PTSD: Sintomas, Prevalência e Fatores de Risco

Escrito em 10 de Novembro de 2025 em português com um tamanho de 4,5 KB

Posteriormente, surgem as **lembranças intrusivas e recorrentes** acerca do acontecimento, sonhos perturbadores, ações e sentimentos como se o acontecimento traumático estivesse a ocorrer novamente (ilusões, alucinações e episódios de *flashback* dissociativos), mal-estar psicológico e reatividade fisiológica intensa aquando da exposição a estímulos que se assemelhem à situação.
Os sintomas predispõem o indivíduo para o **evitamento** a estímulos associados com o trauma: pensamentos, conversas associadas com o trauma, e estímulos (E) que desencadeiam lembranças do trauma.
**Diminuição do interesse** em atividades e sentimento de desconexão, resultando em afetos restringidos e expectativas curtas.
O **grau de ativação elevado** manifesta-se em dificuldades do sono, irritabilidade, dificuldades de concentração, hipervigilância e resposta de alarme exagerada, havendo um claro **prejuízo** a nível social, ocupacional ou noutra área significativa.

60,7% dos homens (ataque físico, ameaça de arma, acidente de carro) e 51,2% das mulheres (violação, negligência, abuso físico, tortura) experienciaram pelo menos um trauma na sua vida.
As taxas de prevalência variam entre 1% a 14%. Em grupos de risco, as taxas de prevalência variam entre 3% a 58%. A prevalência nos EUA a 12 meses é de 3,5%. As prevalências tendem a ser maiores em populações de veteranos ou populações mais expostas a estímulos (bombeiros, polícias, pessoal de emergência médica).

Menor nível socioeconómico e escolar: mais expostos a situações de risco.
Ser mulher: embora os homens estejam mais expostos do que as mulheres a situações traumáticas, estas estão mais predispostas a desenvolverem PTSD.
Outros fatores pessoais: ocorrência de episódios traumáticos na infância, situações indutoras de *stress* antes do trauma, ambiente familiar carenciado e disfuncional, história de dificuldades psicológicas, influência genética e personalidade da pessoa.

Constituir uma ameaça grave, súbita e inesperada.
Significado subjetivo, em que é atribuída gravidade à circunstância e existe a perceção de perda de controlo.
Perdas reais e simbólicas de grande valor.
Presença de cenas grotescas.
Ausência de previsibilidade da ocorrência.
Eventual atribuição da causa a terceiros.
Ocorrência de situações médicas irreversíveis que alteram de forma radical a vida.
Perda de recursos aos quais o indivíduo dá apreço.
Fase do desenvolvimento em que o indivíduo se encontra.

Tipo de trauma: quando está presente agressão física, testemunho de violência e combate em tempos de guerra.
Presença de comorbilidade: fobia social, somatização e sintomas de evitamento.
Reatividade acentuada perante estímulos (E).
Dificuldades no relacionamento interpessoal: comportamento violento, mau controlo de impulsos.
História familiar de comportamento antissocial.
Consumo excessivo de álcool ou drogas.
Presença de sentimentos de culpabilidade, humilhação e rejeição.

Freud: Os veteranos da 1ª Guerra Mundial apresentavam duas características principais: a vivência repetida da experiência traumática e a negação ou evitamento da mesma.
Horowitz: O acontecimento traumático permanece na memória ativa do indivíduo até que haja a sua incorporação ou o desenvolvimento de novos esquemas, criando-se assim as condições para o ajustamento.
Até que a adaptação psicológica seja possível, há uma oscilação entre os mecanismos de negação e restrição emocional e os fenómenos de revivência, pesadelos e *flashbacks*. Quando estas ocorrem de forma descontrolada, podem levar à re-traumatização.

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