Trabalho Produtivo e Mais-Valia em Marx: Uma Análise
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O rendimento do trabalho para Marilda corresponde à realização e à acomodação de trabalho excedente. Este princípio básico, fundamentado em Marx, é estabelecido em relação ao capital, forma histórica objeto da discussão. Apesar desse aspecto, que a produção capitalista compartilha com formações anteriores, ela se destaca em relação às precedentes por realizar essa extração de trabalho excedente de modo mais favorável à produção. A autora dirige sua investigação sobre o tema utilizando uma indagação de Marx, na qual este se pergunta por que meio, de que e de qual forma o trabalho revela sua produtividade diante do capital.
A primeira resposta da autora considera o caráter cooperativo do trabalho e o produto comum de um trabalhador coletivo, ampliando a noção de trabalho produtivo e de seu portador, o trabalhador produtivo: para trabalhar produtivamente, já não é necessário pôr pessoalmente a mão na obra, basta ser órgão de um trabalhador coletivo, executando qualquer uma de suas subfunções. Na sequência, ela afirma que a noção de trabalho produtivo se contrai pelo fato de a produção capitalista não ser apenas produção de mercadorias, mas essencialmente de mais-valia, na qual o trabalhador não produz para si, mas para o capital. A autora cita o exemplo dado por Marx do mestre-escola — uma atividade fora da esfera da produção material. Da mesma forma, segundo ela, o filósofo alemão remete o leitor ao livro IV, no qual desenvolve um debate com a Economia Política Clássica a respeito de sua concepção sobre a natureza da mais-valia.
O capital é apresentado como uma relação entre mercadorias, sendo duplamente valor de troca (dinheiro). Seria, portanto, "valor que se valoriza, fruto da troca de uma quantidade dada de trabalho materializado (matérias-primas, meios de trabalho) por uma quantidade de trabalho vivo e valor de uso, tal como se manifesta nas relações dentro do processo de trabalho". Desse fato, afirma-se que as forças produtivas se transferiram ao capital e, por conseguinte, a produtividade do trabalho passa a ser considerada a produtividade do capital. Esta produtividade, segundo Iamamoto, demandaria a conversão do dinheiro em capital, em valor que se valoriza, passando pela conversão de parte do valor em mercadorias que servem de meios de trabalho (matérias-primas e instrumentos, condições materiais de trabalho) e a conversão de outra parte do valor em força de trabalho. Dessa forma, conclui Iamamoto, o trabalho produtivo seria aquele em que se troca por dinheiro enquanto capital.
Para este, ser trabalhador produtivo se limita ao fato de "reproduzir o valor previamente definido da força de trabalho". "Embora o trabalhador coletivo efetue o trabalho, este, como força criadora de valor, pertence ao capital, realizado sob sua direção e controle", explica a autora. O resultado esperado na concepção de trabalho produtivo e improdutivo coincide com a produção e a apropriação de trabalho excedente. Este princípio basilar, ancorado em Marx, é estabelecido em relação ao capital, forma histórica objeto da discussão. Apesar desse aspecto com o qual a produção capitalista compartilha com as formações anteriores, ela se destaca em relação às precedentes por realizar essa extração de trabalho excedente de modo mais favorável à produção. A autora dirige sua investigação sobre o tema utilizando uma indagação de Marx, na qual este se pergunta por que meio, de que e de qual forma o trabalho revela sua produtividade diante do capital. A primeira resposta da autora considera o caráter cooperativo do trabalho e o produto comum de um trabalhador coletivo, ampliando a noção de trabalho produtivo e de seu portador: para trabalhar produtivamente, já não é necessário pôr pessoalmente a mão na obra, basta ser órgão de um trabalhador coletivo, executando qualquer uma de suas subfunções. Na sequência, ela afirma que a noção de trabalho produtivo se contrai pelo fato de a produção não ser apenas de mercadorias. Para facilitar a compreensão da crítica dirigida à autora, salientamos que esse é um dos pontos seminais da contenda que travará Sérgio Lessa com outros autores, inclusive Iamamoto. Nessa passagem, estaria o mote para uma diluição entre o operário que objetiva o "conteúdo material da riqueza" e outros trabalhadores "apenas" assalariados que, na visão de Lessa, seriam parasitários da riqueza produzida pelo primeiro.