Processos Emocionais e Cognitivos

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Caracterização dos Processos Emocionais

As emoções estão relacionadas com o tempo. (Não se pode falar de um desgosto que dure 1 minuto, nem de uma surpresa que dure 2 dias.)

As emoções variam de intensidade. (Certas emoções vividas com forte intensidade têm um grande efeito na nossa vida mental.)

As emoções refletem-se em alterações corporais (gestos, expressões faciais, mímica, etc.)

As emoções têm causas e objetos a que se dirigem. Surgem a propósito de um acontecimento, de uma pessoa, recordação, etc.

As emoções caracterizam-se pela sua versatilidade, aparecendo e desaparecendo com rapidez.

As emoções caracterizam-se pela sua polaridade: são positivas ou negativas. A intensidade positiva ou negativa da emoção varia de pessoa para pessoa.

As emoções não são hábitos, não se exprimem como parte de um ciclo regular. São reações a experiências específicas.

A emoção não é determinada pelos factos, mas pela interpretação dos factos.

Tipos de Emoções (António Damásio)

Emoções Primárias (Universais): alegria, tristeza, medo, cólera, surpresa ou aversão. São inatas, úteis para uma reação rápida a estímulos internos ou externos, e aparecem desde muito cedo.

Emoções Secundárias (Sociais): vergonha, ciúme, culpa ou orgulho. Implicam uma avaliação cognitiva das situações e o recurso a aprendizagens feitas. Envolvem as áreas do córtex pré-frontal.

Emoções de Fundo: bem-estar, mal-estar, calma ou tensão.

Interdependência entre Processos Cognitivos e Emocionais: Hipótese dos Marcadores Somáticos

Segundo Damásio, existem marcadores somáticos - mecanismos automatizados que suportam as nossas decisões, tornando as escolhas mais fáceis e rápidas.

Por mais simples que seja a decisão, existe sempre uma emoção associada à escolha feita: o córtex cerebral apoia-se nas emoções para decidir. Sem emoção, ficaríamos impossibilitados de fazer as escolhas mais simples.

É nas áreas pré-frontais que se faz a associação entre uma situação complexa e o estado emocional associado a esse tipo de situações, vivido em experiências anteriores. Estabelece-se, assim, uma ligação entre o tipo de situação e o estado somático (o estado do corpo). As manifestações corporais associadas simulariam as consequências esperadas, orientando as escolhas.

Quando surge a necessidade de decidir, um processo é aberto: o estado somático pode atuar como sinal de alarme (perigo) e levar à rejeição de uma opção ou como um sinal de incentivo/atração (recompensa) e levar à sua adoção. O nosso pensamento precisa das emoções para ser eficaz.

Há uma interdependência entre a razão e as emoções. Por um lado, é necessário o raciocínio para avaliar a situação, fazer comparações, etc. Por outro lado, é indispensável a presença de emoções, dos marcadores somáticos que ativam experiências emocionais já vividas em situações semelhantes (experiências marcadas no nosso cérebro, nas áreas pré-frontais).

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