Política Bourbon na América Espanhola

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A política absolutista Bourbon para a América destinava-se a reforçar as estruturas do Estado para tornar as colônias fontes de riqueza e renda para a metrópole e, em particular, para os monarcas. Isso exigiu explorar mais eficazmente os recursos, proteger os territórios de potências estrangeiras e controlar os habitantes das Américas. Com este objetivo, foi adotada uma série de medidas administrativas, especialmente durante o reinado de Carlos III:

  • Renovação administrativa e marginalização dos crioulos: Suspendeu-se a venda de cargos públicos e funcionários espanhóis foram enviados para assumir a administração, marginalizando a elite crioula.
  • Criação de novas unidades administrativas: Criaram-se novos vice-reinos, segregados do Peru, para permitir maior controlo fiscal:
    • Vice-Reino de Nova Granada: Capital em Santa Fé de Bogotá, abrangendo Colômbia, Venezuela, Panamá e Equador.
    • Vice-Reino do Rio da Prata: Capital em Buenos Aires, abrangendo Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai.
  • Revitalização da imigração: Em contraste com o período anterior, incentivou-se a vinda de imigrantes do norte da Espanha (Galiza, Astúrias, Cantábria).
  • Enfraquecimento da posição da Igreja: A expulsão dos jesuítas (1767) teve grande impacto político e econômico na América e na Espanha.
  • Criação de um exército permanente: Estabeleceram-se forças de defesa contra potências estrangeiras, principalmente a Grã-Bretanha. Como a Espanha não podia fornecer todas as tropas, permitiu-se que crioulos e mestiços se juntassem ao exército.
  • Aumento da carga tributária: Aumentaram-se os impostos existentes e criaram-se novos. O Estado estabeleceu o monopólio sobre produtos como tabaco, aguardente e pólvora. Como resultado, as receitas do Estado cresceram, mas também o descontentamento dos crioulos e, sobretudo, dos indígenas, que foram submetidos a uma dupla exploração: pelas elites locais e pela pressão fiscal (impostos).
  • Repressão de distúrbios: Os protestos de crioulos, mestiços e indígenas contra os impostos e as reformas foram reprimidos, levando a motins e revoltas.

As reformas nos domínios espanhóis também afetaram o comércio com as Índias (América), que se tentou reviver com o objetivo final de tornar a América uma exportadora de matérias-primas para a metrópole e importadora de produtos manufaturados espanhóis. Para isso, foi essencial:

  • Remover a concorrência estrangeira (contrabando).
  • Limitar ou acabar com a indústria local das colônias.
  • Eliminar o monopólio comercial de Sevilha e Cádis.
  • Permitir que outros portos e regiões espanholas participassem no comércio com a América (através do Regulamento de Comércio Livre de 1778).

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