Principais Parasitas: Amebíase, Giardíase e Mais

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Resumo sobre Parasitas

Amebas

  • Eucariotos, unicelulares, habitam cavidades.
  • Comensalismo, forma móvel é trofozoíto.

Amebíase

  • Forma patogênica: Entamoeba histolytica.
  • Comum em países pobres/locais sem saneamento.
  • Forma móvel: trofozoíto.
  • Forma de resistência: cisto (presente em fezes).
  • Contaminação: ingestão de cistos maduros em alimentos ou água contaminada (provenientes do contato com fezes). Alojamento no intestino.
Ciclo da Amebíase
  1. Ingestão de alimento/água com cisto maduro.
  2. Cisto se desenvolve no estômago (pH e enzimas estomacais estimulam a saída do cisto).
  3. Saída do metacisto do cisto, vira trofozoíta.
  4. Migra para o intestino grosso e pode interagir com o epitélio, colonizando e vivendo como comensal.
Observação: Trofozoítas podem se desprender da parede do intestino, sofrer desidratação, eliminar substâncias nutritivas no citoplasma e virar pré-cisto. Secretam uma membrana cística e viram cistos, liberados nas fezes.
Sintomas da Amebíase
  • Úlceras intestinais (causadas por lesões no epitélio por perfurações da bactéria).
  • Diarréia intensa.
  • Sangue nas fezes.
  • Abscesso no fígado levando a febre.
Diagnóstico da Amebíase
  • Procurar cistos nas fezes e/ou anticorpos anti-trofozoítos no sangue.
Importante: Nem todas as pessoas que se contaminam com o cisto ficam doentes. Condições: situação imunológica, condições nutricionais e flora bacteriana do intestino.
Controle da Amebíase
  • Lavar bem as mãos.
  • Lavar bem os alimentos.
  • Defecar apenas em vasos sanitários.
Tratamento da Amebíase
  • Metronidazol.

Giardíase

  • Giardia duodenalis - Diarréia dos viajantes.
  • Forma móvel: trofozoítos com flagelos, faz sucção e se adere ao intestino delgado.
  • Forma de resistência: cisto.
  • Contaminação: ingestão de água em nascentes contaminadas.
Sintomas da Giardíase
  • Pode ser assintomática.
  • Diarréia aguda e esteatorréia (odor ruim).
  • Má absorção e perda de peso.
Ciclo da Giardíase
  1. Ingestão do cisto (alimento/água contaminado).
  2. Desencistamento no meio ácido do estômago.
  3. Finalização do processo no duodeno e jejuno.
  4. Colonização dos trofozoítos no intestino.
  5. Encistamento do parasita (no íleo e ceco).
  6. Eliminação para o meio externo.
Observação: O estímulo para o encistamento é o pH intestinal, sais biliares e destacamento do trofozoíto da mucosa.
Diagnóstico da Giardíase
  • Presença de cistos ou trofozoítos nas fezes, imunofluorescência indireta e ELISA.
Controle da Giardíase
  • Lavar alimentos bem.
  • Saneamento básico.
  • Não beber água de fontes desconhecidas.
Tratamento da Giardíase
  • Metronidazol.

Leishmaniose

  • Doença negligenciada, difícil tratamento.
  • Forma móvel: promastigota, flagelado e presente no vetor.
  • Forma estática: amastigota, ovóide, presente no hospedeiro vertebrado, intracelular.
  • Vetor: flebotomíneo, conhecido como mosquito palha.
  • Contaminação: através da picada do mosquito o protozoário flagelado é passado para o humano.
Sintomas da Leishmaniose
  • Ocorrem de forma diferenciada de acordo com o tipo de doença:
  • Cutânea: apresenta uma ferida única com borda elevada indolor.
  • Muco cutânea: inchaço.
  • Visceral: pode levar a morte se não for tratada, infecta baço, fígado e medula óssea principalmente, causa hiperplasia desses órgãos. A pessoa acaba com anemia, fraqueza, começa com um período prolongado de febre e não melhora, aumento dos linfonodos e aumento do sangramento, da anemia.
Diagnóstico da Leishmaniose
  • Procurar o parasita na lesão que se encontra nas bordas, reação de Montenegro (exceto na visceral).
  • Na visceral tem que observar os sintomas e fazer uma pulsão na medula óssea, e observação do parasita numa cultura in vitro.
Profilaxia da Leishmaniose
  • Manter o peridomicílio limpo.
  • Usar repelente.
  • Tratar as pessoas doentes.
  • Eliminar os mosquitos.
  • Utilizar coleiras que repelem insetos. Já existem vacinas pra cães e não pra humanos.
Tratamento da Leishmaniose
  • Anfotericina e outras drogas injetáveis, as vezes o paciente precisa ficar internado.
Ciclo da Leishmaniose
  1. Flebotomínio pica o ser humano.
  2. Liberação do promastigota na picada.
  3. Fagocitose do promastigota (moléculas em sua superfície são reconhecidas por células fagocitárias).
  4. No interior do macrófago ele vive no vacúolo parasitário, e inibe atividade microbicida do macrófago.
  5. Lisossomo libera as moléculas anti-parasitas.
  6. A leishmania produz enzimas que inibem a produção de peróxidos e radicais livres dos macrófagos (inibe atividade do macrófago).
  7. Leishmania se multiplica e o macrófago atrai + macrófagos que ele vai infectar.
  8. No macrófago ele se transforma em amastigota que sai do macrófago e infecta outros.
Observação: Quando uma pessoa infectada é picada tem o sangue sugado com amastigotas, dentro de um mosquito o amastigota reconhece o ambiente e se transforma em promastigota e se multiplica.

Doença de Chagas

  • Trypanosoma cruzi - Doença do sono.
  • Parasita: trypanosoma.
  • Forma infectiva: tripomastigota (nas fezes do vetor).
  • Vetor: mosquito barbeiro - morde o futuro hospedeiro e defeca deixando o parasita sobre a pele, quando o hospedeiro coça a ferida causa a infecção por parasita.
  • Contaminação: vetorial, transfusão de sangue, doação de órgãos, da placenta da mãe para o bebê, infecção oral através de açaí/caldo de cana.
Sintomas da Doença de Chagas
  • Na forma aguda há um quadro de febre, dores musculares, pode infectar o sistema nervoso e em alguns casos o parasita fica acumulado nos órgãos hospedeiro por mais de 20 anos levando a quadros de megacolon, megaesôfago e etc.
Diagnóstico da Doença de Chagas
  • Observação do parasita no sangue, ELISA.
Tratamento da Doença de Chagas
  • Benzonidazol para forma aguda da doença.
Controle da Doença de Chagas
  • Melhoria das habitações, para diminuir o barbeiro, utilizar inseticidas e acabar com as casas de pau a pique.
Ciclo da Doença de Chagas
  1. Barbeiro suga o sangue e defeca.
  2. Ao coçar a lesão o hospedeiro é infectado.
  3. Forma tripomastigota nas fezes (forma infectiva), invade ativamente a célula e todas as nucleares.
  4. Na célula fica no vacúolo parasitário mas escapa e se multiplica no interior da célula como amastigota.
  5. A célula fica muito infectada os parasitas não conseguem mais se dividir ali dentro e viram de novo tripomastigota.
  6. Célula rompe e os tripomastigotas infectam outras células.
  7. Indivíduo picado por um inseto irá passar pra ele o sangue com tripomastigotas.
  8. No interior do inseto ele reconhece o ambiente e vira epimastigota.
  9. No intestino do inseto o epimastigota se divide e sai nas fezes como tripomastigotas.

Malária

  • Plasmodium causa malária.
  • Possui parte do ciclo sexuada.
  • Nome do parasita: Plasmodium vivax ou falciparum.
  • Forma móvel: esporozoítas.
  • Vetor definitivo: mosquito do gênero Anopheles - nele ocorre a reprodução assexuada.
  • Contaminação: o mosquito pica o hospedeiro humano e injeta esporozoítas, na hemácia vai ter o nome de trofozoíto.
Sintomas da Malária
  • Anemia, acidose metabólica, aumento do consumo de glicose - leva a coma e óbito.
  • Processos inflamatórios e necrose cerebral que podem levar a dificuldade do aprendizado da criança.
  • Bebês infectados nascem com baixo peso, tendo problemas cerebrais, de cognição e de aprendizagem, um quadro de malária grave.
Diagnóstico da Malária
  • Gota espessa (coleta de sangue do paciente e observa a presença do parasita).
Tratamento da Malária
  • É a cloroquina, um fármaco de escolha para malária.
  • O Plasmodium falciparum tem resistência, deve-se utilizar a artemisinina para tratamento.
Controle da Malária
  • Utilizar repelentes, dormir com uma tela na cama, usar telas nas janelas e portas, utilizar inseticidas.
  • Uso de cloroquina e a mefloquina em caso de viagens para Amazônia.
Ciclo da Malária
  1. Anofelino pica o hospedeiro.
  2. Injeção de esporozoítas (móveis).
  3. Entram rápido na corrente sanguínea e no fígado (se dividem em merozoítas).
  4. Merozoítas saem do fígado e infectam hemácia (reprodução dentro das hemácias).
  5. Dentro das hemácias se transformam em trofozoíto (começa a aumentar e tomar conta da hemácia).
  6. O trofozoíta tem uma estratégia de pegar as moléculas de merozoítas e empacotar, colocando uma membrana em volta e deixando de ser tóxico para o parasita.
  7. Tem uma divisão que divide só o núcleo, sendo chamado de esquizomonia (esquizonte).
  8. Rompe a hemácia e libera na corrente merozoítas e pigmento malárico.

Toxoplasmose

  • Cosmopolita, infecta mamíferos e aves.
  • Zigoto: Oocistos que viram esporozoítas e infectam as células.
  • Forma presente no hospedeiro: bradizoíta.
  • Vetor: gatos, a reprodução ocorre em seu estômago.
  • Contaminação: contato com fezes do gato que estão contaminadas com oocistos, esses oocistos liberam esporozoítas que irão infectar as células.
  • Ele se mantém no músculo esquelético e no cérebro do indivíduo.
  • Em grávidas infectadas nos 3 primeiros meses pode levar a aborto ou alterações no bebê, em crianças leva a infecção de todos os tecidos, algumas crianças podem apresentar quadro de cegueira.
Sintomas da Toxoplasmose
  • Febre aguda durante doença crônica, afeta principalmente retina e cérebro, áreas de menor resposta imunológica.
  • Pode causar manchas negras na visão, pode levar a cegueira ou a morte.
Diagnóstico da Toxoplasmose
  • Grávidas devem fazer pré-natal, exames que busquem a presença do anticorpo IgM no corpo do paciente.
Tratamento da Toxoplasmose
  • Antibiótico para bactérias, com espiramicina ou sulfa, a sulfa é a principal e mais utilizada, menos quando a mulher está grávida, pois ela inibe a produção de folato, e o ácido fólico é importante para o bebê.
Controle da Toxoplasmose
  • Evitar o consumo de carne crua e alimentos mal lavados, manipular terra sempre com luvas, evitar contato com gatos filhotes.
Ciclo da Toxoplasmose
  • (zigoto - esporozoíta - taquizoíta - bradizoíta - oocisto)
  1. Gato ⇒ parte sexuada no estômago do gato liberando um zigoto.
  2. Zigoto liberado nas fezes como um oocisto, tendo que amadurecer.
  3. Na areia do gato, ao mexer sem lavar a mão após e consumir algo o humano ingere.
  4. Esporozoítas saem do oocisto e vão injetar as células.
  5. Na célula começa a se dividir e da origem a uma forma taquizoíta (rápida/ fase aguda) que infecta as células nucleadas.
  6. Infecção no intestino, fígado, baço, pâncreas, cérebro. Rompe uma célula e infecta outra.
  7. Começa a diminuir a divisão e forma uma parede cística (se desenvolvem sem sair da parede cística) forma bradizoíta (se mantém no músculo esquelético e cérebro) -forma crônica.

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