Princípios do Envelhecimento e Psicologia do Desenvolvimento

Princípios do Envelhecimento

1. Continuidade das Mudanças ao Longo do Ciclo de Vida

a. As mudanças em idades avançadas estão ligadas a já ocorridas em fases anteriores da vida. Desenvolvimento contínuo ao longo do ciclo de vida.

b. Estabilidade e continuidade nos traços de personalidade. Não há declínio nem crescimento dos traços de personalidade à medida que se envelhece. Aumento da amabilidade e da estabilidade emocional.

2. Apenas os Sobreviventes Envelhecem

a. Os idosos sobreviveram às várias ameaças a que outros não resistiram. Sobreviveram a acidentes, a desastres naturais, a doenças, a guerras. Fizeram escolhas acertadas de evitar o infortúnio.

b. Segundo a teoria da seleção natural, são capazes e selecionados, os que melhor se adaptaram ao seu meio.

c. Variabilidade muito superior em idades avançadas do que em jovens.

d. Ao compararem os desempenhos cognitivos, em idades acima dos 75 anos a variabilidade no desempenho é muito superior à de idades < 35 anos.

3. Individualidade e Diferenciação

a. Em vez de um conjunto de características redutoras aos adultos idosos, uma maior variabilidade na idade adulta avançada.

4. Necessidade de Distinguir Envelhecimento Normal, Patológico e Ótimo

a. Envelhecimento normal - mudanças universais, intrínsecas e progressivas relacionadas com o avançar da idade. Desenvolvimento normativo - ausência de doença e de um equilíbrio dinâmico da condição de saúde.

b. Envelhecimento patológico implica mudanças resultantes de doenças. O desenvolvimento patológico é caracterizado por um processo ontogênico limitado pela doença.

c. Envelhecimento ótimo/bem-sucedido - um conjunto de estratégias para minimizar os efeitos do envelhecimento. O desenvolvimento ótimo – desenvolver-se em condições que potenciam o seu autodesenvolvimento e em contextos ambientais que facilitem o processo ontogênico.

A Psicologia do Desenvolvimento do Ciclo de Vida

Proposições:

1. O desenvolvimento humano é um processo que se estende ao longo de toda a vida.

   a. Preocupa-se com a identificação da forma e do conteúdo.

2. Vista como exigências e oportunidades – não podendo falar-se na existência de períodos mais e menos importantes de desenvolvimento.
3. Reconhece princípios ontogênicos e evolutivos;

   a. Multidireccionalidade e multidimensionalidade – desenvolvimento que está para além de um simples critério de crescimento em termos de eficácia funcional.

4. Integração histórica e social da vida e influência da idade cronológica (acontecimentos de vida, o género, a classe social de pertença ou a etnia).
5. Na base do desenvolvimento encontra-se a plasticidade.

   a. Cada um possui potencial de plasticidade de desenvolvimento, que diminui à medida que os recursos biológicos diminuem.

6. Potencial de intervenção no desenvolvimento psicológico.

   a. À medida que se desenvolve, a extensão de estruturas e funções de plasticidade torna-se cada vez menor, devido a constrangimentos biológicos e socioculturais.

7. Oscilações entre crescimento (ganhos desenvolvimentais) e declínio (perdas).

   a. O desenvolvimento é definido como uma mudança na capacidade adaptativa do organismo, seja ela positiva ou negativa.

8. O desenvolvimento precisa de novas capacidades adaptativas e a perda de capacidades existentes, não existindo mudanças durante o decurso da vida que traduzam unicamente ganhos. - Processo adaptativo de modelos compostos por “seleção, otimização e compensação”.
9. Os indivíduos participam ativamente na modelação do seu próprio ambiente.

   a. Os indivíduos são produtores e produtos do seu próprio desenvolvimento. Escolhem o contexto em que desejam viver.

10. O estudo do desenvolvimento humano deve ser realizado numa perspetiva multidisciplinar.