A Queda da Monarquia e a Proclamação da Segunda República
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Introdução: Após a ditadura de Primo de Rivera, sucederam-se dois estágios: a ditadura branda do general Berenguer e o governo de Aznar. O rei Alfonso XIII, após a queda de Primo de Rivera, encarregou o governo Berenguer de tentar retornar à Restauração, reabrindo os tribunais, substituindo a Constituição de 1876, legalizando partidos e sindicatos e convocando eleições. O processo foi lento e fracassou. Os espanhóis não confiavam no rei por ter apoiado o ditador. A Berenguer sucedeu o Almirante Aznar. Este, sem saber o que fazer, convocou eleições para 12 de abril de 1931, com o objetivo de sondar a opinião pública. Se os partidos monarquistas ganhassem as eleições municipais, ganhariam também as eleições gerais. Em paralelo a estes governos, foram ocorrendo alguns eventos com o intuito de proclamar a República. Em 1930, deu-se o Pacto de San Sebastián (agosto), assinado pelos republicanos, socialistas, nacionalistas galegos e catalães. Pactuaram uma política antimonárquica e escolheram uma comissão para realizar uma ação revolucionária com os militares. Em dezembro de 1930, ocorreu a revolta de Jaca, mal preparada. Iniciada por Galán e García Hernández, fracassou e ambos foram fuzilados. As execuções desacreditaram ainda mais a monarquia e aumentaram a tensão nas cidades e no campo. Nas eleições municipais de 12 de abril de 1931, os partidos do Pacto de San Sebastián apresentaram-nas como um plebiscito (referendo) entre monarquia e república. Se ganhassem, isso significaria que a Espanha queria a República e não a monarquia. Os monarquistas, por sua vez, acreditavam que ganhariam nas zonas rurais através do caciquismo. A coligação do Pacto de San Sebastián venceu em quase todas as capitais de província, nas grandes cidades e nas áreas industriais e mineiras. A Segunda República foi proclamada em 14 de abril de 1931. Pretendia-se criar, pela primeira vez na Espanha, um sistema democrático moderno. Foi acolhida com entusiasmo pela população e com a esperança de iniciar uma mudança radical na política espanhola. O poder passou para as classes médias e para os trabalhadores mais moderados. Ao contrário das classes populares, que queriam uma revolução e reformas rápidas, e da oligarquia, que havia perdido o poder. A situação da República foi desfavorável devido ao impacto da crise econômica de 1929, à fraqueza internacional dos sistemas democráticos e à ascensão do totalitarismo, tanto de direita como de esquerda (comunismo e fascismo). A transição da monarquia para a república foi pacífica, sendo vista como a única forma de resolver os problemas da Espanha. As eleições municipais de 12 de abril de 1931 refletiram o desgaste da monarquia, pois nas cidades a votação era difícil de manipular. A vitória republicano-socialista não significou um "não" à monarquia, mas sim um "sim" à república. Em 13 de abril, as pessoas saíram às ruas com a bandeira republicana. Os monarquistas facilitaram a transferência de poder. Niceto Alcalá Zamora tornou-se presidente do governo republicano, ainda ilegal, e a Guarda Civil manteve-se leal ao governo provisório.