Psicologia Educacional: Singularidade, Metacognição e Desafios
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Singularidade e Superdotação: Conceito Bidirecional
A singularidade é um termo usado para descrever as características de indivíduos que apresentam elevada capacidade intelectual e aqueles que têm uma baixa capacidade. As características da singularidade são que:
- Aparece com uma frequência baixa. O número de indivíduos com baixa capacidade é pequeno em relação à população geral, assim como a frequência de alunos superdotados e talentosos é baixa em relação à população normal.
- É diferente do normal. Indivíduos excepcionais, em geral, possuem características específicas que os diferenciam da população normal. As diferenças são de dois tipos: quantitativas (configurações de QI, e mais ou menos elaboradas; mais ou menos frequentemente em suas produções) e qualitativas.
- Requer uma resposta educativa diferenciada e diversificada. A excepcionalidade intelectual, tanto as lacunas quanto as dificuldades intelectuais, requer medidas educativas adequadas ao ritmo de aprendizagem para indivíduos com problemas, dificuldades ou atrasos no processo de ensino e aprendizagem.
Características dos Processos Mentais
- São moldados por um conjunto de processos ou operações mentais.
- Esses processos são intencionais e têm um caráter propositivo.
- Os processos são programados e planejados para alcançar um objetivo.
- As estratégias são utilizadas para controlar a atividade cognitiva pelo sujeito.
Funções das Estratégias
- Melhoram o desempenho.
- Promovem o desenvolvimento da aprendizagem autônoma, oferecendo ao estudante um papel fundamental.
- Podem melhorar a capacidade do aluno para aprender a aprender.
- Permitem uma aprendizagem mais fácil, rápida e de melhor qualidade.
As funções dependem dos objetivos estabelecidos para os estudantes. Atualmente, as estratégias de ensino são consideradas um dos principais objetivos para a implementação e execução no currículo educacional.
Estratégias Metacognitivas
A metacognição implica a habilidade de planejar, utilizar estratégias, revisar e controlar. Os principais componentes são:
- Conhecimento: A capacidade do aluno de saber quais processos e habilidades são necessários para planejar a aprendizagem.
- Controle de Aprendizagem: O conhecimento do aluno sobre como e quando usar estratégias para alcançar os objetivos de aprendizagem.
- Planejamento: A reflexão que antecede qualquer processo de aprendizagem.
- Regulação: O aluno acompanha seu progresso e as realizações que são atingidas.
A Psicologia Educacional: História e Desafios
Embora historicamente a psicologia educacional tenha surgido com a pretensão de ser uma disciplina unificada em que tanto os domínios psicológico quanto o da educação fossem considerados simultaneamente, e as perspectivas de cada um fossem misturadas em um todo coerente (Firinder, 1989), o desenvolvimento histórico e a situação atual da disciplina estão longe de ter atingido este objetivo, embora ela ainda possa manter sua validade hoje.
No relatório apresentado por Rivlin, dedicado à Psicologia Educacional, é apontada a falta de contribuições da psicologia educacional para a prática docente, e a identificação de questões relacionadas à disciplina e à aprendizagem em contextos remotos da prática educativa.
Scandura, em um segundo relatório da APA, reconhece que a psicologia da educação não possui uma imagem clara de si mesma, pois a pesquisa não tem um centro integrado. Além disso, observa-se a diversidade de tarefas desenvolvidas sob este nome, que inclui várias atividades profissionais, o que levou à existência de outras áreas ou especializações além da psicologia educacional, como a psicologia escolar e a psicopedagogia. Genovard afirma que a definição de psicologia educacional é uma operação arriscada, uma vez que a história é construída, e que os vários modelos explicativos que surgiram durante seu desenvolvimento são apenas orientações teóricas no processo de incorporação.
Beltrán (1987, 1995) observa que o problema conceitual da psicologia da educação hoje reside no pluralismo epistemológico. A mesma situação persistia no final dos anos oitenta, ao se tentar definir o campo da psicologia educacional (Wittrock e Farley, 1989), conforme outro relatório apoiado pela APA.
O atual presidente da Divisão 15, Sternberg, enfatiza ainda a dificuldade de estabelecer a identidade da disciplina em torno de um corpo coerente de conhecimento, sugerindo o ensino-aprendizagem como um campo unificador, tratado do ponto de vista da psicologia cognitiva em geral e da psicologia da instrução em particular.