Pensamento de Kant e Rousseau: Ética, Conhecimento e Política

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Resumo da Filosofia de Kant

A filosofia de Kant aborda quatro questões fundamentais:

  • O que posso saber?
  • O que devo fazer?
  • O que me é permitido esperar?
  • Em suma, O que é o homem?

A primeira pergunta é respondida na Crítica da Razão Pura, onde ele afirma que o conhecimento é possível e que a ciência se baseia em juízos sintéticos a priori. Na Estética Transcendental, Kant explica que o fenômeno (aquilo que podemos conhecer) é capturado pelos sentidos através das formas a priori da sensibilidade: espaço e tempo. Na Analítica Transcendental, ele revela que o que é capturado pelos sentidos no espaço e no tempo é então organizado e convertido em conceitos empíricos pelas categorias, que são conceitos puros a priori do nosso entendimento. Na Dialética Transcendental, Kant demonstra que o 'em-si' das coisas (o númeno) não pode ser conhecido, ao contrário das pretensões da metafísica, e que esse tipo de conhecimento não constitui ciência. Portanto, Deus, o mundo e a alma (o 'eu'), objetos da metafísica, são apenas ideias da razão, e não objetos de conhecimento empírico.

As segunda e terceira questões são abordadas na Crítica da Razão Prática. Ele argumenta que a lei moral é o imperativo categórico, que não busca fins externos (como felicidade ou prazer), mas sim o cumprimento do dever pelo dever. Isso contrasta com o imperativo hipotético, que visa um fim específico (como felicidade, utilidade ou prazer) em nossas ações. A ética kantiana, baseada no imperativo categórico, é formal, e seus postulados práticos são a imortalidade da alma, a liberdade e a existência de Deus. Sem esses postulados, a ética não seria possível.

Resumo da Filosofia de Rousseau

Rousseau propõe que o ser humano é a única criatura da natureza capaz de buscar o bem e a verdade, é livre, tem uma alma imortal e pode evitar o mal e seguir o bem. Ele diz que o ser humano só pode encontrar a felicidade na natureza e em uma sociedade justa e harmoniosa. Isso é alcançado por meio de uma educação que ensina a tolerância, a religião natural (baseada na observação da natureza) e os princípios da psicologia humana. Para Rousseau, o conhecimento não deve ser buscado por meio da razão, mas pelo "sentimento" ou o desejo inato de saber. Sua ética, por sua vez, baseia-se na premissa de que o homem é bom por natureza, não pela razão, e que essa bondade inata o impede de fazer mal a ninguém.

No entanto, o ponto central da filosofia de Rousseau é sua teoria social. Ele argumenta que a sociedade corrompe e perverte o ser humano, que é intrinsecamente bom. O homem passou de um estado natural para um estado de injustiça social, mas que se tornou necessária, e essa situação precisa ser transformada. Uma nova sociedade deve ser estabelecida por meio de um novo contrato social ou pacto social para alcançar o bem comum. Nesse pacto, cada indivíduo cede seus direitos à vontade geral, mas ao fazê-lo, ganha a força dos direitos de todos os outros. Nesta nova sociedade, todos os cidadãos são soberanos, pois a soberania reside na vontade geral do povo. Embora Rousseau não detalhe a separação de poderes nos moldes de Montesquieu, ele discute a necessidade de diferentes funções governamentais (legislativa e executiva) para implementar a vontade geral.

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