Psicanálise Freudiana: Conceitos Fundamentais e o Aparelho Psíquico
Classificado em Psicologia e Sociologia
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O Que é a Psicanálise?
A psicanálise caracteriza-se como uma corrente da psicologia que busca o fundamento oculto dos comportamentos e dos processos mentais, com o objetivo de resolver conflitos intrapsíquicos geradores de sofrimento psíquico. Trata-se de uma disciplina científica que, ao mesmo tempo, visa descobrir e mapear as estruturas da psique e é um método terapêutico, assente numa relação profunda entre o psicanalista e o paciente.
As Descobertas de Freud: Sexualidade Infantil e Libido
Uma das grandes descobertas de Freud é a existência da sexualidade infantil. Segundo ele, o psiquismo humano forma-se a partir dos conflitos que, desde o nascimento, confrontam os instintos sexuais (a libido) e a realidade.
A libido é a paixão da carne e é, de certa forma, "feita pela morte da carne no próximo objeto carnal", ou seja, é dissipativa.
O Inconsciente e o Consciente
Outra grande descoberta de Freud é que a nossa mente consciente não controla todos os nossos comportamentos. Mesmo os nossos atos voluntários, resultantes da deliberação racional, estão dependentes do nosso inconsciente.
A perspetiva tradicional do inconsciente é que ele é uma mente mais profunda, uma "mente no fundo da mente", onde se armazenam coisas como paixões e preocupações. Antigamente, era chamado de Abismo da Psique.
O consciente está entre o inconsciente e o domínio da mente.
A psicanálise assenta na análise das mensagens que o inconsciente dos pacientes envia à consciência, através de manifestações como sonhos, atos falhados, fobias e desvios comportamentais. O consciente corresponde à dimensão racional da psique, onde tomamos conhecimento da realidade exterior e dos nossos conteúdos mentais não recalcados.
O Aparelho Psíquico: Id, Ego e Superego
Foi assim elaborado o conceito de aparelho psíquico, que representa a relação de três diferentes realidades. Freud não o via como uma espécie de edifício com subterrâneos, ao contrário de outros estudiosos da mente. Este aparelho é, então, uma dimensão dinâmica entre o consciente e o inconsciente, constituído por Id, Ego e Superego.
O Id: Princípio do Prazer
O Id é o domínio do prazer, o domínio do inconsciente. É um princípio inato, em que as pessoas nascem com a ideia de que o objeto é a satisfação. É a identidade recalcada, o lugar de repressão e dos desejos ocultos que vêm sempre à tona.
Eros e Thanatos: Pulsões de Vida e Morte
Para Freud, o princípio do prazer está sempre entre a relação de Eros (a pulsão da vida) e Thanatos (a pulsão da morte e do pensamento destrutivo).
Eros e Thanatos são duas faces do mesmo princípio do prazer. Os traumas (o lado escuro do prazer) e as frustrações (poder mal resolvido) são manifestações de Thanatos. A pulsão de vida pode transformar-se em morte. O objetivo da psicologia é trazer as pessoas de Thanatos para Eros. Transformar a pulsão de Thanatos em pulsão de vida é o que se chama sublimação. A sublimação é a capacidade de transformar as paixões em algo construtivo. Para Freud, as pulsões da carne são muito importantes para a pulsão da mente.
A sublimação é toda a zona de passagem, do limiar. É o poder da libido que, para Freud, é a expressão marcada quando o prazer não é destrutivo, mas sim dissipativo. Permanentemente somos exigidos pela sublimação.
O Ego: Princípio da Realidade
O Ego é o princípio da realidade, do domínio do consciente, propriamente dito. É a personalidade que as pessoas constroem, refletindo-se na realidade. O princípio da realidade é o sucesso da sublimação, onde existe a necessidade de encontrar objetos que possam satisfazer o Id. Quando o Ego se submete ao Superego, enlouquece de desespero.
O Superego: Princípio do Dever
O Superego é o princípio do dever, do domínio do consciente. Representa os valores éticos, em particular, o que a sociedade considera que se deva fazer. É a repressão, particularmente a repressão sexual. Manifesta-se à consciência sob a forma de moral, por meio da educação.