Proteção Pulpar e Dentinária: Guia Essencial

Classificado em Medicina e Ciências da Saúde

Escrito em em português com um tamanho de 4,87 KB

Proteção do Complexo Dentina-Polpa

Etiologia das Agressões ao Tecido Pulpar

  • Bactérias: toxinas e enzimas associadas à cárie
  • Físicos: mecânicos, térmicos (brocas sem refrigeração)
  • Químicos: íons metálicos, ácidos

Consequências da Agressão ao Tecido Pulpar

  • Dentina reparadora
  • Esclerose dentinária
  • Resposta inflamatória

Proteção Pulpar: Avaliação do Dente

  1. Condição Pulpar (Teste de Vitalidade)

    • Pulpite Aguda Reversível: dor com água fria, dor rápida; se a causa for removida, a polpa volta ao normal.
    • Pulpite Aguda de Reversibilidade Duvidosa: dor com frio, persiste por alguns minutos, desconforto, dói sozinho (dor paroxística).
    • Pulpite Aguda Irreversível: dor latejante, não alivia, dói com calor e alivia com frio (necessário endo).
    • Necrose Pulpar: morte da polpa, necessário endo.

    Para teste de vitalidade: isolamento relativo, algodão, spray no algodão, vaselina no dente para o spray não grudar e o paciente sentir mais dor.

  2. Profundidade da Cavidade

    Diâmetro maior, maior número de túbulos dentinários: mais próximo da polpa – dentina mais permeável.

  3. Idade do Paciente

    Mais idoso, polpa menor. Mais novo, polpa maior.

  4. Seleção do Material Restaurador

Cuidados Durante o Preparo Cavitário

  1. Profundidade e Extensão: maior penetração de microrganismos, polpa mais sensível aos efeitos do calor e às substâncias químicas.
  2. Aquecimento: refrigerar durante o preparo, movimento pendular da broca, intermitente, brocas novas.
  3. Limpeza da Cavidade:
    • Solução de hidróxido de cálcio
    • Hipoclorito de sódio
    • Água destilada
    • Ácido fosfórico 35%
    • Água oxigenada
    • Solução de flúor 2%
    • Clorexidina 2%

Procedimentos

Dente com Condição Pulpar Normal (ou Reversível)

Capeamento Pulpar Direto

Material protetor diretamente sobre o tecido pulpar exposto com o objetivo de preservar a vitalidade da polpa.

Procedimento:

  1. Limpeza com soro fisiológico ou solução de hidróxido de cálcio (10 a 20g de pó + 200ml de água destilada).
  2. A solução de hidróxido de cálcio descontamina e promove hemostasia; o pó é biocompatível, tem ação antibacteriana, é indutor de tecido duro e favorece a integridade pulpar.
  3. Secar a área.
  4. Aplicar pó de hidróxido de cálcio.
  5. Aplicar cimento de hidróxido de cálcio.
  6. Aplicar CIV (Cimento de Ionômero de Vidro) e esperar polimerizar.

Capeamento Pulpar Indireto

Restauração profunda, mas que não expõe a polpa.

Procedimento:

  1. Limpeza com clorexidina 2% ou soro 3%.
  2. Aplicar cimento de hidróxido de cálcio.
  3. Aplicar CIV.
  4. Aplicar material restaurador.

Observação: Evitar ataque ácido no CIV.

Cavidades Médias e Rasas:

  • Amálgama: preparo cuidadoso, limpeza com clorexidina 2% (imersão por 2 minutos) ou água oxigenada 3% 10 volumes (fricção), solução de fluoreto de sódio 2% (imersão por 1 minuto).
  • Resina Composta (RC): limpeza com solução de água oxigenada 3% 10 volumes (fricção), solução de clorexidina 2% (imersão por 1 minuto).

Dente com Condição Pulpar Abalada

Pulpite Aguda de Reversibilidade Duvidosa

Tratamento expectante, preparo cavitário com remoção parcial ou total do tecido cariado.

Procedimento:

  1. Limpeza com água oxigenada 3% 10 volumes (fricção), solução de hidróxido de cálcio (fricção), solução de clorexidina 2% (imersão).
  2. Aplicar cimento de hidróxido de cálcio.
  3. Realizar restauração provisória.
  4. Reavaliar condição pulpar em 30, 60 ou 90 dias.
  5. Se necessário, realizar endo (pulpectomia).
  6. Realizar restauração definitiva (após teste de vitalidade), com barreira de dentina.

Hibridização da Dentina

Camada indissolúvel e resistente, adesão dos materiais à estrutura dental, selamento contra microinfiltração bacteriana, menor sensibilidade pós-operatória.

Procedimento:

  1. Condicionamento ácido.
  2. Lavar e secar com bolinha de algodão.
  3. Aplicar sistema adesivo e fotopolimerizar.

Corresponde à desmineralização pelo ácido da superfície e subsuperfície dos tecidos duros, seguida pela infiltração de monômeros e posterior polimerização.

Entradas relacionadas: