Poesia Espanhola: do Século XX ao XXI
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Poesia Contemporânea Espanhola
Miguel Hernández
Este autor é uma ponte de transição entre a poesia da Geração de 27 e a da guerra. Este ano marca o centenário de sua morte. Suas obras são um claro retorno aos seres humanos contra as teorias de arte desumanizada defendidas por alguns na década de sua vida (e pelas Vanguardas da Geração de 27).
Suas principais obras são: O Raio que Não Cessa, com sonetos; Vento do Povo, apresentando questões sociais, reflexo do seu compromisso político com a causa popular e com o lado republicano; Cancioneiro e Baladas das Ausências, que contém os poemas escritos na prisão com questões apaixonadas e dolorosas para o autor, a esposa e o filho, o amor, a nostalgia da vida rural, a guerra...
Poesia dos Anos 40
Há duas tendências:
- Poesia Clássica ou Estabelecida: tanto na forma (versos e linhas clássicas como o soneto e o pentâmetro) quanto nos temas: o sentimento religioso, o amor, a paisagem... Às vezes, os poetas que se destacam nessa tendência também utilizam formas vanguardistas. Destacam-se, entre outros, Leopoldo Panero e Luis Rosales.
- Poesia Desenraizada: fala sobre o mundo e o homem contemporâneo, com uma visão amarga e direta. O melhor representante é Dámaso Alonso com Filhos da Ira, que tem todas as características deste tipo de poesia: angústia existencial, protesto contra a injustiça e a dor... É escrito em versos livres, com uma linguagem dividida.
Poesia Social dos Anos 50
Como no romance e no teatro, oferece um testemunho crítico da realidade. Os principais temas são: expressar os problemas e sofrimentos dos homens de seu tempo (luta social, pela liberdade, etc.), a injustiça e a preocupação geral com a Espanha. Quanto à forma, tem uma linguagem simples e clara, com um tom de conversa, devido ao seu desejo de alcançar "a grande maioria". Os autores de destaque são Blas de Otero, com Peço a Paz e a Palavra, e Gabriel Celaya, com Falando Baixinho, e José Hierro.
Poesia dos Anos 60 até Hoje
Contra a fórmula da poesia social, reage primeiramente um novo grupo de poetas que começou a publicar no final dos anos 50. Conscientes da poesia prosaica social, tinham como principal objetivo a renovação da linguagem poética e prestar mais atenção aos valores estéticos e formais do poema. Quanto às questões, embora não renunciem ao sentido social da poesia, predominam as questões cotidianas, a experiência e certo ceticismo moral. Os principais poetas deste grupo são: José Agustín Goytisolo, Jaime Gil de Biedma, José Ángel Valente, Claudio Rodríguez e Ángel González.
Anos 70
A remoção da poesia social se consolida na década de 70. A poesia tem as seguintes características:
- Influência da mídia de massa, particularmente o cinema.
- Grande variedade de temas: o pessoal, os mitos da cultura de massa, por motivos culturais, etc.
- Tom inconformista e, por vezes, provocante.
- Busca por novas formas de expressão, com técnicas que vão desde a colagem até a escrita automática.
Anos 80
Diferentes tendências estão acontecendo: a vanguardista e experimental, a neo-modernista ou veneziana, a cultural, a clássica íntima da poesia, o "novo" sentimentalismo, etc.
Há uma abordagem à poesia narrativa. Os poemas recolhem anedotas, colocadas na boca de personagens que contam histórias, e levam à linguagem coloquial.
Grandes poetas são Luis García Montero, Antonio Gamoneda e Antonio Colinas.