Princípios Jurídicos e Processuais: Guia Essencial
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Noções Gerais sobre Princípios Jurídicos
Princípios podem ser implícitos (não expressos na legislação) e explícitos (expressos na lei).
Diferenciação entre Princípios e Normas Jurídicas
Normas que não são princípios se adequam a um caso concreto, possuindo incidência limitada. Exemplo: "matar alguém".
Princípios: normas que possuem incidência ilimitada. Exemplo: "Ninguém será privado de sua liberdade sem o devido processo legal."
Importância dos Princípios no Direito
Os princípios permitem maior presença do caráter pessoal dos magistrados, concedendo maior espaço para manobras e maior interferência do juízo de valor do magistrado.
Princípios Processuais Constitucionais
(A garantia de um processo justo é a própria condição de existência da democracia.)
Inafastabilidade da Jurisdição
O Poder Judiciário não pode se omitir de julgar qualquer lesão ou ameaça de lesão a direito.
Um juiz não pode alegar que não irá julgar por falta de provas. Existem outras fontes do direito, como costumes, analogia e jurisprudência.
Efetividade do Processo Judicial
O juiz precisa ter instrumentos suficientes para garantir a efetividade da tutela jurisdicional. Exemplo: uma sentença dada para proteção de uma vida depois que a mesma não mais existe demonstra inefetividade.
Exemplo: a tutela antecipada (em caso de risco ou perecimento de direito). Se o juiz, convencido da proposta do autor e diante de risco de vida, antecipa a tutela jurisdicional para garantir que o direito não pereça.
Devido Processo Legal
Contraditório
O processo judicial deve proporcionar um diálogo entre as partes. Exemplo: um processo excessivamente longo viola o devido processo legal.
Ampla Defesa
Garante que as partes, inclusive aquelas sem condições de pagar advogado, tenham direito à defesa.
Duplo Grau de Jurisdição
A necessidade de as partes terem o processo julgado por duas instâncias (possibilidade de recorrer a um tribunal independente do primeiro).
Assistência Jurídica Integral e Gratuita
Qualquer pessoa que necessite de auxílio jurídico deve ter acesso a ele.
Motivação das Decisões Judiciais
Qualquer decisão judicial, em qualquer instância, deve ser motivada – ou seja, deve haver a descrição do caminho de pensamento que o juiz utilizou para chegar àquele resultado. O juiz precisa demonstrar essa fundamentação.
Livre Convencimento Motivado
Orienta a forma de decisão do juiz. Qual o seu limite no processo? O juiz pode se basear livremente, sendo ele quem determina qual lei se aplica a cada caso.
O limite é a motivação, e é a partir dessa fundamentação que as partes podem se defender e recorrer.
Publicidade dos Atos Processuais
Pode haver processo que tramite em segredo de justiça? Sim. A regra é a publicidade (acesso aos autos para quem não é juiz, promotor ou advogado); qualquer um pode consultar, mesmo não sendo parte. Exceção: segredo de justiça.
Razoável Duração do Processo
Garante que o tempo do processo seja o mínimo possível, pois corre-se o risco de chegar ao fim sem que o direito em questão ainda exista.
Um tempo razoável existe de fato? Não, não é possível determinar um tempo fixo. Segundo a doutrina, deve-se levar em consideração o tempo que uma mesma ação em uma mesma vara leva para ser julgada; esse é o parâmetro norteador.
Juiz Natural (Vedação do Tribunal de Exceção)
Qualquer conflito deve ter um juiz previamente definido antes de chegar ao Judiciário. Deve haver a existência de um juizado competente para disciplinar essa ação.
Vedação das Provas Ilícitas
Há provas que são completamente inaceitáveis no processo. Exemplo: tortura.
Há provas que, por si só, não são lícitas quando não são autorizadas. Exemplo: um processo que envolve menor utilizando gravação de áudio que não havia sido permitida previamente.
Princípios Informativos
- Jurídico
- Econômico
- Político
- Lógico
Princípios Infraconstitucionais
- Dispositivo
- Impulso Oficial
- Oralidade
- Fungibilidade
- Lealdade e Boa-fé
- Proporcionalidade ou Razoabilidade
Métodos Extrajudiciais de Resolução de Conflitos
- Autotutela
- Autocomposição (as partes tentam chegar a um acordo por si mesmas)
- Mediação
- Arbitragem
- Julgamento por Tribunal Administrativo
- Jurisdição Individual
- Processo Coletivo
Na mediação e arbitragem, há a presença de um terceiro que participa da resolução do conflito de forma imparcial, como um juiz, decidindo por uma parte ou outra.