Psicologia: Ciência, Sociologia e Evolução
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Psicologia como Ciência
A Psicologia estuda o indivíduo, especificamente a sua subjetividade ou mente. As razões mais frequentes para consultar um psicólogo estão relacionadas com o mal-estar causado pelas relações com os outros (família, amigos), trabalho (chefes, colegas) e, até, a busca por relacionamentos satisfatórios para uma carreira de sucesso. O que fazemos para os outros é fundamental. O objetivo da vida não pode ser apenas ganhar dinheiro, pois, se estivéssemos sozinhos, de nada serviria. Precisamos de condições de vida decentes. A importância que damos à saúde e à beleza também pode ser administrada, pois as relações com os outros são cruciais, porque a doença e a morte são inerentes à vida, e a solidão a torna insuportável. As relações humanas são complexas e desafiadoras, mas seus julgamentos, através da compensação e da vivência justa, nos enriquecem, assim como a beleza e a saúde.
Psicologia e Sociologia
(A) A Psicologia estuda o indivíduo *fora* das influências sociais, enquanto a Sociologia estuda a influência da sociedade sobre o indivíduo.
(B) A Psicologia baseia-se em causas sociais, mas estas não são iguais para todos. Nem todos reagem da mesma forma às mesmas causas sociais. Nem todos são insultados da mesma maneira pela tirania da moda ou do desporto. Nem todos desenvolvem anorexia. O serviço militar ou o desemprego geram uma alta taxa de transtornos psicológicos, mas não em *todos*.
(C) Para a Psicologia, a responsabilidade pelos nossos problemas é, em grande parte, do indivíduo. Assim, pode-se deixar de fora a influência da sociedade e focar na psicologia individual.
(D) A existência da Psicologia justifica-se pelas dificuldades que temos em mudar a nossa personalidade ou superar os problemas sozinhos, embora os resultados dessas situações negativas só possam ocorrer com o papel fundamental da pessoa envolvida.
Crítica da Sociologia à Psicologia
A Sociologia critica a Psicologia por focar no indivíduo e esquecer que o conflito é social na origem, produzido por uma sociedade desigual, capitalista e de classes. Certamente, não é a questão da guerra, do desemprego ou do serviço militar que desestabiliza os indivíduos, mas sim a psicologia de cada um que nos faz desenvolver problemas psicológicos. A Psicologia, ao abstrair o indivíduo da influência da sociedade, torna-se cúmplice de uma sociedade que nega que a exploração econômica, o fracasso escolar e a desigualdade econômica estão por trás dos conflitos psicológicos.
Crítica da Psicologia à Sociologia
Psicólogos afirmam que, numa sociedade de classes com desigualdade econômica, exploração e guerras, gerada pelo Estado todo-poderoso em que vivemos (com exércitos, polícia, violência, sofrimento e marginalização), há ecos cotidianos. No entanto, mesmo numa sociedade marxista, sem propriedade privada e sem Estado, embora os casos de violência e perturbação diminuíssem, ainda existiriam desonra, conflitos com amigos e família, solidão, doença e morte. Os sentimentos são históricos, e o sentimento de conflito familiar praticamente desapareceu. Até certo ponto, o sentimento de solidão na sociedade de consumo diminuiu, pois a teoria das "carências" já não se aplica à sociedade da diversão, onde sair, gastar e estar só é considerado viver permanentemente.
A Evolução da Psicologia como Ciência
As primeiras teorias sobre o homem e a psicologia humana foram desenvolvidas por teorias míticas e religiosas da antiguidade. O Cristianismo, por exemplo, defendia que a alma é a essência do homem e deve controlar o corpo, onde residem as tendências egoístas dominadas pela sexualidade.
A Psicologia como ciência nasceu no século XIX, tentando romper com a Filosofia, que já havia desenvolvido importantes teorias psicológicas, como as do filósofo Nietzsche. Para se manter como ciência, a Psicologia baseia-se no método científico (experimentação e observação). O Behaviorismo, corrente psicológica mais forte, baseia-se no modelo da ciência e tem como objeto o único observável no comportamento humano. As outras correntes principais da Psicologia hoje são o Cognitivismo (associado ao Behaviorismo) e a Psicanálise. Talvez devêssemos acrescentar a Psicologia Sintética, embora esta se afaste do modelo científico, mas, ainda assim, busca rigor.
Divisões da Psicologia
Existem dois ramos principais:
- Psicologia Geral: estuda as faculdades mentais (inteligência, memória, personalidade, etc.).
- Psicologias Específicas: aprofundam-se nos aspetos da mente e do comportamento humano.
Ramos Específicos da Psicologia
- (A) Psicologia Clínica: Lida com a terapia psicológica.
- (B) Psicologia da Personalidade: Estuda os fatores que definem a personalidade.
- (C) Psicologia do Gênero: Estuda as diferenças entre a psicologia masculina e feminina.