Principais Protozooses: Toxoplasmose, Chagas e Malária

Classificado em Medicina e Ciências da Saúde

Escrito em em português com um tamanho de 5,18 KB

1. Toxoplasmose (Toxoplasma gondii)

Agente: Protozoário intracelular obrigatório.

Formas:

  • Taquizoíto: forma aguda, replicação rápida.
  • Bradizoíto: forma crônica, dentro de cistos teciduais.
  • Oocisto: eliminado por felinos; forma infectante no ambiente.

Ciclo:

  1. Felinos eliminam oocistos nas fezes.
  2. O ambiente contamina água, solo e alimentos.
  3. Humanos se infectam por:
    • Ingestão de oocistos (água/verduras).
    • Ingestão de cistos em carnes cruas ou mal passadas (suíno, ovino).
    • Transmissão congênita (taquizoítos cruzam a placenta).
    • Acidental (laboratório).
  4. O parasita invade tecidos e forma cistos que permanecem por toda a vida.

Quadro clínico:

  • Geralmente assintomático.
  • Imunocompetente: linfadenopatia e febre baixa.
  • Gestantes: risco de transmissão vertical, podendo causar lesões oculares, hidrocefalia e calcificações cerebrais.
  • Imunossuprimidos: encefalite toxoplásmica.

Diagnóstico: Sorologia

  • IgM positivo: infecção recente.
  • IgG positivo: contato prévio.
  • PCR em casos congênitos.

Tratamento:

  • Pirimetamina + Sulfadiazina + ácido folínico.
  • Gestantes: espiramicina (em casos específicos).

2. Doença de Chagas (Trypanosoma cruzi)

Agente: Protozoário hemoflagelado.

Formas:

  • Tripomastigota: presente no sangue, forma infectante.
  • Amastigota: intracelular, presente nos tecidos (especialmente músculo cardíaco).

Transmissão:

  • Vetor: Triatomíneos (barbeiro) defecam durante o repasto; as fezes com tripomastigotas penetram pela pele ou mucosa.
  • Outras vias: oral (alimentos contaminados), transfusão, congênita e transplante.

Ciclo:

  1. O barbeiro ingere tripomastigotas.
  2. O parasita multiplica-se no intestino do vetor.
  3. As fezes contaminam o hospedeiro.
  4. O parasita invade células e transforma-se em amastigota.
  5. Ocorre a ruptura celular, o parasita volta à forma de tripomastigota, cai no sangue e atinge novos tecidos.

Quadro clínico:

Fase aguda:

  • Febre e hepatoesplenomegalia.
  • Sinal de Romaña (edema palpebral unilateral).
  • Chagoma de inoculação.

Fase crônica:

  • Forma indeterminada: assintomática.
  • Forma cardíaca (mais comum): cardiomiopatia e arritmia.
  • Forma digestiva: megacólon e megaesôfago.

Diagnóstico:

  • Fase aguda: gota espessa, esfregaço, PCR e hemocultura.
  • Fase crônica: sorologia (ELISA, hemaglutinação).

Tratamento:

  • Benznidazol (primeira escolha).
  • Nifurtimox (alternativa).
  • Nota: Apresenta maior eficácia na fase aguda.

3. Malária (Plasmodium spp.)

Principais espécies:

  • P. vivax
  • P. falciparum (forma mais grave)
  • P. malariae
  • P. ovale
  • P. knowlesi

Vetores: Mosquitos Anopheles fêmeas.

Formas:

  • Esporozoíto: forma inoculada no humano.
  • Merozoíto: infecta as hemácias.
  • Trofozoíto/Esquizonte: fase intracelular.
  • Gametócito: forma que infecta o mosquito.

Ciclo:

  1. O mosquito injeta esporozoítos.
  2. Fase hepática: transformação em esquizonte com posterior liberação de merozoítos.
  3. Fase eritrocítica: ruptura de hemácias, gerando picos de febre.
  4. Gametócitos são ingeridos pelo mosquito.

Quadro clínico:

  • Febre intermitente acompanhada de calafrios e sudorese.
  • Anemia hemolítica.
  • Esplenomegalia.

Malária falciparum (grave):

  • Malária cerebral.
  • Insuficiência renal.
  • Acidose e anemia intensa.

Diagnóstico:

  • Gota espessa e esfregaço (padrão-ouro).
  • Testes rápidos (pesquisa do antígeno HRP2).

Tratamento: Depende da espécie e da gravidade do caso.

  • P. vivax / P. ovale: Cloroquina + Primaquina.
  • P. falciparum: derivados da artemisinina (ACT).
  • Atenção: A Primaquina não deve ser utilizada sem a realização prévia do teste de G6PD.

Entradas relacionadas: