Plenilunio: Análise dos Principais Temas
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A novela Plenilunio, de Antonio Muñoz Molina, vai além de um simples enigma policial. Embora a busca pelo assassino seja um ponto de partida, a obra rapidamente se revela uma profunda reflexão ética sobre questões atuais.
Principais Tópicos Abordados:
- Reflexão Ética: O autor aborda temas como o mal, a falta de solidariedade na sociedade contemporânea e o sensacionalismo dos meios de comunicação social.
- Violência: A violência manifesta-se em dois níveis: o abuso sexual infantil e o terrorismo da ETA. Além da violência das armas e bombas, ela atinge a esfera privada das pessoas através de ameaças, telefonemas anónimos ou banners nas ruas.
- O Amor: O amor do inspetor por Susana surge como um elemento salvador, abrindo os olhos dele para a verdadeira paixão e representando uma oportunidade de escapar da sua vida medíocre e infelicidade. O final aberto do romance deixa em aberto o desfecho desta relação.
- O Tema da Libertação Feminina: Desenvolvido através da personagem de Susana.
- O Sensacionalismo da Mídia: Uma crítica à cobertura mediática.
O Tema da Libertação Feminina
Em contraste com outras mulheres na novela, Susana é retratada como uma mulher educada, amante da leitura e da música. Após a sua experiência de casamento fracassado, teve a coragem de criar o seu filho sozinha numa cidade que não era a sua. Em contraste com a perceção das mulheres submissas e resignadas, Susana demonstra a sua independência, superando o seu passado. Agora, aos quarenta anos, decide reconstruir a sua vida, tomando a iniciativa, algo impensável nas décadas anteriores. Representa a mulher moderna, livre das restrições e imposições da época da ditadura.
O Sensacionalismo da Mídia
Há uma presença constante no romance dos meios de comunicação social. Quando é dada a notícia do assassinato, a praça enche-se de câmaras e antenas móveis, transmitindo os acontecimentos minuto a minuto, chegando mesmo a fazer a notícia em direto a partir do local. Nesta perspetiva, há uma crítica ao sensacionalismo em que a cobertura mediática tem caído nos últimos anos. Muitas vezes, a morbidade parece compensar mais do que a própria informação. Prova disso é o abandono por parte de todos os meios quando os dias passam e não há progresso na investigação. Ciente de tudo isto, o inspetor quer evitar a todo o custo que a notícia do segundo ataque chegue à imprensa. Este facto será essencial para deter o assassino.