Pesca e Aquicultura em Espanha: Desafios e Evolução
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Parte 2
1. Espanha e a Política Comum da Pesca
A Espanha aderiu à Comunidade Europeia em 1986. Naquela época, a Espanha mantinha um potencial pesqueiro muito importante, equivalente a dois terços da frota europeia. Para tal, o acordo de adesão impôs à Espanha algumas condições rigorosas e um período de transição de 17 anos, até à plena incorporação, que ocorreria em 2002.
A Europa não tinha uma Política Comum das Pescas (PCP) consolidada. A Política Comum das Pescas mantém grande afinidade com a Política Agrícola Comum (PAC) e contém quatro pontos básicos:
- Política de Conservação de Recursos: Define as quotas anuais de captura. As quotas atribuídas à Espanha eram muito pequenas, o que veio a agravar os problemas do setor.
- Política Estrutural: Visa a melhoria das estruturas da pesca.
- Organização Comum de Mercado: Regula a comercialização dos produtos da pesca.
- Política de Acesso a Zonas de Pesca Externas: Realizada através de acordos com países terceiros.
Em 2002, a União Europeia realizou uma reforma da sua Política Comum das Pescas. O objetivo mais significativo tem sido assegurar o desenvolvimento sustentável das atividades de pesca nas suas vertentes económica, ecológica e social.
Desde setembro de 2008, iniciou-se uma fase de avaliação e acompanhamento da Política Comum das Pescas e do estabelecimento de critérios para a sua revisão em 2013.
2. A Pesca Atual em Espanha: Significado Regional
A frota espanhola sofreu uma transformação muito grande e agora está na vanguarda da tecnologia. Muitos navios poderiam ser chamados de verdadeiras fábricas; estes barcos coexistem com a frota costeira tradicional.
Os locais de pesca variaram, tanto na natureza quanto na localização, pois hoje a captura é feita em águas de outros países e a uma distância considerável, no Pacífico e no Índico.
O volume da pesca diminuiu, e a Espanha deixou de ser um país exportador para se tornar importador de peixe. De forma complementar, a Espanha está a desenvolver pesquisas importantes para o desenvolvimento da aquicultura.
As regiões pesqueiras espanholas mais importantes são:
- A Galiza mantém a sua primazia na pesca em Espanha, uma vez que fornece um terço da captura e quase metade do emprego no setor.
- A pesca na Andaluzia tem raízes mais sociais do que económicas. Apresenta uma frota robusta e uma pesca costeira artesanal com forte atividade, especialmente nas áreas turísticas do Mediterrâneo.
- Na costa do Mediterrâneo, a pesca é muito tradicional, e a situação dos recursos marinhos é preocupante em relação à sua conservação.
- A pesca das Canárias teve a sua idade de ouro no período de 1961-1980. As mudanças na situação marítima privaram as ilhas da pesca tradicional, apesar de possuírem uma excelente localização e infraestrutura.
3. Aquicultura: Crescimento e Importância
A aquicultura é definida como o cultivo de organismos aquáticos, incluindo peixes, crustáceos e plantas marinhas. Abrange a piscicultura marinha, a piscicultura de água doce e o cultivo de outros organismos aquáticos. Tem experimentado um crescimento espetacular.
Este rápido desenvolvimento deve-se à necessidade de abastecer mercados alimentares cada vez mais competitivos e globais, e à crescente consciência institucional sobre a necessidade de proteger os recursos marinhos.
Os aspetos mais importantes da aquicultura em Espanha são:
- A aquicultura marinha é muito mais importante do que a continental.
- As principais espécies cultivadas são douradas, pregado e robalo, mexilhões, amêijoas e truta.
- As comunidades autónomas de destaque são a Galiza e a Andaluzia, seguidas por Castela e Leão, que enfrenta tensões internas.