O Plano Haussmann: Urbanismo Neoclássico e a Cidade Burguesa

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Teorias do Urbanismo: O Plano Haussmann

I. O Urbanismo Neoclássico

  • Com o Renascimento, novas concepções urbanísticas estabelecem traçados regulares de praças e avenidas.
  • Urbanismo do século XVIII: soluções monumentais impostas por novas funções político-administrativas e expansão do habitat.
  • Não houve um corte brusco, nem uma concepção global de cidade que solucionasse o conjunto dos problemas urbanos.
  • O século XVIII marca o início da separação entre o centro político-administrativo e comercial e a trama do habitat.
  • Enquanto a monarquia e a nobreza se mantiveram fora da cidade, esta cresceu de forma orgânica, sem mudanças profundas em sua configuração tipológica de ascendência medieval.
  • A tipologia urbanística neoclássica dilui as estruturas axiais dominantes, características dos códigos barrocos, como expressão da liberdade de iniciativa individual da burguesia.

II. A Cidade Burguesa

  • Com a Revolução Industrial e o incremento populacional, requer-se a expansão das áreas residenciais em grande escala.
  • Surge o empresário-construtor e a especulação imobiliária.
  • Em Paris, algumas transformações do período neoclássico só ocorreram após a Revolução. Em 1806, prolonga-se o eixo leste-oeste a partir do Louvre. Napoleão constrói o Arco do Triunfo.
  • A burguesia adota a edificação residencial coletiva, de 4 ou 5 andares em torno de uma praça ajardinada, mas com apartamentos amplos.
  • Racionalidade: introduz-se metodologia de projeto, pois variedade temática e valorização imobiliária não são mais compatíveis com o caráter único, exclusivo e artístico das construções barrocas.
  • A metodologia de projeto é fundada na:
  1. Análise de materiais e tecnologia disponível para a construção (ferro e vidro, depois concreto armado);
  2. Análise das funções às quais se destina;
  3. Definição de hierarquia dos espaços;
  4. Configuração da forma baseada nos princípios clássicos de axialidade e simetria;
  5. Elaboração dos detalhes.

III. O Plano Haussmann

  • O Barão de Haussmann é nomeado prefeito de Paris em 1851 e conduz o plano de remodelação urbana de 1853 a 1870. (Nota: Correção da data histórica de 1953 para 1853).
  • A cidade tornara-se o lugar das contradições sociais e luta de classes. Foi cenário de barricadas e violentas lutas em 1830, 1848 e 1871.
  • Primeiro plano diretor de uma cidade moderna e modelo global de configuração urbana.
  • Objetivos: controle militar do território; reapropriação do centro da cidade para funções nobres; modernização da infraestrutura; embelezamento; expressão da pujança política francesa; abrir milhares de postos de trabalho, atenuando conflitos sociais.
  • Modelo exportado para diversas capitais europeias e americanas: Viena (Ring, 59/72); Barcelona (Cerdá, 1859) etc.
  • A elevação dos preços fundiários, além do atravessamento dos bairros operários, expulsa a população pobre para a periferia.

IV. O Programa da Remodelação

  • Monumentalidade (teatros, grandes lojas comerciais, edifícios públicos, etc.) evidencia o domínio do espaço burguês.
  • Moradias de luxo em edifícios de 6 a 7 pisos, com loja no térreo.
  • Estrutura urbana definida por sistema viário composto de artérias e radiais que integram diferentes bairros e estações de bonde.
  • O traçado retilíneo facilitava a cavalaria e os canhões (controle militar).
  • Demolição dos edifícios medievais situados no casco histórico.
  • Construção de edifícios públicos para as novas funções do Estado: palácio de justiça, quartéis, cárceres, municipalidade, museus, etc.
  • Modernização dos serviços urbanos obsoletos: aquedutos, redes de esgoto, iluminação pública, etc.
  • Criação de um sistema de espaços verdes, com praças e parques nas escalas metropolitanas e do bairro (Inspiração inglesa).
  • Coerência visual com o estabelecimento de normas urbanísticas.
  • Relocalização dos bairros operários nos subúrbios industriais.
  • Um novo modo de vida burguês, relacionado ao habitat, lazer e zonas comerciais de luxo (Ex.: Ópera e grandes magazines como Galerie Lafayette, Printemps, Bon Marché). (Nota: Correção de 'Operá' para 'Ópera' e 'Bom Marché' para 'Bon Marché').

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