Os Pilares da Longevidade do Estado Novo (1933-1974)
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O Enquadramento e Controlo das Massas
A longevidade do Estado Novo explica-se pelo conjunto de instituições e processos que conseguiram enquadrar as massas e obter a sua adesão ao projeto do regime. Estes mecanismos incluíam:
- O Secretariado da Propaganda Nacional (SPN), dirigido por António Ferro, que divulgou os ideais do regime.
- A União Nacional, partido político oficial que transmitia o espírito da Nação, enquanto a oposição era duramente reprimida.
- O funcionalismo público foi obrigado a fazer prova da sua fidelidade ao regime através de um juramento.
- Organizações milicianas como a Legião Portuguesa, que se destinava a defender o património espiritual da Nação.
- A Mocidade Portuguesa, de inscrição obrigatória, que ensinava aos jovens a ideologia defendida pelo regime, bem como a obedecer e respeitar o líder.
- O controlo do ensino, com a expulsão de professores oposicionistas e a adoção de livros únicos oficiais que mostravam os valores do Estado Novo.
O Aparelho Repressivo do Estado
O Estado Novo rodeou-se de um aparelho repressivo que amparava e perpetuava a sua ação:
- A censura prévia aos media, que proibia a difusão de palavras e imagens subversivas à ideologia do Estado Novo.
- A Polícia Política, que teve várias designações (PVDE, PIDE e DGS), e que perseguia todo e qualquer opositor ao regime.
- As vítimas da Polícia Política eram mantidas incomunicáveis em prisões.
Estabilidade Financeira e Equilíbrio Orçamental
A estabilidade financeira era a prioridade máxima de Salazar e do Estado Novo. Para ele, a economia devia ser orientada e dinamizada pelo Estado, sujeitando-se todas as atividades ao interesse da Nação. Sob o lema de Diminuir as despesas e aumentar as receitas, Salazar conseguiu, nos meses seguintes à sua nomeação, o equilíbrio orçamental.
Administraram-se melhor os dinheiros públicos, criaram-se impostos e aumentaram-se as tarifas alfandegárias sobre as importações. Criaram-se mais receitas com as exportações de volfrâmio, embora, com isto, a população vivesse extremamente mal. Conseguiu-se, assim, a estabilidade monetária, conferindo uma imagem de credibilidade e competência governativa a Salazar.
Defesa da Ruralidade e Campanhas Agrícolas
Nos anos 30, Portugal viveu um exacerbado ruralismo. Criaram-se verbas para a construção de numerosas barragens, para melhor irrigar os solos. Fomentou-se a cultura da vinha e alargou-se a produção de arroz, batata, azeite e frutas.
A Campanha do Trigo procurou alargar a área de cultura deste cereal, nomeadamente no Alentejo, o que, em tempo de crise económica, conseguiu a autossuficiência do país. Esta campanha representou um momento alto da propaganda do Estado Novo.
Obras Públicas e Desenvolvimento de Infraestruturas
A política de obras públicas levada a cabo pelo Estado Novo combateu o desemprego originado pela depressão e dotou o país de infraestruturas essenciais:
- Construíram-se e repararam-se estradas. A rede viária duplicou, favorecendo a unificação do mercado nacional e proporcionando melhor acessibilidade em relação aos mercados externos.
- Construíram-se também pontes, como a ponte sobre o Tejo em Lisboa.
- As redes de telefone conheceram uma grande expansão.
- Relativamente aos portos, efetuaram-se obras de alargamento e beneficiação, nomeadamente em Leixões, Lisboa, Setúbal, entre outros.
- Expandiu-se a eletrificação do país.
- Construíram-se hospitais, escolas, universidades, bairros operários e tribunais.
