Poetas Espanhóis da Geração de 27
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- JORGE GUILLÉN (1893-1984). Os seus dois livros mais importantes são Cántico e Clamor. Em Cántico, apresenta um mundo perfeito. Em Clamor, reflete a guerra, a miséria, a dor, a opressão, a tortura... Mas o poeta não cai em desespero ou angústia, e mantém a sua fé na vida.
- GERARDO DIEGO (1896-1987). A sua obra é caracterizada por uma grande variedade de temas. Recebe influências do Modernismo, do Ultraísmo, do Criacionismo, do Gongorismo e dos clássicos. Alguns títulos são: Imagen, Manual de espumas, Alondra de verdad, etc.
- VICENTE ALEIXANDRE (1898-1984). As obras mais importantes são: La destrucción o el amor, Sombra del paraíso, Historia del corazón. A sua poesia é fortemente influenciada pelo Surrealismo. O poeta canta a terra, o mar, o sol, o vento. Há abundância do verso livre, da acumulação de imagens e metáforas, do uso de interrogações e exclamações. Em 1977, recebeu o Prémio Nobel da Literatura.
- FEDERICO GARCÍA LORCA (1898-1936). Nos seus primeiros livros: Libro de poemas, Poema del cante jondo, Suites, Canciones, apresenta os temas centrais da sua obra: a frustração, a dor, o amor, a morte, a revolta. Em Romancero gitano, a tradição culta, vanguardista e popular convivem para expressar uma visão de mundo onde as vidas dos homens são marcadas pelo destino trágico. Após a sua estadia em Nova Iorque, Lorca compôs Poeta en Nueva York. Nesta coletânea, há uma denúncia da sociedade capitalista cruel, onde tudo é marcado pelo poder do dinheiro. Neste ambiente, o poeta expressa as suas próprias obsessões pessoais:
- Desenraizamento emocional
- Perda da identidade pessoal
- A proclamação da liberdade do amor homossexual
- EMILIO PRADOS (1899-1962). Durante os anos trinta, a poesia de Prados revela a marca do Surrealismo, tanto nos recursos como no seu compromisso social. No exílio, desenvolve uma poesia densa que lembra a mística e cujo melhor exemplo é Jardín cerrado.
- RAFAEL ALBERTI (1902-1999). Na sua extensa obra, podem distinguir-se quatro fases: os livros iniciais, o seu período vanguardista, a sua poesia durante a República e o longo período de exílio. Os seus primeiros livros (Marinero en tierra, La amante, El alba del alhelí) são de caráter popular, com influência da copla andaluza. O livro mais importante da fase vanguardista é Sobre los ángeles, onde manifestou a sua desolação pessoal. Na época da República, escreve poesia engajada na denúncia da injustiça e da opressão. No seu exílio, a sua poesia continua diversa, mas sente-se a nostalgia da pátria perdida, como refletido em Retornos de lo vivo lejano e Baladas y canciones del Paraná.
- LUIS CERNUDA (1902-1963). Reuniu a sua poesia sob o título La realidad y el deseo. A sua obra tem como chave este conflito entre a realidade e o desejo, entre a sociedade e o poeta, que se confronta com os valores estabelecidos, exalta a força do desejo, a paixão do amor homossexual. A impossibilidade de conciliar a realidade e o desejo também revela que a aspiração por seres e mundos perfeitos está fadada ao descontentamento, porque a realidade é mutável e imperfeita; por isso, o amor, o desejo, leva à frustração. Outros temas são a solidão, o tédio, a saudade de um mundo mais habitável, a exaltação da beleza... E, na maturidade, Cernuda, crítico da Espanha e da vida numa sociedade de consumo, reflete sobre a passagem do tempo, o envelhecimento e a morte, oferecendo uma visão mais contemplativa do amor e meditando sobre o sentido da poesia.