Psicanálise Freudiana: Conceitos Essenciais e Estruturas da Mente

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No início do século XX, com a maturidade da psicologia comportamental e o surgimento do Behaviorismo, a terminologia da Psicanálise, recuperada e desenvolvida por Freud, ganhou destaque. A Psicanálise Freudiana revolucionou o pensamento ao considerar não apenas o consciente, mas também as profundezas do inconsciente. É uma ciência que busca compreender a complexidade da mente humana na contemporaneidade.

Caracteriza-se como uma corrente da Psicologia que investiga o fundamento oculto dos comportamentos e dos processos mentais, com o objetivo fulcral de resolver conflitos intrapsíquicos geradores de sofrimento. Ao mapear as diferentes estruturas da Psique, a Psicanálise procura um método terapêutico baseado na profunda relação entre o psicanalista e o paciente.

Uma das descobertas mais importantes de Freud centra-se na relevância da sexualidade infantil para o psiquismo humano, que se forma desde o nascimento, e nos conflitos entre os instintos sexuais (a Líbido) e a realidade.

A Mente: Consciente, Pré-consciente e Inconsciente

A mente consciente não controla todos os nossos comportamentos; mesmo atos voluntários, por vezes, dependem de uma força motivacional inconsciente. O Inconsciente divide-se em outras instâncias da Psique, que naturalmente passam por períodos de crise, rutura e reconfiguração das nossas estruturas psíquicas. Desta forma, guardamos situações no nosso Inconsciente que marcam a forma como nos relacionamos connosco mesmos e com os outros.

O Inconsciente

O Inconsciente corresponde aos conteúdos instintivos da mente, bem como aos conteúdos recalcados que este guarda. Sinteticamente, a Psicanálise assenta na análise das mensagens que o Inconsciente envia à Consciência, através de:

  • Sonhos
  • Atos falhados
  • Fobias
  • Desvios comportamentais

O Consciente

O Consciente corresponde à dimensão racional da Psique, ao conhecimento da realidade exterior e também dos conteúdos mentais não recalcados ao nível do Inconsciente. Freud defende que a Consciência abarca apenas uma dimensão da Psique. O Inconsciente é a instância mais importante e vasta da Psique, sendo a chave para a interpretação do sentido de todos os nossos comportamentos e, em geral, da vida psíquica.

O Pré-consciente

Entre o Consciente e o Inconsciente, existe outra instância: o Pré-consciente. Este permite que alguns conteúdos do Inconsciente acedam à Consciência apenas “disfarçados”, de forma a não lesar o nível consciente. Existe, desta forma, um mecanismo de segurança que impede que os conteúdos ameaçadores da sanidade mental e da sobrevivência física do indivíduo acedam à Consciência através do aparelho psíquico, da sua barreira de censura.

As Estruturas da Personalidade: Id, Ego e Superego

O Id

O Id é formado por instintos, impulsos orgânicos e desejos inconscientes, regidos pelo princípio do prazer, que exige a satisfação imediata.

O Ego

O Ego é a soma total dos pensamentos, ideias, sentimentos, lembranças e perceções sensoriais, sendo a parte mais superficial do indivíduo. Obedece ao princípio da realidade, ou seja, à necessidade de encontrar objetos que possam satisfazer o Id. Quando o Ego se submete ao Id, torna-se destrutivo; e quando se submete ao Superego, pode levar ao desespero.

O Superego

O Superego é inconsciente e representa a censura das pulsões que a sociedade e a cultura impedem de satisfazer plenamente, especialmente as de natureza sexual. É a capacidade especial do Ego (consciente) de dominar o Inconsciente em prol da continuidade da vida. O Superego é aquele que transforma o desejo em vida, pois não há vida sem desejo.

É o domínio do Ego que procura libertar-se da tirania do Inconsciente. Este controlo da tirania do Inconsciente deu origem ao conceito de sublimação, que está intimamente relacionado com a capacidade de superação, ou seja, a capacidade de transformar as paixões em algo construtivo. Para Freud, as pulsões da carne são cruciais para as pulsões da mente. O poder da sexualidade é uma questão fundamental, sendo o prazer e a angústia dois lados da mesma realidade.

As Pulsões Fundamentais: Eros e Thanatos

Paralelamente, todos os seres humanos são dominados por duas grandes pulsões:

  • O Eros: corresponde ao princípio da vida, do prazer, sendo a pulsão ou força vital.
  • O Thanatos: representa a atração pelo abismo e pela destruição, incluindo a autodestruição e a morte do sentido da vida.

Para Freud, o Eros e o Thanatos estão em relação, na medida em que um se correlaciona com o outro. O grande objetivo de qualquer psicólogo é transformar a pulsão de Thanatos em pulsão de vida.

Sublimação e Hipnose

É evidente que a nossa sociedade exige a sublimação. Freud pensava que as pessoas sexualmente descompensadas eram incapazes de sublimar a sexualidade, vivendo numa tensão sexual, numa crise de sublimação. A hipnose era um método utilizado para aceder aos conteúdos mais profundos e recônditos da mente humana.

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