Platão: A Teoria das Ideias e Seus Fundamentos
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A Teoria das Ideias de Platão possui, pelo menos, três intenções principais: ética, política e epistemológica (ciência do conhecimento).
Platão admite que o conhecimento sensível é relativo, mas argumenta que não pode ser a única forma de conhecimento. Crê, pelo contrário, que há uma outra forma de conhecimento, própria da razão, e que é dirigida a um objeto diferente do objeto que nos dá a sensibilidade: as Ideias. O verdadeiro conhecimento tem de ser sobre o ser e não ser sujeito ao erro; deve ser infalível. A ciência só pode ser estável e permanente sobre os objetos. O conhecimento sensível, então, não pode ser verdadeiro conhecimento, pois não cumpre nenhuma dessas características.
Platão distingue dois modos de realidade: o chamado inteligível, que possui as características de ser eterno, alheio à mudança e modelo de outra realidade; e o sensível, constituído do que chamamos de coisas sujeitas a alterações e à corrupção. A teoria implica uma duplicação ontológica. A primeira forma de realidade, feita de Ideias, representa o verdadeiro ser, enquanto a segunda forma de realidade, as realidades materiais ou "coisas", estão em constante evolução, e nunca se pode dizer o que elas realmente são. O mundo sensível não pode ser reduzido a uma mera ilusão. Embora o grau de realidade não possa ser comparado ao das Ideias, não pode ser simplesmente equiparado a nada. Somente as Ideias proporcionam um conhecimento real, enquanto a realidade sensível é apenas opinião.
Conhecer é Recordar
A percepção das coisas sensíveis não nos permite apreender as Ideias. As Ideias só podem ser conhecidas através da contemplação direta do mundo inteligível. A alma humana habitou neste mundo e foi capaz de ver as Ideias, mas esqueceu-se delas. Recuperar esse conhecimento é um processo longo que se inicia com a matemática e que culmina com a dialética.
As Ideias são originais, eternas e imutáveis, como o ser de Parmênides. Não são acessíveis pelo conhecimento sensível, só são cognoscíveis pela razão. Não são objeto da sensibilidade, não são materiais. Outra questão é se
Contexto Histórico
Platão viveu no seio de uma família aristocrática. Aos 20 anos, iniciou os contactos com Sócrates, filósofo que Platão admirava e de quem se tornou discípulo. A influência socrática é notável na filosofia de Platão, especialmente em sua juventude. Durante esta fase, ocorreu a derrota de Atenas na guerra. Esses eventos afastaram Platão cada vez mais da política, levando-o a se preocupar com questões teóricas. Após a morte de Sócrates por negligência, Platão mergulhou numa nova crise e iniciou uma série de viagens que o levaram para vários países. Conheceu discípulos de Heráclito e Parmênides, bem como matemáticos (da escola pitagórica). Voltou e fundou a Academia. Nesta fase, desenvolveu suas teorias acadêmicas e suas obras mais importantes. Aos 60 anos, iniciou uma viagem para tentar implementar o ideal político de sua obra A República. No entanto, a viagem foi um fracasso. Em Atenas, conheceu Aristóteles, o que foi um grande impulso para ele. A filosofia de Platão tem sido influente no pensamento ocidental: o dualismo corpo-alma é a base da antropologia cristã.