Principais Movimentos da Arte Moderna e Vanguardas
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História da Arte
Este resumo é baseado em arquivo pessoal, anotações, pesquisa na internet e resumo do Guilherme Ciglio. O conteúdo deste resumo abrange o que foi abordado durante o semestre.
Modernismo
Com o objetivo de romper com os padrões do passado, os artistas modernos buscam constantemente novas formas de expressão e, para isto, utilizam recursos como cores vivas, figuras deformadas, cubos e cenas sem lógica. O marco inicial do movimento modernista brasileiro foi a realização da Semana de Arte Moderna de 1922, onde diversos artistas plásticos e escritores apresentaram ao público uma nova forma de expressão. Não foi fácil para esses artistas serem aceitos pela crítica, acostumada a padrões estéticos bem definidos. No entanto, aos poucos, suas exposições foram ganhando espaço, e o público e a crítica passaram a aceitar e compreender as obras modernistas.
A Boba - Anita Malfatti
Impressionismo
Impressionismo é o termo usado para designar uma corrente pictórica que tem origem na França, entre as décadas de 1860 e 1880, e constitui um momento inaugural da arte moderna. Algumas características são comumente observadas, como a preferência pelo registro da experiência contemporânea, a observação da natureza com base em impressões pessoais e sensações visuais imediatas, a suspensão dos contornos e dos claro-escuros em prol de pinceladas fragmentadas e justapostas, o aproveitamento máximo da luminosidade e o uso de cores complementares, favorecidos pela pintura ao ar livre. Embora paisagens e naturezas-mortas estivessem entre os temas preferidos dos pintores, observa-se certa variação em seu repertório. Basicamente, basta lembrar que o pintor coloca na tela aquilo que ele vê. “A primeira impressão”.
Almoço na Grama - Claude Monet
Conceito de Vanguarda
No vocabulário comum, Vanguarda significa a linha de frente de um exército no campo de batalha. Quando o termo foi adaptado à arte, refere-se a artistas à frente de seu tempo, que abrem caminho a novas ideias, novas mentalidades e novas culturas. A arte de vanguarda tem como objetivo romper com a concepção artística atual, inserindo as novidades propostas pelo movimento vanguardista.
Expressionismo
O Expressionismo contrapõe a expressão que se projeta do artista para a realidade, distante das paisagens luminosas de Claude Monet (1840-1926), ou de uma concepção de arte ligada à mente, e não apenas ao olhar, como quer Paul Cézanne (1839-1906). Para os expressionistas, a arte liga-se à ação, muitas vezes violenta, através da qual a imagem é criada, com o auxílio de cores fortes – que rejeitam a verossimilhança – e de formas distorcidas [...]. O caráter de crítica social da arte; as figuras deformadas, cores contrastantes e pinceladas vigorosas que rejeitam todo tipo de comedimento; a retomada das artes gráficas, especialmente da xilogravura; o interesse pela arte primitiva [...]. Do primeiro, destacam-se a intensidade com que cria objetos e cenas, assim como o registro da emoção subjetiva em cores e linhas. Do segundo, certo achatamento da forma, obtido com o auxílio da suspensão das sombras, o uso de grandes áreas de cor e atenção às culturas primitivas. Para facilitar a compreensão, basta lembrar que é uma mistura de sentimentos impressos nas obras. O autor utiliza imagens e pinceladas de acordo com suas emoções e experiências. (Emotivo e irracional).
O Grito - Edvard Munch
Cubismo
Considerado um divisor de águas na história da arte ocidental, o Cubismo recusa a ideia de arte como imitação da natureza, afastando noções como perspectiva e modelagem, assim como qualquer tipo de efeito ilusório [...]. Cubos, volumes e planos geométricos entrecortados reconstroem formas que se apresentam, simultaneamente, em vários ângulos nas telas. O espaço do quadro – plano sobre o qual a realidade é recriada – rejeita distinções entre forma e fundo ou qualquer noção de profundidade. Nele, corpos, paisagens e, sobretudo, objetos como garrafas, instrumentos musicais e frutas têm sua estrutura cuidadosamente investigada [...]. O Cubismo se divide em duas grandes fases. Até 1912, no chamado Cubismo Analítico, observa-se uma preocupação predominante com as pesquisas estruturais, por meio da decomposição dos objetos e do estilhaçamento dos planos, e forte tendência ao monocromatismo. Entre 1912 e 1913, as cores se acentuam e a ênfase dos experimentos é colocada sobre a recomposição dos objetos. No momento do Cubismo Sintético, elementos heterogêneos – recortes de jornais, pedaços de madeira, cartas de baralho, caracteres tipográficos, entre outros – são agregados à superfície das telas, dando origem às famosas colagens, amplamente utilizadas a partir de então. (Geométrico e racional).
As Senhoritas de Avignon (Les Demoiselles d'Avignon) - Pablo Picasso
Dadaísmo
Ao contrário de outras correntes artísticas, o Dadaísmo apresenta-se como um movimento de crítica cultural mais ampla, que interpela não somente as artes, mas modelos culturais passados e presentes. Trata-se de um movimento radical de contestação de valores que utiliza variados canais de expressão: revista, manifesto, exposição e outros. As manifestações dos grupos “Dada” são intencionalmente desordenadas e pautadas pelo desejo do choque e do escândalo, procedimentos típicos das vanguardas de modo geral. A criação do Cabaré Voltaire, em 1916, em Zurique, inaugura oficialmente o Dadaísmo. Fundado pelos escritores alemães Hugo Ball e Richard Huelsenbeck, e pelo pintor e escultor alsaciano Hans Arp, o clube literário – ao mesmo tempo galeria de exposições e sala de teatro – promove encontros dedicados à música, dança, poesia, artes russa e francesa. O termo “Dada” é encontrado por acaso numa consulta a um dicionário francês. , sentido original da palavra, não guarda relação direta, nem necessária, com bandeiras ou programas, daí o seu valor: sinaliza uma escolha aleatória (princípio central da criação para os dadaístas), contrariando qualquer sentido de eleição racional. , afirma o poeta romeno Tristan Tzara, integrante do núcleo primeiro. Basicamente, são grupos que se opõem e criticam todo tipo de cultura, sempre com a intenção de chocar e escandalizar.
A Fonte - Marcel Duchamp (No caso, R. Mutt foi um pseudônimo utilizado para testar a aceitação da obra, pois Duchamp era um artista renomado e não queria reações distorcidas por conta de sua fama. Naturalmente, a obra foi um escândalo.)
Arte Abstrata
Uma imagem abstrata é simplesmente aquela em que não se percebe o desenho ou a representação de algum objeto conhecido. Há basicamente duas tendências de abstração na arte:
- Abstracionismo Informal: Lírico, sensível ou expressionista (derivado do Expressionismo, tem caráter mais emocional, subjetivo).
- Abstracionismo Geométrico: derivado do Cubismo e do Futurismo, tem perfil mais racional e construtivo.
Em sentido amplo, o Abstracionismo refere-se às formas de arte não regidas pela figuração e pela imitação do mundo. Especificamente, o termo liga-se às vanguardas europeias das décadas de 1910 e 1920, que recusam a representação ilusionista da natureza. A decomposição da figura, a simplificação da forma, os novos usos da cor, o descarte da perspectiva e das técnicas de modelagem e a rejeição dos jogos convencionais de sombra e luz, aparecem como traços recorrentes das diferentes orientações abrigadas sob esse rótulo.
Aquarela Abstrata - Wassily Kandinsky
Suprematismo
Movimento russo de arte abstrata, o Suprematismo surge por volta de 1913, mas sua sistematização teórica data de 1925, do manifesto Do Cubismo ao Futurismo ao Suprematismo: o Novo Realismo na Pintura, escrito por Kazimir Malevich em colaboração com o poeta Vladimir Maiakóvski.
Nesse contexto, o Suprematismo defende uma arte livre de finalidades práticas e comprometidas com a pura visualidade plástica. Trata-se de romper com a ideia de imitação da natureza, com as formas ilusionistas, com a luz e cor naturalistas – experimentadas pelo Impressionismo – e com qualquer referência ao mundo objetivo que o Cubismo, de certa forma, ainda alimenta.
Nova proposta pictórica: formas geométricas básicas (quadrado, retângulo, círculo, cruz e triângulo), associadas a uma pequena gama de cores.
Como a garra vermelha golpeia os brancos - Lazar El Lissitzky
Construtivismo
Para o Construtivismo, a pintura e a escultura são pensadas como construções e não como representações, guardando proximidade com a arquitetura em termos de materiais, procedimentos e objetivos.
O termo Construtivismo liga-se diretamente ao movimento de vanguarda russa. A consideração das especificidades do Construtivismo russo não deve apagar os elos com outros movimentos de caráter construtivo na arte. Isso sem esquecer os pressupostos construtivos que se fazem presentes, de diferentes modos, no Cubismo, no Dadaísmo e no Futurismo italiano.
A nova sociedade projetada no contexto revolucionário mobiliza os artistas em torno de uma arte nova, que se coloca a serviço da revolução e de produções concretas para a vida do povo. Afinal, a produção artística deveria ser funcional e informativa.
As discussões sobre a função social da arte provocam fraturas no interior do Construtivismo russo.
Sala Proust (reconstrução) - Lazar El Lissitzky
Neoplasticismo
O Neoplasticismo é uma das formas que a abstração tomou nas primeiras décadas do século XX, e teve seu início em 1917. Trata-se de uma doutrina estética proposta por Piet Mondrian, pintor holandês, em 1920, e está baseada na concepção analítica da pintura, na procura de um tipo de arte que transcenda a realidade externa, material, numa tentativa de chegar à essência através de uma linguagem plástica e objetiva, reduzindo-a a formas geométricas e cores puras e torná-la universal. Junto de Theo van Doesburg, fundou a revista De Stijl (o estilo), principal órgão de difusão do movimento, em cujo primeiro número foi publicado o Manifesto Neoplasticista, em 1918.
As teorias de Piet Mondrian, cuja origem está nas obras dos cubistas Pablo Picasso e Georges Braque e na teosofia, reivindicam um processo de abstração progressiva em razão do qual as formas estavam sendo reduzidas a linhas retas (horizontais e verticais). As cores foram reduzidas ao cinza, branco, amarelo, azul, vermelho e preto.
Piet Mondrian (Infelizmente não encontrei o nome desta obra, mas ao lado, a foto de uma casa cuja arquitetura foi inspirada nesse movimento)
Surrealismo
O termo Surrealismo, cunhado por André Breton com base na ideia de de Guillaume Apollinaire, traz um sentido de afastamento da realidade comum que o movimento surrealista celebra desde o primeiro manifesto, de 1924. Nos termos de Breton, autor do manifesto, trata-se de . A importância do mundo onírico, do irracional e do inconsciente, anunciada no texto, relaciona-se diretamente ao uso livre que os artistas fazem da obra de Sigmund Freud e da psicanálise, permitindo-lhes explorar nas artes o imaginário e os impulsos ocultos da mente. O caráter anti-racionalista do Surrealismo coloca-o em posição diametralmente oposta às tendências construtivas e formalistas na arte que florescem na Europa após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), e às tendências ligadas ao chamado retorno à ordem. Como vertente crítica de origem francesa, o Surrealismo aparece como alternativa ao Cubismo, alimentado pela retomada das matrizes românticas francesa e alemã, do Simbolismo, da pintura metafísica italiana – Giorgio de Chirico, principalmente – e do caráter irreverente e dessacralizador do Dadaísmo, do qual vem parte dos surrealistas. Assim como o movimento Dada, o Surrealismo apresenta-se como crítica cultural mais ampla, que interpela não somente as artes, mas modelos culturais, passados e presentes. Na contestação radical de valores que empreende, faz uso de variados canais de expressão – revistas, manifestos, exposições e outros –, mobiliza diferentes modalidades artísticas como escultura, literatura, pintura, fotografia, artes gráficas e cinema. Basta lembrar de obras que eram feitas a partir de sonhos dos autores.
O Grande Masturbador - Salvador Dalí
Pop Art
Na década de 1960, os artistas defendem uma arte popular (Pop Art) que se comunique diretamente com o público por meio de signos e símbolos retirados do imaginário que cerca a cultura de massa e a vida cotidiana. A defesa do popular traduz uma atitude artística contrária ao hermetismo da arte moderna. Nesse sentido, a Pop Art se coloca na cena artística que tem lugar em fins da década de 1950 como um dos movimentos que recusam a separação arte/vida. E o faz – eis um de seus traços característicos – pela incorporação das histórias em quadrinhos, da publicidade, das imagens televisivas e do cinema. Basta lembrar das colagens, das pinturas altamente coloridas, além da troca e exaltação de cores (utilizadas como crítica à mídia).
O que torna os lares de hoje tão diferentes, tão atraentes - Richard Hamilton
Marilyn - Andy Warhol
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