Planejamento Pedagógico: Teoria e Práxis na Educação
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Planejar e pensar fazem parte da especificidade do homem, pois para atingir metas e objetivos, ou mesmo realizar atividades do cotidiano, é necessário planejar as ações. De maneira geral, o planejamento está inserido em vários setores da nossa vida. O planejamento é indispensável para o bom andamento da rotina pedagógica escolar e “exige organização, sistematização, previsão, decisão e outros aspectos na pretensão de garantir a eficiência e eficácia de uma ação, quer seja em um nível micro, quer seja no nível macro” (LEAL, 2005, p. 1).
A Perspectiva Dialética e a Teoria Histórico-Cultural
A prática pedagógica que se sustenta na perspectiva dialética, cuja intencionalidade se propõe a identificar os procedimentos de ensino correspondentes às expectativas de aprendizagem, indica que, no percurso metodológico, as ações docente-discentes apoiam-se nos estudos da Teoria Histórico-Cultural. Esses estudos reforçam o esclarecimento de certos aspectos históricos, culturais e psicológicos em relação aos sujeitos do processo de ensino e aprendizagem e de suas relações histórico-sociais com a apropriação dos conhecimentos científico-culturais. A Teoria Histórico-Cultural, particularmente as ideias de Vygotsky (2001), indica-nos caminhos possíveis para a compreensão das relações de aprendizagem, necessários à organização do ensino nos encaminhamentos para a prática docente-discente. O planejamento revela-se, em boa medida, nessa perspectiva teórico-metodológica, como instrumento significativo de formação docente-discente, sendo que o processo dialético do ensino e da aprendizagem escolar decorre da relação prática-teoria-prática que se estabelece no âmbito da práxis pedagógica.
O Planejamento como Ato Político e Pedagógico
O planejamento na perspectiva educacional representa um ato político e pedagógico, pois envolve, no ato de ensinar, intenções e intencionalidade. Segundo Vasconcellos (2002), planejar torna-se importante para evitar a improvisação, representando um momento de reflexão e de pesquisa, em que o professor tem a possibilidade de uma atuação mais eficiente e eficaz. O planejamento é um aliado para evitar a mecanização do conhecimento e uma forma de valorizar a criatividade e o raciocínio lógico. Envolve a conscientização por parte do professor da necessidade de mudança, pois a eficácia só é atingida quando escolhemos previamente as ações que vamos executar. O planejamento de ensino tem suas especificidades por se tratar de ações que envolvem sujeitos em processo de formação humana.
Considerações para um Planejamento Eficaz
Dessa forma, o docente necessita refletir e prever o que poderá acontecer, ou seja, averiguar:
- a quantidade de alunos;
- os novos desafios impostos pela sociedade;
- as condições físicas da instituição;
- os recursos disponíveis;
- os níveis de aprendizagem;
- as possíveis estratégias de inovação;
- as expectativas do aluno;
- as condições socioeconômicas;
- a cultura.
Enfim, as condições objetivas e subjetivas em que o processo de ensino irá acontecer. Por meio dessa reflexão, o educador poderá dar os encaminhamentos necessários para sua ação educativa naquele contexto específico. Vasconcellos (2002, p. 107) afirma que “conhecer a realidade do aluno é essencial para subsidiar o processo de planejamento numa perspectiva dialética”. Contudo, esse (re)conhecer a realidade do aluno deve privilegiar a capacidade, os valores e a cultura nos quais o mesmo está inserido. Assim, o fazer pedagógico deve ser uma atividade intencional e dirigida com um propósito claro e específico.
A Importância da Concepção Teórica e da Democratização
Ao elaborar o seu planejamento, é válido salientar o quanto é importante que o professor tenha uma concepção teórica consistente e que assuma o compromisso com a democratização do ensino, buscando, assim, reconhecer quem são seus alunos, quais os objetivos que pretende alcançar com determinado conteúdo e como irá conduzir os processos de ensino e de aprendizagem no decorrer da aula. Além disso, deve-se preocupar com o processo de síntese final do aluno em relação ao conteúdo proposto. Considera-se que o aluno necessita vivenciar e compreender cada aula para que possa avançar do senso comum ao conhecimento científico.