Políticas Comerciais: Indústria Nascente e Globalização
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O Argumento da Indústria Nascente
A política de governo para promover a industrialização tem frequentemente sido justificada pelo argumento da indústria nascente, que diz que novas indústrias precisam de um período temporário de proteção contra a concorrência de indústrias já estabelecidas em outros países. Entretanto, o argumento da indústria nascente é válido somente se puder ser usado como um argumento de falha de mercado para intervenção. As duas justificativas comuns são:
- A existência de mercados de capitais imperfeitos.
- O problema da apropriabilidade de conhecimento gerado pelas empresas pioneiras.
Industrialização por Substituição de Importações (ISI)
Utilizando o argumento da indústria nascente como justificativa, muitos países menos desenvolvidos perseguiram políticas de industrialização por substituição de importações (ISI), nas quais as indústrias nacionais são criadas sob a proteção de tarifas aduaneiras e quotas de importação. Embora essas políticas tenham sido bem-sucedidas em promover a indústria, nem de longe trouxeram os ganhos esperados em crescimento econômico e padrão de vida. Agora, muitos economistas são críticos duros dos resultados da substituição de importações, argumentando que ela incentiva a produção de custo alto e ineficiente.
Mudança para Políticas Orientadas à Exportação
Com início em torno de 1985, muitos países em desenvolvimento, não satisfeitos com os resultados das políticas de substituição de importações, reduziram altamente as taxas de proteção para a indústria. Como resultado, o comércio de países em desenvolvimento cresceu rapidamente, assim como a parcela de mercadorias manufaturadas nas exportações. Os resultados dessa mudança de política em termos de desenvolvimento econômico, contudo, na melhor hipótese, têm sido mistos.
O Sucesso das Economias Asiáticas
A visão de que o desenvolvimento econômico deveria acontecer por meio de substituição de importações e o pessimismo sobre o desenvolvimento econômico, que foi espalhado à medida que a industrialização por substituição de importações pareceu fracassar, foram confundidos pelo rápido crescimento econômico de uma série de economias asiáticas. As economias asiáticas cresceram não por meio de substituição de importações, mas por meio de exportações. Ambos os crescimentos são caracterizados por altos índices de comércio na renda nacional e por taxas de crescimento extremamente altas. As razões para o sucesso dessas economias são muito discutidas, havendo controvérsia sobre o papel desempenhado pela liberalização do comércio.
Novos Argumentos para Intervenção Comercial
Alguns novos argumentos para a intervenção do governo no comércio surgiram ao longo do último quarto de século: a teoria da política comercial estratégica propôs razões pelas quais os países poderiam ganhar ao promover indústrias específicas. Na década de 1990, surgiu uma nova crítica à globalização que focava nos seus efeitos sobre os trabalhadores em países desenvolvidos. E a possível ação na mudança climática levantou algumas importantes questões, incluindo aquela sobre o caráter e a legalidade das tarifas de carbono.
Política Comercial Estratégica e Externalidades
Os argumentos dos ativistas da política de comércio repousam em duas ideias:
- Uma é o argumento de que os governos deveriam promover as indústrias que rendem externalidades tecnológicas.
- O outro, que representa um grande afastamento dos argumentos padrão de falha de mercado, é a análise de Brander-Spencer, que sugere que a intervenção estratégica pode permitir que as nações obtenham retornos em excesso.
Esses argumentos são teoricamente persuasivos; entretanto, muitos economistas preocupam-se que eles sejam muito sutis e exijam muita informação para serem úteis na prática.
Globalização e Mão de Obra
Com o aumento da exportação manufaturada em países em desenvolvimento, um novo movimento oposto à globalização surgiu. A preocupação central desse movimento é com os baixos salários pagos aos trabalhadores de exportação, embora também existam outros temas. A resposta da maioria dos economistas é que os trabalhadores de países em desenvolvimento podem ganhar baixos salários pelos padrões ocidentais, mas isso permite que eles ganhem mais do que conseguiriam de outra forma.
Desafios Morais e Protecionismo
Uma verificação de casos sugere o quão difícil a discussão sobre globalização realmente é, especialmente quando tentamos olhar para isso como uma questão moral; é muito fácil que as pessoas causem prejuízo quando estão tentando ajudar. As causas mais favorecidas pelos ativistas, como normas trabalhistas, são temidas pelos países em desenvolvimento, que acreditam que essas normas serão utilizadas como dispositivos de protecionismo.