Principais Estilos Artísticos: Bizantino, Rococó, Barroco, Românico e Gótico

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Arte Bizantina

O mosaico é a expressão máxima da arte Bizantina e não se destinava apenas a enfeitar as paredes e abóbadas, mas a instruir os fiéis, mostrando-lhes cenas da vida de Cristo, dos profetas e dos vários imperadores. Plasticamente, o mosaico Bizantino em nada se assemelha aos mosaicos Romanos; é confeccionado com técnicas diferentes e segue convenções que regem inclusive os afrescos. Neles, por exemplo, as pessoas são representadas de frente e verticalizadas para criar certa espiritualidade; a perspectiva e o volume são ignorados e o dourado é demasiadamente utilizado devido à associação com o maior bem existente na terra: o ouro.

A arquitetura das igrejas foi a que recebeu maior atenção da arte Bizantina. Elas eram planejadas sobre uma base circular, octogonal ou quadrada, com imensas cúpulas, criando prédios enormes e espaçosos, totalmente decorados.

A Igreja de Santa Sofia (Sofia = Sabedoria), na atual Istambul, foi um dos maiores triunfos da nova técnica Bizantina. Projetada pelos arquitetos Antêmio de Tralles e Isidoro de Mileto, ela possui uma cúpula de 55 metros apoiada em quatro arcos plenos. Tal método tornou a cúpula extremamente elevada, sugerindo, por associação à abóbada celeste, sentimentos de universalidade e poder absoluto. Apresenta pinturas nas paredes, colunas com capitel ricamente decorado com mosaicos e o chão de mármore polido.

Toda essa atração por decoração, aliada à prevenção que os cristãos tinham contra a estatuária (que lembrava de imediato o paganismo Romano), afastou o gosto pela forma e, consequentemente, a escultura não teve tanto destaque neste período. O que se encontra restringe-se a baixos-relevos acoplados à decoração.

A arte Bizantina teve seu grande apogeu no século VI, durante o reinado do Imperador Justiniano. Porém, logo sucedeu-se um período de crise chamado de Iconoclastia, que consistia na destruição de qualquer imagem santa devido ao conflito entre os imperadores e o clero.

A arte Bizantina não se extinguiu em 1453, pois, durante a segunda metade do século XV e boa parte do século XVI, a arte daquelas regiões onde ainda florescia a ortodoxia grega permaneceu dentro da arte Bizantina. Essa arte extravasou em muito os limites territoriais do império, penetrando, por exemplo, nos países eslavos.

Rococó

O Rococó é o estilo artístico que surgiu na França como desdobramento do Barroco, mais leve e intimista que este, e usado inicialmente em decoração de interiores. Desenvolveu-se na Europa do século XVIII, e da arquitetura disseminou-se para todas as artes. Vigoroso até o advento da reação Neoclássica, por volta de 1770, difundiu-se principalmente na parte católica da Alemanha, na Prússia e em Portugal. Os temas utilizados eram cenas eróticas ou galantes da vida cortesã (as fêtes galantes) e da mitologia, pastorais, alusões ao teatro italiano da época, motivos religiosos e farta estilização naturalista do mundo vegetal em ornatos e molduras. O termo deriva do francês rocaille, que significa "embrechado", técnica de incrustação de conchas e fragmentos de vidro utilizada originalmente na decoração de grutas artificiais. Na França, o Rococó é também chamado de estilo Luís XV e Luís XVI.

Características Gerais do Rococó

  • Uso abundante de formas curvas e profusão de elementos decorativos, tais como conchas, laços e flores.
  • Possui leveza, caráter intimista, elegância, alegria, um certo bizarro, frivolidade e exuberância.

Arquitetura Rococó

Durante o Iluminismo, entre 1700 e 1780, o Rococó foi a principal corrente da arte e da arquitetura pós-Barroca. Nos primeiros anos do século XVIII, o centro artístico da Europa transferiu-se de Roma para Paris. Surgido na França com a obra do decorador Pierre Lepautre, o Rococó era a princípio apenas um novo estilo decorativo.

Principais Características da Arquitetura Rococó

  • Cores vivas foram substituídas por tons pastéis; a luz difusa inundou os interiores por meio de numerosas janelas e o relevo abrupto das superfícies deu lugar a texturas suaves.
  • A estrutura das construções ganhou leveza e o espaço interno foi unificado, com maior graça e intimidade.

Principal Artista da Arquitetura Rococó

Johann Michael Fischer (1692-1766), responsável pela Abadia Beneditina de Ottobeuren, marco do Rococó Bávaro. Grande mestre do estilo Rococó, responsável por vários edifícios na Baviera, restaurou dezenas de igrejas, mosteiros e palácios.

Escultura Rococó

Na escultura e na pintura da Europa Oriental e Central, ao contrário do que ocorreu na arquitetura, não é possível traçar uma clara linha divisória entre o Barroco e o Rococó, quer cronológica, quer estilisticamente.

Mais do que nas peças esculpidas, é em sua disposição dentro da arquitetura que se manifesta o espírito Rococó. Os grandes grupos coordenados dão lugar a figuras isoladas, cada uma com existência própria e individual, que dessa maneira contribuem para o equilíbrio geral da decoração interior das igrejas.

Pintura Rococó

Durante muito tempo, o Rococó francês ficou restrito às artes decorativas e teve pequeno impacto na escultura e pintura francesas. No final do reinado de Luís XIV, em que se afirmou o predomínio político e cultural da França sobre o resto da Europa, apareceram as primeiras pinturas rococós sob influência da técnica de Rubens.

Barroco

A arte Barroca originou-se na Itália (séc. XVII), mas não tardou a irradiar-se por outros países da Europa e a chegar também ao continente americano, trazida pelos colonizadores portugueses e espanhóis.

As obras barrocas romperam o equilíbrio entre o sentimento e a razão ou entre a arte e a ciência, que os artistas Renascentistas procuravam realizar de forma muito consciente; na arte Barroca predominam as emoções e não o racionalismo da arte Renascentista.

É uma época de conflitos espirituais e religiosos. O estilo Barroco traduz a tentativa angustiante de conciliar forças antagônicas: bem e mal; Deus e Diabo; céu e terra; pureza e pecado; alegria e tristeza; paganismo e cristianismo; espírito e matéria.

Características Gerais do Barroco

  • Predomínio do emocional sobre o racional; seu propósito é impressionar os sentidos do observador, baseando-se no princípio segundo o qual a fé deveria ser atingida através dos sentidos e da emoção e não apenas pelo raciocínio.
  • Busca de efeitos decorativos e visuais, através de curvas, contracurvas, colunas retorcidas.
  • Entrelaçamento entre a arquitetura e escultura.
  • Violentos contrastes de luz e sombra.
  • Pintura com efeitos ilusionistas, dando-nos às vezes a impressão de ver o céu, tal a aparência de profundidade conseguida.

Pintura Barroca

Características da Pintura Barroca

  • Composição assimétrica, em diagonal, que se revela num estilo grandioso, monumental, retorcido, substituindo a unidade geométrica e o equilíbrio da arte Renascentista.
  • Acentuado contraste de claro-escuro (expressão dos sentimentos), um recurso que visava a intensificar a sensação de profundidade.
  • Realista, abrangendo todas as camadas sociais.
  • Escolha de cenas no seu momento de maior intensidade dramática.

Escultura Barroca

Características da Escultura Barroca

  • Predomínio das linhas curvas, dos drapeados das vestes e do uso do dourado.
  • Os gestos e os rostos das personagens revelam emoções violentas e atingem uma dramaticidade desconhecida no Renascimento.

Bernini, arquiteto, urbanista, decorador e escultor, teve algumas de suas obras servindo como elementos decorativos das igrejas, como, por exemplo, o Baldaquino e a Cadeira de São Pedro, ambos na Basílica de São Pedro, no Vaticano.

Obras destacadas: A Praça de São Pedro, no Vaticano, e O Êxtase de Santa Teresa.

Arte Românica

Em 476, com a tomada de Roma pelos povos bárbaros, tem início o período histórico conhecido como Idade Média. Na Idade Média, a arte tem suas raízes na época conhecida como Paleocristã, trazendo modificações no comportamento humano. Com o Cristianismo, a arte se voltou para a valorização do espírito. Os valores da religião cristã vão impregnar todos os aspectos da vida medieval. A concepção de mundo dominada pela figura de Deus, proposta pelo Cristianismo, é chamada de teocentrismo (theos = Deus). Deus é o centro do universo e a medida de todas as coisas. A Igreja, como representante de Deus na Terra, tinha poderes ilimitados.

Arquitetura Românica

No final dos séculos XI e XII, na Europa, surge a arte Românica, cuja estrutura era semelhante às construções dos antigos Romanos. As características mais significativas da arquitetura Românica são:

  • Abóbadas em substituição ao telhado das basílicas.
  • Pilares maciços e paredes espessas que sustentavam as abóbadas.
  • Aberturas raras e estreitas usadas como janelas.
  • Torres, que aparecem no cruzamento das naves ou na fachada.
  • Arcos de volta perfeita (180 graus).

A primeira coisa que chama a atenção nas igrejas românicas é o seu tamanho. Elas são sempre grandes e sólidas, daí serem chamadas de "Fortalezas de Deus". A explicação mais aceita para as formas volumosas, estilizadas e duras dessas igrejas é o fato de a arte Românica não ser fruto do gosto refinado da nobreza nem das ideias desenvolvidas nos centros urbanos; é um estilo essencialmente clerical. A arte desse período passa, assim, a ser encarada como uma extensão do serviço divino e uma oferenda à divindade.

A mais famosa é a Catedral de Pisa, sendo o edifício mais conhecido do seu conjunto o campanário, que começou a ser construído em 1174. Trata-se da Torre de Pisa, que se inclinou porque, com o passar do tempo, o terreno cedeu.

Na Itália, diferentemente do resto da Europa, não apresenta formas pesadas, duras e primitivas.

Pintura e Escultura Românica

Numa época em que poucas pessoas sabiam ler, a Igreja recorria à pintura e à escultura para narrar histórias bíblicas ou comunicar valores religiosos aos fiéis. Não podemos estudá-las desassociadas da arquitetura.

A pintura Românica desenvolveu-se sobretudo nas grandes decorações murais, através da técnica do afresco, que originalmente era uma técnica de pintar sobre a parede úmida.

Os motivos usados pelos pintores eram de natureza religiosa. As características essenciais da pintura Românica foram a deformação e o colorismo. A deformação, na verdade, traduz os sentimentos religiosos e a interpretação mística que os artistas faziam da realidade. A figura de Cristo, por exemplo, é sempre maior do que as outras que o cercam. O colorismo realizou-se no emprego de cores chapadas, sem preocupação com meios-tons ou jogos de luz e sombra, pois não havia a menor intenção de imitar a natureza.

Na porta, a área mais ocupada pelas esculturas era o tímpano, nome que recebe a parede semicircular que fica logo abaixo dos arcos que arrematam o vão superior da porta. As características incluem imitação de formas rudes, curtas ou alongadas, e ausência de movimentos naturais.

Mosaico Românico

A técnica da decoração com mosaico, isto é, pequeninas pedras de vários formatos e cores que, colocadas lado a lado, vão formando o desenho, conheceu seu auge na época do Românico. Usado desde a Antiguidade, é originária do Oriente, onde a técnica Bizantina utilizava o azul e o dourado para representar o próprio céu.

Arte Gótica

No século XII, entre os anos 1150 e 1500, tem início uma economia fundamentada no comércio. Isso faz com que o centro da vida social se desloque do campo para a cidade e apareça a burguesia urbana. No começo do século XII, a arquitetura predominante ainda é a Românica, mas já começaram a aparecer as primeiras mudanças que conduziram a uma revolução profunda na arte de projetar e construir grandes edifícios.

Arquitetura Gótica

A primeira diferença que notamos entre a igreja Gótica e a Românica é a fachada. Enquanto, de modo geral, a igreja Românica apresenta um único portal, a igreja Gótica tem três portais que dão acesso às três naves do interior da igreja: a nave central e as duas naves laterais. A arquitetura expressa a grandiosidade, a crença na existência de um Deus que vive num plano superior; tudo se volta para o alto, projetando-se na direção do céu, como se vê nas pontas agulhadas das torres de algumas igrejas Góticas. A rosácea é um elemento arquitetônico muito característico do estilo Gótico e está presente em quase todas as igrejas construídas entre os séculos XII e XIV. Outros elementos característicos da arquitetura Gótica são os arcos góticos ou ogivais e os vitrais coloridíssimos que filtram a luminosidade para o interior da igreja. As catedrais Góticas mais conhecidas são: a Catedral de Notre-Dame de Paris e a Catedral de Notre-Dame de Chartres.

Escultura Gótica

As esculturas estão ligadas à arquitetura e se alongam para o alto, demonstrando verticalidade e alongamento exagerado das formas. As feições são caracterizadas de forma que o fiel possa reconhecer facilmente a personagem representada, exercendo a função de ilustrar os ensinamentos propostos pela Igreja.

Iluminura Gótica

Iluminura é a ilustração sobre o pergaminho de livros manuscritos (a gravura não fora ainda inventada, ou então era um privilégio da quase mítica China). O desenvolvimento de tal gênero está ligado à difusão dos livros ilustrados, patrimônio quase exclusivo dos mosteiros. No clima de fervor cultural que caracteriza a arte Gótica, os manuscritos também eram encomendados por particulares, aristocratas e burgueses. É precisamente por esta razão que os grandes livros litúrgicos (a Bíblia e os Evangelhos) eram ilustrados pelos iluministas góticos em formatos manejáveis.

Durante o século XII e até o século XV, a arte ganhou forma de expressão também nos objetos preciosos e nos ricos manuscritos ilustrados. Os copistas dedicavam-se à transcrição dos textos sobre as páginas. Ao realizar essa tarefa, deixavam espaços para que os artistas fizessem as ilustrações, os cabeçalhos, os títulos ou as letras maiúsculas com que se iniciava um texto.

Da observação dos manuscritos ilustrados podemos tirar duas conclusões: a primeira é a compreensão do caráter individualista que a arte da ilustração ganhava, pois destinava-se aos poucos possuidores das obras copiadas; a segunda é que os artistas ilustradores do período Gótico tornaram-se tão habilidosos na representação do espaço tridimensional e na compreensão analítica de uma cena, que seus trabalhos acabaram influenciando outros pintores.

Pintura Gótica

A pintura Gótica desenvolveu-se nos séculos XII, XIV e no início do século XV, quando começou a ganhar novas características que prenunciam o Renascimento. Sua principal particularidade foi a busca pelo realismo na representação dos seres que compunham as obras pintadas. Quase sempre tratando de temas religiosos, apresentava personagens de corpos pouco volumosos, cobertos por muita roupa, com o olhar voltado para cima, em direção ao plano celeste.

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