Poder Político: Origem, Legitimidade e Religião

Classificado em Religião

Escrito em em português com um tamanho de 3,48 KB.

O Poder Político

O poder político está presente em todas as sociedades, especialmente naquelas compostas por um grande número de pessoas. Estas precisam de uma organização e, como elemento importante da mesma, de uma pessoa ou grupo de pessoas que lidere e tome as decisões que devem ser obedecidas.

O poder coercitivo é o poder do Estado para obrigar por força de lei. Este é cumprido pela polícia.

Definição do Termo Legitimidade

  1. Origem do poder: Refere-se ao fundamento sobre o qual repousa o poder político. É a resposta às seguintes perguntas: De onde vem o poder de mandar? Por que se deve obedecer a esse comando? É equivalente a ser o alicerce, a origem, a conferir poder.
  2. Acesso ao poder: Refere-se à maneira como uma pessoa que detém a autoridade chegou a exercer esse poder. De que forma chegou ao poder? Este termo refere-se às autoridades que se tornaram pessoas que podem mandar por terem chegado ao poder na sequência de procedimentos que são considerados adequados para isso, ou seja, como o acesso ao poder político.
  3. Exercício do poder: Refere-se ao exercício real do poder, às leis que a autoridade emite. Pode-se mandar qualquer coisa? Significa que as leis que emanam das autoridades são justas.

Origem Divina do Poder Político

Ao longo da história e em muitas culturas, tem sido e continua a ser comum legitimar a autoridade afirmando que o poder vem de Deus. Esta teoria é chamada de teocracia. São os deuses, ou Deus, que concedem a uma pessoa ou a um grupo delas o poder de exercer o poder em seu nome. Desta forma, as pessoas que governam a sociedade não são como os demais; têm algo diferente, um poder concedido pelos deuses, o que faz com que obedecê-las ou desobedecê-las seja, no fundo, obedecer ou desobedecer ao divino.

Cristianismo

Pensadores cristãos argumentaram que o poder era dividido, pela vontade de Deus, em dois grandes braços: o espiritual e o temporal. Os assuntos espirituais pertenciam à Igreja, cuja cabeça era o Papa. A autoridade sobre os assuntos temporais era exercida por outras instituições, nas quais o líder era o rei. Tanto o Papa quanto o rei recebiam o poder de comando de Deus. Esta dualidade de poderes gerou, desde o início, o problema da relação entre eles. Será que algum dos poderes tinha superioridade sobre o outro? O Papa se sobrepunha ao rei, ou vice-versa?

Islamismo

O fundamentalismo islâmico, em suas interpretações, também mantém uma posição teocrática no que diz respeito à autoridade: o poder político vem de Deus, e o governante dirige a sociedade em seu nome. Mas no Islã não é apenas o poder da autoridade que vem de Deus; dele também provém a lei sob a qual os homens devem viver, a lei revelada no Alcorão. (O poder temporal vem de Deus, e a Bíblia apenas reflete os valores morais.) O Direito, o caminho revelado por Deus, é o fundamento sobre o qual devem se basear as vidas individuais das pessoas e as estruturas da sociedade e as leis dos governos islâmicos.

A sociedade islâmica ideal requer a integração da religião na esfera política. (Não há separação de poderes). As pessoas podem participar na escolha daqueles que serão membros do governo, mas a ação dessas pessoas não é legislar, mas sim zelar pelo cumprimento da lei revelada por Deus.

Entradas relacionadas: