Grandes Pensadores da Idade Média: Ambrósio, Alberto Magno e Tomás de Aquino
Classificado em Filosofia e Ética
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Santo Ambrósio
Sua principal contribuição para o pensamento da Idade Média foi estabelecer com firmeza as relações entre o Estado (Império) e a Igreja. Tornou-se necessário determinar como essas duas instituições deviam se relacionar, pois o cristianismo já exercia, no início da Idade Média, uma influência significativa.
Ambrósio foi talentoso em sua atuação como líder da Igreja e hábil político. Escreveu várias cartas para os diferentes governantes que administravam o Império, nas quais dava conselhos, fazia reivindicações para a Igreja e os cristãos, e os advertia para que se comportassem segundo a moral cristã.
Sua justificativa para exercer sua autoridade e intervir nos assuntos de Estado provinha de ser representante da Igreja, formada por Cristo e, portanto, mediador entre Deus e os assuntos humanos. Ele era o instrumento por meio do qual as bênçãos ou as condenações divinas eram aplicadas. Em face de uma polêmica, escreveu ao imperador atacando essa norma e exigindo seu fim.
Santo Alberto Magno
Para combater as heresias que na época se espalhavam pela Europa, a Ordem dos Dominicanos atuou nas universidades, particularmente no ensino de filosofia e teologia. Sendo o primeiro dominicano a ganhar notoriedade como filósofo e teólogo, Alberto Magno procurou adaptar as teorias de Aristóteles à filosofia cristã.
Alberto Magno procurou demonstrar que se podia alcançar a verdade tanto por meio da revelação e da fé quanto por meio da filosofia e da ciência. Embora houvesse mistérios acessíveis somente à fé, alguns aspectos da doutrina cristã podiam ser compreendidos também pela razão.
Seus estudos mais importantes foram sobre Aristóteles, aos quais acrescentou comentários e descrições. Os acréscimos e as correções de Alberto Magno nem sempre representam uma evolução legítima do pensamento aristotélico, pois muitas vezes foram feitos sob influência agostiniana.
Sua doutrina teológica aceita as verdades baseadas na autoridade de Deus, enquanto a filosofia estabelece as verdades conhecidas pela luz da razão. A existência de Deus e da alma espiritual pode ser provada por ambos os caminhos: o da razão e o da fé.
São Tomás de Aquino
Tomás de Aquino separou a teologia e a filosofia em ciências distintas. Sua teoria do conhecimento é a do realismo. Ele julga que os conceitos, pelo conhecimento, possuem uma realidade autônoma e objetiva.
Primeiro, são essas impressões que remetem ao objeto observado; somente depois se passa a conhecer que o objeto foi a causa da impressão. Aquino fixou-se num racionalismo moderado, o ser captado pela inteligência no âmbito do conhecimento sensível. Rejeita, portanto, a perspectiva platônica do agostinismo, cujos princípios universais se desenvolviam independentemente.
Existência de Deus
Para Aquino, Deus, uma vez concebido como Ser Absoluto, não é alcançado devidamente pela inteligência humana senão por meio de analogias. Aquino divide o ente (ser) em ato e potência, divisão que é real nas criaturas, mas que não pode ser real em Deus, que tem como essência a existência, porque também essência e existência não podem ser distintas em Deus.
Na Suma Teológica, Aquino considera cinco vias que conduzem a Deus:
Primeira Via: O Argumento do Movimento
Argumenta com base no fato do movimento. Para que ele exista, é imprescindível que haja um Primeiro Motor.
Segunda Via: O Argumento da Causa Eficiente
Alega que as causas da existência devem supor uma Causa Primeira Eficiente.
Terceira Via: O Argumento da Contingência
Considera o fato de que as coisas que se apresentam no mundo são contingentes e que não existiriam se não houvesse um Ser Não Contingente.
Quarta Via: O Argumento dos Graus de Perfeição
Alega os graus de perfeição constatados nos seres que postulam um grau máximo de perfeição; o caminho se processa por graus de perfeição.
Quinta Via: O Argumento da Finalidade ou Ordem do Mundo
Toma como ponto de partida a ordem do mundo. Como as coisas sem conhecimento não têm capacidade de querer um fim, prova a existência de uma ordem exterior a ele: Deus.
A Ética
Trata da relação entre a justiça e o bem e o livre-arbítrio natural ao homem.