Poesia Anteriana e Análise de 'Folhas Caídas'
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Poesia Anteriana
As duas linhas da poesia anteriana:
- A interrogação horizontal Eu/Mundo: a preocupação com o mundo, procurando conhecê-lo, interpretá-lo, compreendê-lo... A busca da justiça, do amor, da verdade, da fraternidade.
- A interrogação vertical Eu/Deus: a preocupação com Deus, procurando conhecê-lo, interpretá-lo, compreendê-l... de forma racional.
As duas tendências de sentido oposto ou os dois anteros:
- O apolíneo ou luminoso: canta o amor e a razão, como fonte de harmonia e do equilíbrio do indivíduo e da sociedade; "aspiração racionalista", "a mente iluminada do pensador e do apóstolo".
- O noturno: canta a noite, o sonho, a morte, o pessimismo, a angústia existencial, o apagamento e a desilusão.
As quatro linhas temáticas da evolução poética Anteriana:
- A expressão do amor: o amor espiritual
- As preocupações sociais, as ideias revolucionárias
- O pessimismo e a evasão
- A metafísica, Deus e a Morte
Perspectiva Global de Folhas Caídas (Almeida Garrett)
- Poesia amorosa plena de contradições e de contrastes: a mulher anjo e a mulher demônio; o céu e o inferno; a salvação e a perdição; a vida e a morte, etc.
- Os efeitos contraditórios do amor: "Este inferno de amar"; gozo e dor.
- O poeta idealista; o anseio do amor puro e ideal: "Ignoto Deo".
- O amor intenso, arrebatado, real e autêntico; o amor-paixão; o amor sem convenções e sem limites; o amor vivido e partilhado a dois (a utilização insistente dos vocábulos "rosa" e "luz", que remetem claramente para a inspiradora destes poemas): "Gozo e dor"; "Estes sítios"; "Anjo és".
- A sensualidade e o erotismo: "Os cinco sentidos".
- A paixão absorvente e total, a dependência do EU ao TU, a intensidade do amor-paixão: "Os cinco sentidos"; "Anjo és"; "Destino"; "Gozo e dor"; "Este inferno de amar".
- O ciúme.
- O destino, a fatalidade.
- O jogo da sedução; a atração fatal que conduz o homem à perdição.
- A recordação do momento do encontro fatal.
- A superlativização da mulher.
- A incapacidade de amar a mulher que o próprio poeta divinizou.
- O drama do herói romântico que reconhece a inferioridade do seu comportamento.
- O poeta reconhece os seus defeitos e os revela.
- A rejeição do conhecimento racional e a apologia do conhecimento pelos sentidos.
- O tom coloquial, natural e corrente. O tom confessional ora monologado, ora dialogado, ora interrogativo retórico, ora dramatizado.
- O abandono das convenções clássicas: do rigor métrico e rítmico, do verso branco preconizado pelos árcades.
- A linguagem simples, fluente, sem grandes efeitos estilísticos, mas colocando alguns recursos estéticos ao serviço da transição dos estados de alma do lirismo subjetivo e profundo...