
  • Envolver comunidades locais e promover a educação sobre a relevância do património industrial.

4. O Processo de Industrialização em Portugal

Em Portugal, a industrialização foi lenta, marcada inicialmente pelo uso de energia hidráulica em setores como os lanifícios na Covilhã, diferentemente do modelo centrado no vapor. Apesar disso, a introdução da energia a vapor também desempenhou um papel importante, especialmente em indústrias de moagem e transporte.

O processo é geralmente dividido em três vagas:

  • Primeira Vaga (Século XVIII): Implementação de pequenas indústrias mecânicas.
  • Segunda Vaga (Início do Século XIX): Maior ênfase em transportes ferroviários e energia elétrica.
  • Terceira Vaga (Pós-Segunda Guerra Mundial): Caracterizada pela modernização industrial.

5. Setores Industriais Históricos no Alentejo

Além da indústria de cortiça, o Alentejo também contava com os seguintes setores:

  • Curtumes: Localizados em Évora, Estremoz, Montemor e Vila Viçosa, focados na produção de sola e couros.
  • Lanifícios: Destacavam-se na produção de tecidos em locais como Redondo.
  • Moagem: As primeiras fábricas a vapor surgiram em Estremoz e outras cidades como Évora e Borba.
  • Indústria de Sabão e Transformação de Minérios: Essas indústrias existiram, mas foram de curta duração devido à falta de investimento e tecnologia.

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