Os Processos Mnésicos: Como o Cérebro Armazena Informação

Os Processos Mnésicos

A cada segundo, recebemos variados e inúmeros estímulos cheios de novos dados que são transmitidos ao cérebro. Se todos estes dados fossem armazenados e relembrados, nunca responderíamos adequadamente aos que realmente importam. Mas, então, como sabemos quais as informações mais importantes?

O Papel do Cérebro na Filtragem e Processamento de Dados

O cérebro tem a capacidade e função de filtrar os dados recebidos a partir dos estímulos, selecionando o que é mais importante para a vida do indivíduo, e é isso que armazena. Assim, a informação é recebida através dos órgãos sensoriais, retida (apenas a selecionada) e processada.

Para o tratamento dessa informação, há um conjunto complexo de processos que visa:

• Codificar
• Armazenar
• Recuperar a informação

Codificação

A informação sensorial é preparada para ser armazenada. Os dados são traduzidos em códigos que podem ser acústicos, visuais ou semânticos. Quando tencionamos aprender ou memorizar algo, atentamos mais nos respetivos dados, exigindo uma “codificação mais profunda”.

Armazenamento

Quando evocamos uma recordação, é como se todos esses elementos se encontrassem de novo, reconstruindo esse episódio. A codificação de uma experiência leva a modificações no cérebro, originando-se engramas, isto é, traços mnésicos, que modificam as redes neuronais, permitindo relembrar o que foi memorizado quando necessário. Ao longo do tempo, a informação armazenada é sujeita a várias alterações, mas é com o decorrer do tempo que as recordações se mantêm fixas e estáveis.

Recuperação

A informação é recuperada (lembrada, recordada, evocada). A questões como “Em que cidade vives?” ou “Qual a idade da tua mãe?” respondemos imediata e automaticamente, “sem pensar”. Já a questões como “O que diz a lei de Laplace?” apenas respondemos após reconhecimento e evocação.

Neste processo complexo, temos de saber se aprendemos ou não esta lei (uma vez que só lembramos o que aprendemos), associá-la à disciplina de Matemática e ao ano de escolaridade em que a aprendemos (Reconhecimento) e, depois disso, procuramos o conteúdo da lei (Evocação), chegando então à resposta.