Placentação e Anexos Fetais em Mamíferos
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Placentação e Envoltórios Fetais
Placenta
Órgão localizado no útero durante a gestação. Presente em espécies eutérias, a placenta é formada por tecidos maternos e fetais.
Placentação
Processo de justaposição das vilosidades do cório (porção fetal) com as criptas da mucosa uterina (endométrio).
Nutrição do Embrião
A nutrição do embrião evolui de histotrófica para placentária e, finalmente, para hematotrófica.
Funções da Placenta
- Órgão de alimentação do feto: Fornece água e nutrientes por difusão para o desenvolvimento embrionário fetal.
- Órgão de filtração: Permite a passagem de substâncias entre a mãe e o feto (materno-fetal e fetal-materna).
- Órgão respiratório do feto: A placenta, através da veia umbilical, leva o sangue rico em oxigênio para o fígado (veia porta) e veia cava caudal do feto. O sangue oxigenado segue para o coração, passando pelo forame oval para os átrios e pulmões. O ducto arterioso direciona parte do sangue dos pulmões para a aorta, e as artérias umbilicais levam o sangue de volta para a placenta.
Classificação da Placenta
A classificação da placenta pode ser feita de acordo com:
- Intimidade das junções materno-fetais:
- Adeciduada: Menos profunda, como em equinos, suínos e ruminantes (semi-placenta).
- Deciduada: Mais profunda, como em carnívoros, primatas e roedores (placenta verdadeira).
- Difusa: Completa (equinos) ou incompleta (suínos).
- Cotiledonária: Ruminantes.
- Zonária: Carnívoros.
- Discoidal: Humanos e primatas.
Tipos de Placenta
- Placenta difusa: As vilosidades coriônicas estão distribuídas por quase toda a superfície do cório, interdigitando-se com depressões no epitélio uterino. As trocas fisiológicas ocorrem em toda a superfície.
- Placenta cotiledonária: As vilosidades coriônicas agrupam-se em zonas específicas do cório, formando cotilédones que se ligam às carúnculas da mucosa uterina. Essas estruturas formam os placentomas, únicos pontos de troca materno-fetal.
Tipos de Placenta de acordo com as camadas materno-fetais:
- Epitéliocorial: Presente em equinos e suínos, todas as camadas uterinas e fetais permanecem intactas.
- Sinepiteliocorial: Encontrada em ruminantes, ocorre a formação de um sincício do lado materno do placentoma pela fusão de células binucleadas. Nas vacas, o sincício é temporário, enquanto em ovelhas e cabras é permanente.
- Endoteliocorial: Característica de carnívoros, ocorre a erosão do epitélio uterino, permitindo o contato direto do cório fetal com o endotélio dos vasos sanguíneos maternos.
- Hemocorial: Presente em humanos, primatas e roedores, todas as três camadas uterinas estão ausentes, o sangue materno banha as vilosidades coriônicas, possibilitando uma troca mais eficiente de nutrientes e gases.
Exemplos de placentação em diferentes espécies:
- Suína: Difusa incompleta, epitéliocorial, adeciduada.
- Equina: Difusa completa, epitéliocorial, adeciduada.
- Ruminantes: Cotiledonária, sinepiteliocorial, semidecídua.
- Carnívoros: Zonária, endoteliocorial, decídua moderada.
- Primatas: Discoidal, hemocorial, decídua extensa.
Anexos Embrionários Fetais
Os anexos embrionários fetais são estruturas derivadas dos folhetos embrionários que auxiliam no desenvolvimento do embrião. Essas estruturas geralmente se atrofiam ou são expelidas durante o nascimento. As principais funções dos anexos embrionários são:
- Proteção contra traumatismos, desidratação e choques.
- Permitir o crescimento e movimentação do feto.
- Auxiliar na dilatação do colo do útero, vagina e vulva durante o parto.
- Lubrificar a vagina.
- Inibir o crescimento bacteriano.
- Prevenir aderências.
Tipos de Anexos Embrionários:
- Saco vitelínico: Primeiro envoltório a se desenvolver, fornece nutrientes (histotrofo) para o embrião e auxilia na excreção. Nos equinos, permanece por cerca de 6 semanas, enquanto em ruminantes e suínos desaparece precocemente. É originado do trofoblasto.
- Âmnio: Envolve completamente o embrião, delimitando a cavidade amniótica, que contém o líquido amniótico. É derivado do trofoblasto e contém secreções fetais e dos folhetos amnióticos.
- Alantoide: Estrutura em forma de vesícula que armazena as excretas do embrião (função excretora). Possui uma rica rede de vasos sanguíneos que auxilia na respiração. É formado pelo endoderma.
- Cório: Envoltório mais externo do embrião. No início da gestação, sua superfície é lisa, mas com o desenvolvimento, surgem vilosidades que variam de acordo com a espécie.
- Cordão umbilical: Anexo exclusivo dos mamíferos, conecta o embrião à placenta. É um longo cordão que contém vasos sanguíneos e material gelatinoso, responsável pelo transporte de nutrientes e oxigênio da mãe para o feto e pela remoção de excretas.
Líquidos Fetais
- Líquido amniótico: Produzido pelas paredes do âmnio, envolve diretamente o feto e contém secreções fetais, como saliva, secreção nasal, urina (temporariamente), pelos, células epiteliais, entre outros.
- Líquido alantoideano: Originado nos rins do feto, auxilia na remoção de excretas.
Funções dos Líquidos Fetais
- Proteção contra traumatismos, desidratação e variações de temperatura.
- Permitir o crescimento e movimentação do feto.
- Auxiliar na dilatação do canal do parto.
- Lubrificar o canal do parto.
- Inibir o crescimento bacteriano.
- Prevenir aderências.
Placenta de Ruminantes
Nas placentas de ruminantes, as vilosidades do corioalantóide se desenvolvem em áreas específicas do endométrio, formando estruturas chamadas de placentomas. Os placentomas se encaixam em projeções do endométrio uterino chamadas de carúnculas, formando uma estrutura característica de placenta cotiledonária.