Planejamento e Controle Financeiro: Guia Essencial para Empresas
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Planejar é uma das tarefas mais importantes do gestor. Através do planejamento, realiza-se uma gestão eficaz. Administrar uma empresa sem planejar suas atividades é como pilotar uma aeronave sem um plano de voo: fica-se sujeito a um pouso forçado a qualquer momento e lugar, podendo sofrer apenas um grande susto ou até mesmo a destruição total. Se não planejar suas atividades, o gestor corre o risco de ser surpreendido por imprevistos, colocando a empresa em grandes dificuldades ou até mesmo levando-a à falência. O planejamento se faz necessário em todas as atividades da empresa, mas principalmente na área financeira. Ross et al. (1995:522) afirmam:
"O planejamento financeiro determina as diretrizes de mudança em uma empresa. É necessário porque (1) estabelece as metas da empresa para motivar a organização e gerar marcos de referência para a avaliação de desempenho, (2) as decisões de investimento e financiamento da empresa não são independentes, sendo necessário identificar a interação entre elas, e (3) em um mundo incerto, a empresa deve esperar mudanças de condições, bem como surpresas."
Nesse contexto, o planejamento financeiro é o processo formal que conduz a administração da empresa a acompanhar as diretrizes de mudanças e a rever, quando necessário, as metas já estabelecidas. Assim, a administração poderá visualizar com antecedência as possibilidades de investimento, o grau de endividamento e o montante de dinheiro que considere necessário manter em caixa, visando seu crescimento e rentabilidade.
Gitman (1987:250) afirma:
"Os planos financeiros e orçamentos fornecem roteiros para atingir os objetivos da empresa. Além disso, esses veículos oferecem uma estrutura para coordenar as diversas atividades da empresa e atuam como mecanismo de controle, estabelecendo um padrão de desempenho contra o qual é possível avaliar os eventos reais."
Nota-se que o planejamento financeiro, além de indicar caminhos para alcançar os objetivos da empresa, tanto a curto quanto a longo prazo, cria mecanismos de controle que envolvem todas as suas atividades operacionais e não operacionais. O planejamento e o controle orçamentário, quando realizados juntamente com o controle financeiro, possibilitam mudanças táticas rápidas para lidar com eventos estranhos ao processo administrativo, os quais colocam em risco o alcance das metas estabelecidas. Aumentos inesperados no índice de inadimplência no recebimento de créditos ou dificuldades na obtenção de recursos de terceiros são rapidamente identificados. Com um controle financeiro eficaz, a empresa poderá sempre adotar uma postura proativa em relação a tais eventos.
Dimensões Temporais do Planejamento Financeiro
Na visão de Welsch (1996:255-256), o planejamento e o controle de disponibilidades normalmente devem estar relacionados a três dimensões temporais diferentes:
- Planejamento a longo prazo: quando a ocorrência de fluxos corresponde às dimensões dos projetos de investimento e à dimensão temporal do plano de resultados a longo prazo (geralmente de cinco anos).
- Planejamento a curto prazo: quando a ocorrência de fluxos está enquadrada no plano anual de resultados.
- Planejamento operacional: em que as entradas e saídas de caixa são projetadas para o mês, a semana ou o dia seguinte.
O planejamento financeiro de longo prazo busca conhecer antecipadamente o impacto da implementação de ações projetadas sobre a situação financeira da empresa, indicando ao gestor se haverá excesso ou insuficiência de recursos financeiros. O planejamento financeiro de curto prazo reflete a preocupação de estimar detalhadamente as entradas e saídas de dinheiro geradas pela própria atividade da empresa. E o planejamento operacional destina-se ao controle preciso das disponibilidades, a fim de minimizar os encargos financeiros dos empréstimos e maximizar os rendimentos das aplicações dos excessos.
O Fluxo de Caixa como Ferramenta Essencial
Afirmam Gropelli e Nikbakht (1998:365):
"O sucesso e a solvência de uma empresa não podem ser garantidos meramente por projetos rentáveis e pelo aumento das vendas. A "crise de liquidez", isto é, a falta de caixa para pagar as obrigações financeiras, sempre põe em perigo uma companhia."
A gestão financeira, para ser eficaz, precisa estar sustentada e orientada por um planejamento de suas disponibilidades. Para isso, o gestor precisa de instrumentos confiáveis que o auxiliem a otimizar os rendimentos dos excessos de caixa ou a estimar as necessidades futuras de financiamentos, para que possa tomar decisões certas e oportunas. A sobrevivência e o crescimento da empresa são consequências de um planejamento que envolve volume de vendas com margens de lucro que remunerem de forma satisfatória o capital investido e um plano de recebimentos e pagamentos intercalados com boa margem de segurança do primeiro para o segundo, garantindo assim a viabilidade e a permanência da empresa no mercado. Neste contexto, o fluxo de caixa tem-se apresentado como uma das ferramentas mais eficazes na gestão financeira das empresas, como afirma Zdanowicz (1998:19):
"O fluxo de caixa é o instrumento que permite ao administrador financeiro planejar, organizar, coordenar, dirigir e controlar os recursos financeiros de sua empresa para um determinado período."
O fluxo de caixa possibilita ao gestor programar e acompanhar as entradas (recebimentos) e as saídas (pagamentos) de recursos financeiros, de forma que a empresa possa operar de acordo com os objetivos e as metas determinadas, a curto e a longo prazos. A curto prazo, para gerenciar o capital de giro, e a longo prazo, para fins de investimentos.